Síndrome de Hulk: o que é o Transtorno Explosivo Intermitente?
O Transtorno
Explosivo Intermitente (TEI), também popularizado como "Síndrome de
Hulk",de acordo com o Manual de Diagnóstico e Estatística da Associação
Psiquiátrica Americana, é caracterizado como episódios abruptos de perda de
controle de impulsos agressivos. Estes impulsos se manifestam através de
agressões verbais, falas, discussões ou agressões físicas contra pessoas,
animais ou propriedade alheia.
Critérios de
diagnóstico
Estas explosões podem ter uma
gravidade menor - sem lesões ou destruição - com uma frequência grande, pelo
menos duas por semana, ou maior, e neste caso, basta que ocorra uma agressão
por ano, para que se faça este diagnóstico. Outra exigência para se poder dizer
que alguém tem TEI é que a magnitude da agressividade nas explosões é muito desproporcional à
gravidade da provocação. A agressão, no TEI, não é premeditada, porém impulsiva
e não tem nenhum objetivo claro. Frequentemente, a pessoa sente uma grande
raiva concomitantemente.
Só se pode dizer que um
indivíduo tem TEI se já tiver pelo menos seis anos de idade, pois nesta idade,
normalmente, a pessoa já tem um controle da agressividade. Pessoas com TEI
podem ter sintomas de outros transtornos psiquiátricos, mas quando estes são
graves e a agressividade ocorre somente na presença deles, não se pode fazer o
diagnóstico de TEI. A ideia por trás desta exigência é que o TEI precisa ser a
principal causa da agressão. O mesmo vale para outros problemas que afetam o
cérebro, como traumas cranianos, tumores e efeitos de drogas, que também podem
levar a comportamentos agressivos.
Finalmente, se pessoas na
infância ou adolescência têm episódios de agressividade súbita apenas na
vigência de um distúrbio de adaptação a uma situação estressante, não se pode
dizer, em caráter definitivo, que apresenta TEI.
Incidência
Não há estatísticas
brasileiras, porém se sabe que, nos Estados Unidos, ocorre em cerca de 2,7% das
pessoas, sendo mais frequente nos mais jovens e de menor nível educacional - a
prevalência é menor em pessoas que têm curso universitário). (1) No Iraque,
calculou-se a prevalência entre 1,5 e 1,7%, porém a idade de início foi menor
que nos EUA (2).
Consequências
para o dia a dia
O Transtorno Explosivo
Intermitente, ou "Síndrome de Hulk", traz graves prejuízos para a
pessoa sejam nos âmbitos ocupacionais, interpessoais, legais ou financeiros. O
transtorno também pode levar a um grave desconforto para a pessoa (1) e um
grande sentimento de culpa, após seus episódios agressivos (3).
Procurando
ajuda
Devido às consequências do TEI,
as pessoas que apresentam este problema podem procurar ajuda e contar ao
profissional que consultam que têm estes episódios, que lhe causam um grande
incômodo. Porém, por vezes, a pessoa ainda não se deu conta de seu
comportamento e são os familiares, amigos e colegas de trabalho que reclamam.
Nestes casos, é interessante que se estimule o portador deste transtorno a
procurar um profissional habilitado, de modo que se possa fazer um tratamento
que, sendo bem sucedido, trará melhoras na qualidade de vida de todos os
envolvidos.
Como sempre, quanto menor a
percepção que alguém tem da origem de seus problemas, maior é a necessidade de
que a procura de tratamento seja estimulada por outros. Não existe nenhuma
forma definitiva de fazer com que alguém se trate mas, geralmente, faz-se uma
mistura de pressão para que isto ocorra e reconhecimento e gratificação quando
a pessoa se esforça para se tratar e melhorar. Orientações mais específicas
devem ser obtidas em consultas diretas com profissionais, que poderão avaliar
caso a caso.
Tratamento
Ainda não se conhecem
tratamentos específicos para o transtorno e, muito menos, há uma cura
definitiva. Mas, o controle a longo prazo pode ser feito através de
psicoterapias (4) direcionadas no sentido de a pessoa aprender a detectar
aquelas situações que desencadeiam as crises e evitá-las, ou aprender a
enfrentá-las de modo menos agressivo.
Em relação aos tratamentos
medicamentosos, existem alguns estudos que sugerem que possam ser úteis os
estabilizadores de humor (5), que são medicações usadas também no transtorno bipolar e em casos de depressão.
Fonte: minhavida
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