Bebê prematuro: sintomas, tratamentos e causas
O que é Bebê
prematuro?
Bebê prematuro é
aquele que nasce com até 36 semanas e seis dias de gestação e também pode ser
chamado de pré-termo. Cerca de 9,2% dos nascimentos no Brasil são prematuros.
Tipos
Em geral o bebê
prematuro é classificado de acordo com a idade gestacional:
- Bebê prematuro limítrofe:
nascido entre 37 e 38 semanas
- Bebê prematuro moderado:
nascido entre 31 e 36 semanas
- Bebê prematuro extremo:
nascido entre 24 e 30 semanas.
Quanto maior a
prematuridade do bebê, maiores os riscos para a sua saúde, pois é possível que
a criança não tenha se desenvolvido completamente.
Causas
As causas do
nascimento de um bebê prematuro em geral são maternas, ou seja, são condições
que a mãe apresenta. Entre elas, podemos destacar:
- Infecção urinária
- Pré-eclâmpsia
- Descolamento prematuro de placenta
- Diabetes gestacional
- Distúrbios da tireoide
- Infecções congênitas, como toxoplasmose, citomegalovírus, sífilis, aids
- Uso de bebidas alcoólicas e
drogas ilícitas.
No entanto, algumas
condições do bebê também podem levar ao nascimento de um bebê prematuro.
Confira algumas delas:
- Malformações fetais
- Presença de síndrome
genética.
Sintomas de Bebê
prematuro
O bebê prematuro,
antes de tudo, é bem menor do que um bebê nascido a termo. Em geral ele mede
menos do que 46 centímetros e pesa menos do que 2,5 quilos, mas pode chegar a
pesar até mesmo 1 kg. Ainda nas características físicas, o bebê prematuro
apresenta:
- Cabeça desproporcionalmente
grande
- Membros mais finos, por ter
menos depósitos de gordura
- Postura mais relaxada, já
que os músculos ainda não tem a tendência para flexão dos membros
- Pele mais fina, sendo
possível ver algumas veias
- Órgãos genitais não
totalmente formados.
O bebê prematuro
também costuma ter dificuldades em manter o calor do corpo, por não ter muitos
depósitos de gordura no corpo. Por isso mesmo, a temperatura do seu corpo tende
a ser equivalente a do ambiente.
Complicações
respiratórias são comuns nos bebês prematuros, podendo até mesmo desenvolver
uma síndrome da dificuldade resporatória. Esses bebês também podem não ter
reflexos de sucção e deglutição, o que pode trazer dificuldades na hora de se
alimentar.
No entanto, essas
características variam de acordo com o grau de prematuridade da criança.
Diagnóstico de Bebê
prematuro
Durante a gestação
o ginecologista calcula o tempo gestacional a partir do dia da última
menstruação e dessa forma ele estima em que estágio da gravidez a mulher está.
Se a criança nasce
antes de serem completadas 37 semanas, ela já é considerada um bebê prematuro.
O médico então observará quais são as características dessa criança e buscará a
melhor forma de cuidar dela. Para tanto, ele poderá pedir alguns exames, como:
- Verificação do nível de
oxigênio no sangue
- Níveis séricos de glicose,
cálcio e bilirrubina
- Raio X do tórax
- Monitoramento da respiração
e taxa cardíaca
- Ultrassom, para verificação
dos órgãos internos do bebê
- Ecocardiograma
- Exame de vista, já que uma
das complicações possíveis é a retinopatia de prematuridade.
Tratamento de Bebê
prematuro
Em geral a criança
que nasceu muito prematura deverá ficar na Unidade de Terapia Intensiva
Neonatal do hospital, com aparelhagem que permita acompanhar a evolução de sua
saúde. Nesse berçário, ele será exposto aos seguintes procedimentos:
- O bebê prematuro será
colocado na incubadora, que o ajudará a manter a temperatura corporal
ideal
- Haverá constante
monitoramento dos sinais vitais do bebê prematuro, como pressão arterial,
batimentos cardíacos e respiração
- Provavelmente o bebê
prematuro receberá alimentação intravenosa ou o leite materno poderá ser
dado a ele através de um tubo que entre pelo nariz e vai até o estômago,
até que o bebê tenha o reflexo de sugar e engolir
- Os níveis de sódio, potássio
e fluídos no corpo do bebê prematuro também serão monitorados, para que
possam ser repostos conforme as necessidades da criança
- Muitas vezes o bebê
prematuro precisa receber transfusões sanguíneas, pois ele pode não ter a
capacidade de produzir suas células vermelhas por conta própria.
Ele também pode
precisar tomar medicamentos ou até mesmo passar por algum tipo de cirurgia,
conforme as complicações que ele pode desenvolver.
Enquanto o bebê
prematuro está na Unidade Neonatal do hospital, em que será cuidada por uma
equipe completa de profissionais de saúde. Quando estiver em contato com esses
especialistas, você pode fazer uma série de perguntas sobre o bebê prematuro
conforme o quadro for avançando, como por exemplo:
- Quais as condições do meu
bebê? Algo mudou?
