quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Desidratação: sintomas, tratamentos e causas
O que é Desidratação?
A desidratação ocorre quando o corpo usa ou perde mais líquido do que o ingerido. Quando isso acontece, seu corpo ter dificuldades para realizar suas funções normais. Se você não repõe os líquidos que são utilizados ou perdidos, ocorre a desidratação.
Perdemos água todos os dias: em nosso suor, urina, fezes e sob a forma de vapor quando respiramos. Juntamente com a água, pequenas quantidades de sais minerais também são perdidos. Além disso, a água é responsável por nutrir as células do nosso corpo e garantir que todas as funções serão devidamente cumpridas.
Ao perder muita água, o corpo ficar fora de equilíbrio ou desidratado. A desidratação severa pode levar à morte.

Causas

Muitas condições podem causar perdas de fluido rápido e contínuo, levando a desidratação:
  • Febre
  • Sudorese, normalmente relacionado ao calor intenso ou esforço físico
  • Vômito, diarreia e aumento da frequência urinária devido à infecção
  • Urinar em excesso, geralmente relacionado com o diabetes
  • Incapacidade de ingerir comida e água apropriadamente (como no caso de uma pessoa com deficiência)
  • Capacidade diminuída para ingerir líquidos (por exemplo, alguém em coma ou em um respirador)
  • Falta de acesso à água potável
  • Lesões significativas na pele, como queimaduras ou feridas na boca, e doenças de pele graves ou infecções (a água é perdida através da pele danificada).

Fatores de risco

Qualquer um pode ficar desidratado se perde muitos líquidos. Mas algumas pessoas estão em maior risco, incluindo:

Bebês e crianças

Bebês e crianças são especialmente vulneráveis por causa do baixo peso corporal e alta rotatividade de água e eletrólitos. Eles também são o grupo mais propenso a sofrer de diarreia.

Idosos e pessoas na meia idade

Conforme você envelhece, se torna mais suscetível à desidratação por várias razões: a capacidade do organismo para conservar a água é reduzida, o senso de sede torna-se menos aguçado, e há uma menor capacidade de responder às mudanças de temperatura. Além do mais, pessoas idosas que vivem em casas de repouso ou sozinhas tendem a comer menos do que as pessoas mais jovens e às vezes podem se esquecer de comer ou beber tudo que necessitam no dia. Deficiência ou negligência também pode impedi-los de estar bem nutridos. Estes problemas são agravados por doenças crônicas, como diabetes, demência e pelo uso de certos medicamentos.

Pessoas com doenças crônicas

Ter diabetes não controlada coloca em alto risco de desidratação. Mas outras doenças crônicas, como doença renal e insuficiência cardíaca, também aumentam o risco do problema. Infecções ou feridas na garganta, em menor proporção, também podem contribuir para desidratação uma vez que podem impedir a pessoa de comer ou beber adequadamente. A febre aumenta a desidratação ainda mais.

Atletas de resistência

Qualquer pessoa que se exercita pode ficar desidratada, especialmente em climas quentes e úmidos ou em altas altitudes. Mas os atletas que treinam para participar de uma ultramaratona, triathlon, expedições de alpinismo ou torneios de ciclismo, por exemplo, estão em risco particularmente elevado. Isso porque quanto mais você se exercita, mais difícil é manter-se hidratado. Durante o exercício, o corpo pode perder mais água do que pode absorver. A desidratação também é cumulativa ao longo de um período de dias, o que significa que é possível ficar desidratado mesmo com uma rotina de exercícios moderados se você não beber o suficiente para substituir o que perdeu em uma base diária.

Viver em grandes altitudes

Viver, trabalhar e se exercitar em altitudes elevadas (geralmente definidos como acima 8.200 pés, ou cerca de 2.500 metros) pode causar uma série de problemas de saúde. Um deles é a desidratação, que geralmente ocorre quando o corpo tenta se ajustar a altas altitudes através do aumento da micção e uma respiração mais rápida – quanto mais rápido você respira para manter os níveis adequados de oxigênio no sangue, mais vapor de é expirado.

Trabalhar ou se exercitar em um clima quente e úmido

Quando está quente e úmido, o risco de desidratação e de doenças provocadas pelo calor aumenta. Isso porque quando o ar está úmido, o suor não consegue evaporar e refrescá-lo tão rapidamente como normalmente faz, e isso pode levar a um aumento da temperatura corporal e a necessidade de mais fluidos.

