Desidratação: sintomas, tratamentos e causas
O que é
Desidratação?
A desidratação
ocorre quando o corpo usa ou perde mais líquido do que o ingerido. Quando isso
acontece, seu corpo ter dificuldades para realizar suas funções normais. Se
você não repõe os líquidos que são utilizados ou perdidos, ocorre a
desidratação.
Perdemos água todos
os dias: em nosso suor, urina, fezes e sob a forma de vapor quando respiramos.
Juntamente com a água, pequenas quantidades de sais minerais também são
perdidos. Além disso, a água é responsável por nutrir as células do nosso corpo
e garantir que todas as funções serão devidamente cumpridas.
Ao perder muita
água, o corpo ficar fora de equilíbrio ou desidratado. A desidratação severa
pode levar à morte.
Causas
Muitas condições podem causar perdas de fluido rápido e
contínuo, levando a desidratação:
- Febre
- Sudorese, normalmente
relacionado ao calor intenso ou esforço físico
- Vômito, diarreia e aumento da frequência urinária
devido à infecção
- Urinar
em excesso, geralmente relacionado com o diabetes
- Incapacidade
de ingerir comida e água apropriadamente (como no caso de uma pessoa com
deficiência)
- Capacidade
diminuída para ingerir líquidos (por exemplo, alguém em coma ou em um
respirador)
- Falta
de acesso à água potável
- Lesões
significativas na pele, como queimaduras ou feridas na boca, e doenças de
pele graves ou infecções (a água é perdida através da pele danificada).
Fatores de
risco
Qualquer um pode ficar desidratado se perde muitos líquidos. Mas
algumas pessoas estão em maior risco, incluindo:
Bebês e
crianças
Bebês e crianças são especialmente vulneráveis por causa do
baixo peso corporal e alta rotatividade de água e eletrólitos. Eles também são
o grupo mais propenso a sofrer de diarreia.
Idosos e
pessoas na meia idade
Conforme você envelhece, se torna mais suscetível à desidratação
por várias razões: a capacidade do organismo para conservar a água é reduzida,
o senso de sede torna-se menos aguçado, e há uma menor capacidade de responder
às mudanças de temperatura. Além do mais, pessoas idosas que vivem em casas de
repouso ou sozinhas tendem a comer menos do que as pessoas mais jovens e às
vezes podem se esquecer de comer ou beber tudo que necessitam no dia.
Deficiência ou negligência também pode impedi-los de estar bem nutridos. Estes
problemas são agravados por doenças crônicas, como diabetes, demência e pelo uso
de certos medicamentos.
Pessoas com
doenças crônicas
Ter diabetes não controlada coloca em alto risco de
desidratação. Mas outras doenças crônicas, como doença renal e insuficiência
cardíaca, também aumentam o risco do problema. Infecções ou feridas na
garganta, em menor proporção, também podem contribuir para desidratação uma vez
que podem impedir a pessoa de comer ou beber adequadamente. A febre aumenta a
desidratação ainda mais.
Atletas de
resistência
Qualquer pessoa que se exercita pode ficar desidratada,
especialmente em climas quentes e úmidos ou em altas altitudes. Mas os atletas
que treinam para participar de uma ultramaratona, triathlon, expedições de
alpinismo ou torneios de ciclismo, por exemplo, estão em risco particularmente
elevado. Isso porque quanto mais você se exercita, mais difícil é manter-se
hidratado. Durante o exercício, o corpo pode perder mais água do que pode
absorver. A desidratação também é cumulativa ao longo de um período de dias, o
que significa que é possível ficar desidratado mesmo com uma rotina de
exercícios moderados se você não beber o suficiente para substituir o que
perdeu em uma base diária.
Viver em
grandes altitudes
Viver, trabalhar e se exercitar em altitudes elevadas
(geralmente definidos como acima 8.200 pés, ou cerca de 2.500 metros) pode
causar uma série de problemas de saúde. Um deles é a desidratação, que
geralmente ocorre quando o corpo tenta se ajustar a altas altitudes através do
aumento da micção e uma respiração mais rápida – quanto mais rápido você
respira para manter os níveis adequados de oxigênio no sangue, mais vapor de é
expirado.
Trabalhar
ou se exercitar em um clima quente e úmido
Quando está quente e úmido, o risco de desidratação e de doenças
provocadas pelo calor aumenta. Isso porque quando o ar está úmido, o suor não
consegue evaporar e refrescá-lo tão rapidamente como normalmente faz, e isso
pode levar a um aumento da temperatura corporal e a necessidade de mais
fluidos.
Sintomas de Desidratação
Desidratação leve a moderada pode causar:
- Boca
seca e pegajosa
- Sonolência
ou cansaço - crianças tendem a ser menos ativas do que o habitual
- Sede
- Diminuição
da produção de urina (para bebês, não molhar a fralda por três horas ou
mais)
- Pouca
ou nenhuma lágrima ao chorar
- Pele seca
- Dor de cabeça
- Prisão de ventre
- Tonturas
ou vertigens.