- Como esses equipamentos
ajudam meu bebê?
- Meu bebê está tomando alguma
medicação?
- Que tipos de exames meu bebê
precisa fazer?
- Como devo segurar meu bebê?
Você pode me mostrar?
- Por quanto tempo ele
continuará sendo alimentado por tubos?
- Quando posso tentar
amamenta-lo?
- Quem eu devo contatar se
tiver alguma dúvida sobre os cuidados com meu bebê?
- Posso trazer um cobertor ou
fotos da minha família para a incubadora do meu filho?
- O que posso ajudar no
cuidado do meu bebê enquanto ele está na Unidade de Terapia Intensiva
Neonatal?
- Quando meu bebê poderá
voltar para casa?
- O que preciso saber sobre os
cuidados com meu bebê uma vez que ele esteja em casa?
- Com que frequência devo
voltar para fazer as visitas de retorno após a alta?
Quando o bebê está
em condições de saúde estáveis e pesando mais de 2 quilos já pode receber todas
as vacinas necessárias.
Em geral, o bebê
pode ir para casa após atender os seguintes quesitos:
- Conseguir respirar sem ajuda
- Conseguir manter a
temperatura corporal
- Conseguir mamar no peito da
mãe ou na mamadeira
- Ganhar peso de forma estável
e constante
- Não ter nenhuma infecção.
Convivendo/
Prognóstico
O bebê prematuro
precisa de uma série de cuidados em casa, principalmente nos primeiro meses. Em
geral, a equipe médica orientará você sobre como devem ser esses cuidados e é
importante que você tire toda e qualquer dúvida com eles. Entender quais são os
sintomas que podem significar uma emergência médica também é essencial.
Veja quais são os
principais pontos de atenção nos cuidados do bebê prematuro em casa:
- Alimentação: muitos bebês
prematuros precisam de suplementação, seja com fortificadores do leite
materno, seja com formulas para bebês prétermo. Saber também com que
frequência e qual quantidade com que seu filho deve se alimentar também é
importante
- Proteção à saúde: evitar
locais lotados e garantir que as pessoas que entram em contato com seu
bebê lavem as mãos são boas formas de prevenir infecções, já que os bebês
prematuros são mais propensos a tê-las. As infecções respiratórias são as
mais comuns, por isso é comum que ele receba uma imunoglobulina chamada
palivizumabe, que o protege contra o vírus sincicial respiratório
- Visitas ao médico: as idas
ao pediatra e outros profissionais de saúde que acompanham seu bebê devem
ser feitas na frequência correta, que pode chegar a ter uma frequência
semanal ou quinzenal inicialmente, para que o crescimento e
desenvolvimento do bebê prematuro seja acompanhado
- Calendário de vacinação: os
bebês prematuros devem seguir uma vacinação específica, que será orientada
pelo pediatra, em geral seguindo a idade cronológica do bebê. Confira o calendário dos prematuros da Sociedade Brasileira de
Imunizações (SBIm).
Complicações
possíveis
O bebê prematuro
está sujeito a uma série de complicações que aumentam de risco conforme o grau
de prematuridade. Veja algumas delas:
Icterícia
Esse é o nome da
cor amarelada típica da icterícia é provocada pela bilirrubina, uma substância
da mesma cor que é produzida na bile e que permanece no plasma até ser
eliminada junto com a urina.
A bilirrubina é
formada a partir da morte de alguns glóbulos vermelhos presentes no sangue – o
que acontece todos os dias. Essas células sanguíneas mortas são retiradas da
circulação pelo fígado, que, a partir daí, forma a bilirrubina, que mais tarde
será descartada pelo próprio corpo. No entanto, algumas vezes, pode ocorrer o
acúmulo dessa substância no corpo, provocando icterícia.
No bebê prematuro,
no entanto, ela pode levar a complicações como a encefalopatia bilirrubínica,
que causa letargia, hipotonia, febre e convulsões. Essa complicação é tratada
com fototerapia. Bebês com icterícia também podem ter hiperglicemia ou hipoglicemia, anemia, disfunções
renais, hérnia inguinal, entre outros
quadros.
Retinopatia da
prematuridade
Esse problema nos
vasos sanguíneos da retina está relacionado não só à prematuridade, como também
ao baixo peso ao nascer. Nela, não há irrigação de sangue adequada na retina da
criança. Caso o quadro não seja diagnosticado e tratado adequadamente (com
técnicas como a crioterapia), pode levar ao deslocamento da retina e até mesmo
à cegueira infantil.
Apneia
Apneia é a parada
respiratória e, no caso do bebê prematuro, pode ocorrer por que o sistema
respiratório não está desenvolvido o suficiente ou devido a outras das
complicações da prematuridade, como as convulsões. A parada dura entre 15 e 20
segundos, mas pode causar sequelas no sistema nervoso central.