Sintomas de Desidratação

Desidratação leve a moderada pode causar:
  • Boca seca e pegajosa
  • Sonolência ou cansaço - crianças tendem a ser menos ativas do que o habitual
  • Sede
  • Diminuição da produção de urina (para bebês, não molhar a fralda por três horas ou mais)
  • Pouca ou nenhuma lágrima ao chorar
  • Pele seca
  • Dor de cabeça
  • Prisão de ventre
  • Tonturas ou vertigens.
A desidratação severa, uma emergência médica, pode causar:
  • Sede extrema
  • Preguiça extrema ou sonolência em bebês e crianças
  • Irritabilidade e confusão em adultos
  • Boca, pele e membranas mucosas muito secas
  • Pouca ou nenhuma micção - toda a urina que é produzida será mais escura do que o normal
  • Olhos fundos
  • Pele seca e murcha, sem elasticidade
  • Em bebês lactentes, fontanelas afundadas
  • Pressão arterial baixa
  • Batimento cardíaco rápido
  • Respiração rápida
  • Sem lágrimas ao chorar
  • Febre
  • Nos casos mais graves, delírio ou inconsciência.
Infelizmente, a sede nem sempre é um indicador confiável da necessidade do corpo por água, especialmente em crianças e idosos. O melhor indicador é a cor da urina: clara ou de cor clara significa que o corpo está bem hidratado, enquanto uma cor amarela ou âmbar escuro geralmente sinais de desidratação.

Buscando ajuda médica

Se você é um adulto saudável, geralmente conseguirá tratar desidratação leve a moderada ingerindo mais líquidos, como água ou uma bebida isotônica. Obtenha cuidados médicos imediatos se surgirem sinais e sintomas graves, tais como sede excessiva, falta de urina, pele enrugada, tonturas e confusão.
Vá ao médico se a pessoa desidratada experimenta qualquer dos seguintes sintomas:
  • Vômito constante por mais de um dia
  • Febre acima de 38°C
  • Diarreia por mais de dois dias
  • Perda de peso
  • Diminuição da produção de urina
  • Confusão
  • Fraqueza.
Leve a pessoa para o departamento de emergência do hospital se ocorrerem essas situações:
  • Febre superior a 39°C
  • Confusão
  • Lentidão (letargia)
  • Dor de cabeça
  • Dificuldade em respirar
  • Dor torácica ou abdominal
  • Desmaio
  • Falta de urina nas últimas 12 horas.

Na consulta médica

Em alguns casos é possível marcar uma consulta, em outros você deverá buscar um serviço de emergência. Se a sua criança ou um adulto está mostrando sinais de desidratação grave, tais como letargia ou reduzida capacidade de resposta, procurar atendimento imediato em um hospital.
Aqui estão algumas informações para ajudá-lo a se preparar para a consulta médica. Dessa forma, você já pode chegar à consulta com algumas informações:
  • Uma lista com todos os sintomas e há quanto tempo eles apareceram
  • Histórico médico, incluindo outras condições que o paciente tenha e medicamentos ou suplementos que ele tome com regularidade
  • Em caso de síncope (desmaio) ou crise convulsiva , peça a uma pessoa que testemunhou a convulsão para te acompanhar. Anote caso você tenha sentido alguma coisa diferente antes da síncope/convulsão e como você se sentiu depois dela.
O médico provavelmente fará uma série de perguntas, tais como:
  • Quando os sintomas começam? O que o paciente estava fazendo?
  • Com que frequência o paciente apresentou diarreia ou vômito?
  • Qual a frequência da urina?
  • Há outros sintomas, como dores abdominais, febre, dor de cabeça ou dores musculares? Quão graves são esses sintomas?
  • Houve sangue nas fezes?
  • O paciente comeu ou suspeita ter comido algum alimento estragado?
  • Houve contato com alguém que apresentava sintomas de diarreia?
  • Quais os medicamentos a pessoa toma?
  • A pessoa recentemente viajou para outro país?
  • Você sabe se houve redução no peso da criança desde que os sintomas começaram?

Diagnóstico de Desidratação

Através de exames, o médico irá tentar identificar o que levou à desidratação:

Análise clínica

Aumento da frequência cardíaca, diminuição da pressão arterial e respiração ofegante são sinais de desidratação potencial e outras doenças. A febre pode ocorrer pela desidratação ou pela doença de base.

Exame de urina

  • A cor e clareza de urina, a densidade da urina (a massa de urina é comparada com a de quantidades iguais de água destilada) e a presença de cetonas (compostos de carbono que significam catabolismo) na urina pode ajudam a indicar o grau de desidratação
  • O aumento da glicose na urina pode conduzir a um diagnóstico de diabetes ou indicar a perda de controle diabético e uma causa para a desidratação
  • Excesso de proteína na urina pode ser sinal de problemas renais
  • Os sinais de infecções ou de outras doenças, tais como doenças do fígado, podem ser encontrados por testes de urina.