A desidratação severa, uma emergência médica, pode causar:
- Sede
extrema
- Preguiça
extrema ou sonolência em bebês e crianças
- Irritabilidade
e confusão em adultos
- Boca,
pele e membranas mucosas muito secas
- Pouca
ou nenhuma micção - toda a urina que é produzida será mais escura do que o
normal
- Olhos
fundos
- Pele
seca e murcha, sem elasticidade
- Em
bebês lactentes, fontanelas afundadas
- Pressão
arterial baixa
- Batimento
cardíaco rápido
- Respiração
rápida
- Sem
lágrimas ao chorar
- Febre
- Nos
casos mais graves, delírio ou inconsciência.
Infelizmente, a sede nem sempre é um indicador confiável da
necessidade do corpo por água, especialmente em crianças e idosos. O melhor
indicador é a cor da urina: clara ou de cor clara significa que o corpo está
bem hidratado, enquanto uma cor amarela ou âmbar escuro geralmente sinais de
desidratação.
Buscando ajuda médica
Se você é um adulto saudável, geralmente conseguirá tratar
desidratação leve a moderada ingerindo mais líquidos, como água ou uma bebida
isotônica. Obtenha cuidados médicos imediatos se surgirem sinais e sintomas
graves, tais como sede excessiva, falta de urina, pele enrugada, tonturas e
confusão.
Vá ao médico se a pessoa desidratada experimenta qualquer dos
seguintes sintomas:
- Vômito
constante por mais de um dia
- Febre
acima de 38°C
- Diarreia
por mais de dois dias
- Perda
de peso
- Diminuição
da produção de urina
- Confusão
- Fraqueza.
Leve a pessoa para o departamento de emergência do hospital se
ocorrerem essas situações:
- Febre
superior a 39°C
- Confusão
- Lentidão
(letargia)
- Dor
de cabeça
- Dificuldade
em respirar
- Dor
torácica ou abdominal
- Desmaio
- Falta
de urina nas últimas 12 horas.
Na consulta
médica
Em alguns casos é possível marcar uma consulta, em outros você
deverá buscar um serviço de emergência. Se a sua criança ou um adulto está
mostrando sinais de desidratação grave, tais como letargia ou reduzida
capacidade de resposta, procurar atendimento imediato em um hospital.
Aqui estão algumas informações para ajudá-lo a se preparar para
a consulta médica. Dessa forma, você já pode chegar à consulta com algumas
informações:
- Uma
lista com todos os sintomas e há quanto tempo eles apareceram
- Histórico
médico, incluindo outras condições que o paciente tenha e medicamentos ou
suplementos que ele tome com regularidade
- Em
caso de síncope (desmaio) ou crise convulsiva , peça a uma pessoa que
testemunhou a convulsão para te acompanhar. Anote caso você tenha sentido
alguma coisa diferente antes da síncope/convulsão e como você se sentiu
depois dela.
O médico provavelmente fará uma série de perguntas, tais como:
- Quando
os sintomas começam? O que o paciente estava fazendo?
- Com
que frequência o paciente apresentou diarreia ou vômito?
- Qual
a frequência da urina?
- Há
outros sintomas, como dores abdominais, febre, dor de cabeça ou dores
musculares? Quão graves são esses sintomas?
- Houve
sangue nas fezes?
- O
paciente comeu ou suspeita ter comido algum alimento estragado?
- Houve
contato com alguém que apresentava sintomas de diarreia?
- Quais
os medicamentos a pessoa toma?
- A
pessoa recentemente viajou para outro país?
- Você
sabe se houve redução no peso da criança desde que os sintomas começaram?
Diagnóstico
de Desidratação
Através de exames, o médico irá tentar identificar o que levou à
desidratação:
Análise
clínica
Aumento da frequência cardíaca, diminuição da pressão arterial e
respiração ofegante são sinais de desidratação potencial e outras doenças. A febre
pode ocorrer pela desidratação ou pela doença de base.
Exame de
urina
- A
cor e clareza de urina, a densidade da urina (a massa de urina é comparada
com a de quantidades iguais de água destilada) e a presença de cetonas
(compostos de carbono que significam catabolismo) na urina pode ajudam a
indicar o grau de desidratação
- O
aumento da glicose na urina pode conduzir a um diagnóstico de diabetes ou
indicar a perda de controle diabético e uma causa para a desidratação
- Excesso
de proteína na urina pode ser sinal de problemas renais
- Os
sinais de infecções ou de outras doenças, tais como doenças do fígado,
podem ser encontrados por testes de urina.