Problemas
cardiovasculares
Bebês prematuros
podem ter problemas de hipotensão, que é a pressão
arterial baixa, e persistência do canal arterial, ou seja, o duto arterioso que
liga o coração à aorta não está fechado. O duto pode se fechar sozinho, no
entanto, não tratar essa condição pode causar falência do coração.
Expectativas
Após o nascimento é
difícil prever quão saudável o bebê prematuro poderá ser. Em geral, depois de
passarem bem pela fase logo após o nascimento, as chances de uma vida saudável
é maior. A maior parte dos bebês prematuros limítrofes e moderados (nascidos
após, no mínimo, 32 semanas de gestação) ficam bem após o nascimento.
Já os bebês
nascidos antes de 26 semanas ou com menos de um quilo tem mais chances de
problemas de cognição e aprendizado e também de paralisia cerebral.
Prevenção
Alguns hábitos
podem aumentar o risco do parto prematuro. Veja quais são eles e como
evita-los:
Tabagismo
Este é um dos
hábitos mais criticados em mulheres grávidas. O fumo prejudica a circulação
uteroplacentária que causa uma menor oxigenação fetal. A diminuição do oxigênio
que chega ao bebê faz com seu crescimento se torne mais restrito, o que gera
uma interrupção prematura da gestação, ou seja, a mulher entra em trabalho de
parto antes da hora. Além disso, o tabaco reduz a inativação de um fator que
está envolvido no início e na manutenção do trabalho de parto, adiantando todo
o processo. O fumo que é fator de risco para o parto prematuro quando
continuado ao longo dos nove meses. As mulheres que fumam e descobrem que estão
grávidas, mas abandonam o vício imediatamente no início da gravidez não correm
os mesmos riscos.
Desnutrição
Futuras mães que
não se alimentam de forma adequada durante a gravidez também colocam seus bebês
em risco. Principalmente se surgirem casos de anemia durante este período. Ao
consumir poucos dos nutrientes essenciais, não só a mulher se prejudica, como a
criança: pode haver uma restrição do crescimento do feto também. Isso aumenta
risco de sofrimento fetal e morte, o que leva a interrupção da gestação antes
do tempo. Os nutrientes como ácido fólico, vitamina C, cálcio, magnésio,
potássio, ferro, entre outros, são considerados essenciais para a saúde da
gestante e do feto.
Obesidade
Por outro lado,
mulheres obesas também trazem riscos à duração da gestação. No caso, o dano é
maior quando elas já apresentam o índice de massa corporal (IMC) muito acima do
aconselhado antes da gravidez. Há maior risco de existirem quadros como
diabetes e hipertensão arterial, que contribuem para a prematuridade. A alta da
pressão arterial, por exemplo, causa um envelhecimento precoce da placenta,
impedindo a chegada dos nutrientes para o bebê.
Álcool
A bebida alcoólica
também não tem uma boa relação com a gravidez. O mecanismo específico de como o
álcool causa trabalho de parto prematuro é desconhecido, mas além de aumentar
risco de infecções, ele causa o descolamento prematuro de placenta. Como se
isso não bastasse, esse macronutriente é passado diretamente para o feto na
placenta, fazendo com que ele tenha todos os efeitos no sistema circulatório do
bebê também. E muitas vezes o hábito de beber também está relacionado à má
alimentação.
Estresse
Hábitos que
cultivam o estresse só pioram o risco do trabalho de parto se iniciar antes da
hora. E a culpa disso tudo é dos hormônios ativados por esse quadro emocional.
A elevação da noradrenalina e do cortisol, que está presente nesses casos,
desencadeia contrações uterinas. Isso porque essas substâncias estão ligadas ao
processo hormonal do parto. Por isso mesmo, vale a pena combater esse mal,
encontrando pausas de descanso, praticando atividade física e cuidando de si.
Desidratação
A redução de
líquido amniótico também pode causar um parto prematuro, até porque é uma
condição que prejudica questões o crescimento do feto, como o desenvolvimento
de seus pulmões, por exemplo. Muitas vezes essa redução ocorre por algum
problema na troca entre a mãe e o bebê, aí não há o que se possa fazer. Mas
consumir pouca água também pode ajudar a deixar esse líquido menor. A ingestão
de 2 a 3 litros de água por dia poderia evitar essa redução.
Abuso de açúcar
Durante a gestação,
a placenta produz hormônios que bloqueiam em parte a ação da insulina no corpo,
hormônio que atua na retirada da glicose do sangue. Isso pode gerar um quadro
chamado de diabetes gestacional, e consumir grandes quantidades de açúcar,
principalmente o de adição, não ajuda em nada na prevenção do problema, que
está ligado também a partos prematuros. Acredita-se que esse excesso de glicose
gera um aumento do feto e do líquido amniótico, causando uma extensão do útero.
Quando esses músculos se expandem muito, o trabalho de parto pode se
desencadear mais cedo, mas isso é apenas uma teoria. Fonte: minhavida
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