Exames de sangue

  • A quantidade de sais (sódio e potássio) e de açúcar, bem como indicadores da função renal (ureia e creatinina), pode ser importantes para avaliar o grau de desidratação e possíveis causas
  • Um hemograma completo pode ser indicado se o médico acha que uma infecção subjacente está causando a desidratação. Outros exames de sangue, tais como testes de função hepática, podem ser indicados para encontrar as causas dos sintomas.

Tratamento de Desidratação

Tratamento caseiro

É possível tratar a desidratação leve a moderada das seguintes maneiras:
  • Bebericando pequenas quantidades de água
  • Ingerir bebidas isotônicas
  • Chupar picolés feitos de sucos de frutas e bebidas isotônica
  • Chupar cubos de gelo
  • Bebendo por um canudo (funciona bem para alguém que passou por uma cirurgia de mandíbula ou ter feridas na boca).
Se a desidratação aconteceu por exposição ao calor excessivo, tente ajudar das seguintes formas:
  • Remova qualquer excesso de roupa e afrouxe as que não podem ser retiradas
  • Áreas com ar-condicionado são as melhores para ajudar a temperatura do corpo volta ao normal e quebrar o ciclo de exposição ao calor
  • Se o ar condicionado não está disponível, aumente o resfriamento por evaporação, colocando a pessoa na sombra. Coloque uma toalha molhada em torno da pessoa
  • Se possível, use um borrifador para pulverizar água morna em superfícies expostas da pele para ajudar com a perda de calor por evaporação
  • Evite expor a pele ao frio excessivo, como compressas de gelo ou água gelada. Isso pode fazer com que os vasos sanguíneos da pele se contraiam, reduzindo em vez de aumentar a perda de calor. A exposição ao frio excessivo também pode causar tremores, que irá aumentar a temperatura corporal – causando o efeito oposto.

Tratamento médico

O tratamento no departamento de emergência se concentra primeiro em restaurar o volume de sangue e fluidos corporais, determinando em seguida a causa da desidratação. Os médicos provavelmente irão:
  • Resfriar o corpo do paciente, se a causa for exposição excessiva ao calor
  • Fazer a reposição de líquidos via oral se não houver náusea e vômitos ou desidratação excessiva. Caso contrário, fazer a reposição intravenosa
  • Fazer exames de sangue e urina para determinas as causas da desidratação.
Se o paciente melhora, pode ser enviado para casa, de preferência sob os cuidados de amigos ou familiares que podem ajudar a monitorar sua condição. Se permanecer desidratado, confuso, febril, com sinais vitais anormais persistentes ou sinais de infecção, pode precisar ficar no hospital para tratamento adicional.

Medicamentos

Se a febre é uma causa de desidratação, o uso de antitérmicos pode ajudar. Isso pode ser administrado por via oral se não houver vômito ou como um supositório.

Complicações possíveis

A desidratação pode levar a complicações graves, incluindo:
  • Lesão térmica, que pode causar exaustão pelo calor ou insolação, com potencial risco de vida
  • Inchaço do cérebro (edema cerebral): Se a reidratação for feita de forma inadequada, pode ocorrer que algumas células inchem e se rompam. As consequências são especialmente graves quando as células do cérebro são afetadas.
  • Convulsões: eletrólitos - como potássio e sódio – ajudam a transportar os sinais elétricos de célula para célula. Se os seus eletrólitos estão fora de equilíbrio, as mensagens elétricas normais podem se confundir, o que pode levar a contrações musculares involuntárias e, por vezes, a uma perda de consciência
  • Choque por baixo volume de sangue (choque hipovolêmico): este é um dos mais graves e às vezes com risco de vida. Ele ocorre quando o volume de sangue baixo provoca uma queda da pressão arterial e uma queda na quantidade de oxigênio em seu corpo
  • Insuficiência renal: este problema potencialmente fatal ocorre quando os rins já não são capazes de remover o excesso de líquidos e resíduos do sangue
  • Coma e morte. Quando não tratada pronta e apropriadamente, a desidratação grave pode ser fatal.

Prevenção

  • Ingira quantidades extras de água em eventos ao ar livre que há risco de aumento da sudorese. Atletas e trabalhadores ao ar livre devem repor os líquidos em uma taxa que é igual a perda
  • Evite exercício e exposição durante os dias de índice de calor intenso
  • Certifique-se de que as pessoas mais velhas e lactentes e crianças têm água potável adequada
  • Certifique-se de que qualquer pessoa incapacitada ou prejudicada está ingerindo quantidade adequada de líquidos
  • Evite o consumo de álcool, especialmente quando o clima está quente, uma vez que o álcool aumenta a perda de líquido pela urina
  • Use roupas de cores claras e soltas se você deve estar ao ar livre no calor
  • Não permaneça o tempo inteiro no sol. Procure uma sombra e refresque-se
  • Controle o diabetes. Fonte: minhavida


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