ESTIMULAÇÃO PRECOCE E A LINGUAGEM EM CRIANÇAS OUVINTES E SURDAS
Estimulação
Precoce
A
Estimulação Precoce é o atendimento realizado com bebês e crianças de até 3
anos e 11 meses que apresentam alterações no seu desenvolvimento. As causas
mais comuns relacionadas aos transtornos no desenvolvimento são: infecções no
período de gestação (rubéola, toxoplasmose, radiações, ingestão de
medicamentos, drogas, alcoolismo da mãe), bebês provenientes de mães diabéticas
ou aidéticas, anóxia do bebê (falta de oxigênio no momento do parto),
síndromes, prematuridade, baixo peso, meningite, traumatismos (seqüelas motoras
e/ou neurológicas). Conseqüentemente, os bebês e as crianças podem apresentar
alterações no seu desenvolvimento cognitivo, psicomotor, sócio-afetivo,
lingüístico, senso-perceptivo (deficiência visual e/ou auditiva).
A
Estimulação Precoce tem o objetivo de promover o desenvolvimento global do bebê
ou da criança. A forma de tratamento deve ser adaptada a cada caso. As
alterações diagnosticadas e tratadas o mais precocemente possível possibilitam
melhor desenvolvimento da criança, a fim de que as dificuldades sejam
minimizadas ou superadas. A participação dos pais é fundamental. Através das
orientações do profissional os pais sentem-se emocionalmente mais preparados
para lidar com as dificuldades e estimular as potencialidades de seu filho.
O
acompanhamento de bebês, ou crianças com pequenos atrasos em relação a sua faixa
etária, faz-se necessário a fim de prevenir a instalação de alterações e/ou
minimizá-las.
A
Linguagem e a Audição
Em
relação à linguagem, é importante que os pais estimulem, conversem, brinquem,
valorizem as emissões do seu filho e observem se o bebê ou a criança está
apresentando evolução em sua comunicação. Quando o bebê ou a criança não está
produzindo sons, ou palavras e frases, como a maioria das crianças da sua faixa
etária, é importante consultar um especialista e verificar se há alguma alteração.
Além disso, é fundamental que os pais observem o comportamento auditivo de seu
filho, ou seja, como está reagindo em relação aos sons. É através da audição
que adquirimos a linguagem oral (fala). O bebê de 4 a 7 meses já procura o som
quando é produzido ao seu lado e acorda, ou se assusta, quando ouve um som
forte. Quando as crianças preferem ouvir rádio ou televisão com volume alto,
pedem freqüentemente para repetir o que lhes foi dito, ou parecem sempre
desatentas enquanto falamos, há possibilidade de apresentarem perdas auditivas.
Há exames que detectam e identificam o grau e o tipo de perda auditiva. Quando
se suspeita de alteração auditiva, o bebê ou a criança deve consultar um médico
otorrinolaringologista e realizar os exames por ele indicados. Através do
diagnóstico, pode-se determinar se há alteração ou não e, quando necessário,
qual o tipo de tratamento - medicamentoso, cirúrgico ou de habilitação.
Estimulação
Auditiva
As
crianças com perdas auditivas leves e moderadas, geralmente, apresentam atraso
no desenvolvimento da linguagem e trocas de sons na fala. Através do tratamento
precoce e a adaptação de aparelhos auditivos, quando necessário, há
possibilidade da criança atingir o desenvolvimento lingüístico adequado a sua
faixa etária com maior rapidez.
As
crianças que apresentam perdas auditivas acentuadas ? severas e profundas ?
também devem ser estimuladas precocemente. Através dos exames audiológicos
podemos identificar o grau e o tipo de perda auditiva e, quando necessário,
indicar aparelhos auditivos. A estimulação auditiva é importante e poderá
facilitar, em alguns casos, a aquisição da língua oral (fala). Porém, esta
aquisição não ocorre de forma natural, mesmo quando a criança utiliza aparelhos
auditivos.
A
Língua Brasileira de Sinais - Libras
Atualmente,
crianças com perdas auditivas acentuadas podem ter um desenvolvimento de
linguagem análogo à crianças ouvintes se adquirirem uma língua natural. No caso
de bebês e crianças surdas, a Língua Brasileira de Sinais (Libras) será a sua
língua materna. Por ser totalmente visual ? utilizam-se as mãos, expressões
faciais e movimentos do corpo -, o bebê ou a criança surda consegue receber as
informações naturalmente. O desenvolvimento da sua compreensão e expressão,
primeiramente, será através da Língua Brasileira de Sinais. Os pais e
familiares necessitam aprendê-la para se comunicarem com seu filho,
possibilitando a que a criança compreenda e possa ser compreendida. A
estimulação da linguagem através da Libras, realizada pelos pais é fundamental para
o seu desenvolvimento lingüístico, afetivo, social e cognitivo. Os pais podem
aprender esta língua através de cursos ministrados por instrutores surdos, além
de participarem nas sessões terapêuticas de seu filho com fonoaudióloga,
fluente em Libras, que também realiza a estimulação. É fundamental o
desenvolvimento normal na sua língua materna ? Libras ? para que a criança
aprenda uma segunda língua. Em alguns casos, a segunda língua poderá ser oral
(fala); em outros, a escrita.
Na
Estimulação Precoce é importante identificar as alterações, ou as diferenças,
no desenvolvimento de cada criança, mas, principalmente, acreditar e estimular
suas potencialidades, pois, assim, poderemos realmente acompanhar as suas
vitórias. Fonte: abcdasaude
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