Exames de
sangue
- A
quantidade de sais (sódio e potássio) e de açúcar, bem como indicadores da
função renal (ureia e creatinina), pode ser importantes para avaliar o
grau de desidratação e possíveis causas
- Um
hemograma completo pode ser indicado se o médico acha que uma infecção
subjacente está causando a desidratação. Outros exames de sangue, tais
como testes de função hepática, podem ser indicados para encontrar as
causas dos sintomas.
Tratamento de Desidratação
Tratamento
caseiro
É possível tratar a desidratação leve a moderada das seguintes
maneiras:
- Bebericando
pequenas quantidades de água
- Ingerir
bebidas isotônicas
- Chupar
picolés feitos de sucos de frutas e bebidas isotônica
- Chupar
cubos de gelo
- Bebendo
por um canudo (funciona bem para alguém que passou por uma cirurgia de
mandíbula ou ter feridas na boca).
Se a desidratação aconteceu por exposição ao calor excessivo,
tente ajudar das seguintes formas:
- Remova
qualquer excesso de roupa e afrouxe as que não podem ser retiradas
- Áreas
com ar-condicionado são as melhores para ajudar a temperatura do corpo
volta ao normal e quebrar o ciclo de exposição ao calor
- Se
o ar condicionado não está disponível, aumente o resfriamento por
evaporação, colocando a pessoa na sombra. Coloque uma toalha molhada em
torno da pessoa
- Se
possível, use um borrifador para pulverizar água morna em superfícies
expostas da pele para ajudar com a perda de calor por evaporação
- Evite
expor a pele ao frio excessivo, como compressas de gelo ou água gelada.
Isso pode fazer com que os vasos sanguíneos da pele se contraiam,
reduzindo em vez de aumentar a perda de calor. A exposição ao frio
excessivo também pode causar tremores, que irá aumentar a temperatura
corporal – causando o efeito oposto.
Tratamento
médico
O tratamento no departamento de emergência se concentra primeiro
em restaurar o volume de sangue e fluidos corporais, determinando em seguida a
causa da desidratação. Os médicos provavelmente irão:
- Resfriar
o corpo do paciente, se a causa for exposição excessiva ao calor
- Fazer
a reposição de líquidos via oral se não houver náusea e vômitos ou
desidratação excessiva. Caso contrário, fazer a reposição intravenosa
- Fazer
exames de sangue e urina para determinas as causas da desidratação.
Se o paciente melhora, pode ser enviado para casa, de
preferência sob os cuidados de amigos ou familiares que podem ajudar a
monitorar sua condição. Se permanecer desidratado, confuso, febril, com sinais
vitais anormais persistentes ou sinais de infecção, pode precisar ficar no
hospital para tratamento adicional.
Medicamentos
Se a febre é uma causa de desidratação, o uso de antitérmicos
pode ajudar. Isso pode ser administrado por via oral se não houver vômito ou
como um supositório.
Complicações possíveis
A desidratação pode levar a complicações graves, incluindo:
- Lesão
térmica, que pode causar exaustão pelo calor ou insolação, com potencial
risco de vida
- Inchaço
do cérebro (edema cerebral): Se a reidratação for feita de forma
inadequada, pode ocorrer que algumas células inchem e se rompam. As
consequências são especialmente graves quando as células do cérebro são
afetadas.
- Convulsões:
eletrólitos - como potássio e sódio – ajudam a transportar os sinais
elétricos de célula para célula. Se os seus eletrólitos estão fora de
equilíbrio, as mensagens elétricas normais podem se confundir, o que pode
levar a contrações musculares involuntárias e, por vezes, a uma perda de
consciência
- Choque
por baixo volume de sangue (choque hipovolêmico): este é um dos mais
graves e às vezes com risco de vida. Ele ocorre quando o volume de sangue
baixo provoca uma queda da pressão arterial e uma queda na quantidade de
oxigênio em seu corpo
- Insuficiência
renal: este problema potencialmente fatal ocorre quando os rins já não são
capazes de remover o excesso de líquidos e resíduos do sangue
- Coma
e morte. Quando não tratada pronta e apropriadamente, a desidratação grave
pode ser fatal.
Prevenção
- Ingira
quantidades extras de água em eventos ao ar livre que há risco de aumento
da sudorese. Atletas e trabalhadores ao ar livre devem repor os líquidos
em uma taxa que é igual a perda
- Evite
exercício e exposição durante os dias de índice de calor intenso
- Certifique-se
de que as pessoas mais velhas e lactentes e crianças têm água potável
adequada
- Certifique-se
de que qualquer pessoa incapacitada ou prejudicada está ingerindo
quantidade adequada de líquidos
- Evite
o consumo de álcool, especialmente quando o clima está quente, uma vez que
o álcool aumenta a perda de líquido pela urina
- Use
roupas de cores claras e soltas se você deve estar ao ar livre no calor
- Não
permaneça o tempo inteiro no sol. Procure uma sombra e refresque-se
- Controle
o diabetes. Fonte: minhavida
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