Hipoglicemia: sintomas, tratamentos e causas
O que é
Hipoglicemia?
Ignorar os sintomas
da hipoglicemia pode acarretar em consequências graves, como a perda de
consciência. Isso porque o cérebro necessita de glicose para funcionar
propriamente.
Hipoglicemia é um
distúrbio provocado pela baixa concentração de glicose (açúcar) no sangue, que
pode afetar pessoas portadoras de diabetes ou não.
A hipoglicemia é
considerada por muitos como um efeito colateral do tratamento de diabetes, mas diversos
outros fatores também podem levar uma pessoa a desenvolver um quadro
hipoglicêmico. Isso porque a hipoglicemia não é uma doença em si, mas um
indicador de que pode haver algum problema de saúde mais grave.
Tipos
Existem dois tipos
de hipoglicemia: a hipoglicemia de jejum e a hipoglicemia pós-prandial ou
reativa, como também é conhecida.
A diferença entre
as duas é simples: a de jejum ocorre antes das refeições e a pós-prandial
ocorre após as refeições. Este segundo tipo não é tão comum quanto o primeiro,
mas ainda assim aparece com alguma frequência.
Causas
Muitos cenários
podem levar uma pessoa a desenvolver hipoglicemia, principalmente a de jejum,
mas para entender melhor esse distúrbio é bom saber exatamente como funciona a
regulação de açúcar em nosso sangue.
Durante a digestão,
o corpo absorve nutrientes de tudo o que comemos. Alimentos como arroz, pães,
massas, vegetais, frutas e derivados do leite são muito ricos em carboidratos,
que são convertidos pelo nosso corpo em várias moléculas de açúcar. Uma dessas
moléculas é a glicose, que é também a nossa principal fonte de energia. Na
digestão, a glicose entra na corrente sanguínea e se espalha por todo o
organismo, entrando nas células e conferindo ao nosso corpo a energia de que
precisa.
Só que isso não
seria possível sem a insulina, um hormônio produzido pelo pâncreas e que é
responsável pela regulação de açúcar no sangue. Quando comemos, a taxa de
glicose em nosso sangue aumenta instantaneamente. Por essa razão, a insulina
está sempre alerta e pronta para agir imediatamente após a digestão. Ela ajuda
as células a absorver glicose e, assim, mantém os níveis de açúcar no sangue
estáveis e dentro da faixa considerada normal, que varia entre 70 e 100 mg/dL.
Hipoglicemia de
jejum com diabetes
Quando as taxas de
glicose na corrente sanguínea ficam acima de 126 mg/dL no jejum por duas
ocasiões consecutivas, o paciente é diagnosticado com diabetes. Se ficam abaixo
de 45 mg/dL, então a pessoa pode ter hipoglicemia. No entanto, é possível
apresentar quadro hipoglicêmico mesmo estando com diabetes. Mas como?
No diabetes, as
taxas de glicose presentes na corrente sanguínea estão mais altas que o normal.
Para controlar esse problema, alguns medicamentos ou insulina são prescritos
pelos médicos para ajudar na regulação dos níveis de açúcar.
A dose de insulina
que a pessoa irá aplicar depende sempre da quantidade de carboidrato ingerido
no dia. Pode acontecer, no entanto, de uma pessoa acabar injetando mais
insulina do que o necessário, levando-a, assim, a um quadro de hipoglicemia.
Mesmo que a dose
ministrada tenha sido a ideal para manter as taxas de glicose no sangue
estáveis, se a pessoa não comer uma quantidade razoável durante as refeições
ela também pode acabar desenvolvendo o distúrbio, pois não terá produzido
glicose suficiente.
Por essa razão,
também é recomendado que, após tomar os medicamentos, pacientes não pratiquem
exercícios físicos intensos, que demandam maior uso da glicose presente na corrente
sanguínea. Por isso, é necessário que médico e paciente atuem juntos para
descobrir meios que permitam ao diabético comer bem e praticar exercícios sem
que haja queima desnecessária de glicose.
Hipoglicemia de
jejum sem diabetes
Mas hipoglicemia não
é um problema associado exclusivamente ao diabetes. Diversos outros fatores
podem contribuir para que uma pessoa apresente níveis baixos de açúcar no
sangue. Veja abaixo:
Medicamentos –
Tomar acidentalmente remédios para diabetes de outras pessoas pode levar a um
quadro de hipoglicemia, principalmente em crianças e adultos com problemas
renais. O consumo de outros medicamentos, como a quinina, usada para tratar
malária, também pode levar ao desenvolvimento do distúrbio.
Consumo excessivo
de álcool – Beber álcool em excesso sem ter se alimentado antes pode fazer com
que o pâncreas torne-se incapaz de produzir insulina.
Algumas doenças
crônicas – Problemas no pâncreas e nos rins, como tumor e hepatite severa,
também podem causar hipoglicemia. Além disso, passar um longo período sem se
alimentar também pode contribuir para o desenvolvimento do distúrbio,
principalmente em casos de anorexia.
Deficiências
endócrinas – Problemas no funcionamento das glândulas adrenais podem provocar
deficiências em hormônios-chave para a produção de glicose. Crianças são mais
suscetíveis a essas deficiências do que pessoas adultas.
Hipoglicemia
pós-prandial ou reativa
Apesar de menos
comum que a hipoglicemia de jejum, este tipo do distúrbio ocorre em média de
três a cinco horas após as refeições, como resultado do desequilíbrio entre os
níveis de glicose e de insulina no sangue.
Além disso, pode
aparecer também em pessoas que passaram por cirurgias bariátricas, procedimento
que reduz o tamanho do estômago com o objetivo de fazer o paciente emagrecer.
No entanto, pessoas que nunca fizeram esse tipo de cirurgia também podem
desenvolver o distúrbio. Depende muito do organismo em questão.
Sintomas de
Hipoglicemia
O corpo humano
precisa de uma quantidade específica de açúcar para funcionar propriamente.
Quando há hipoglicemia, podem aparecer alguns sintomas comuns, como:
- Confusão mental
- Comportamento anormal
- Dificuldade em realizar
atividades simples e de cumprir tarefas rotineiras
Pode ser, ainda,
que apareçam outros sintomas, ainda que estes sejam bem menos comuns, como
convulsões, perda de consciência e coma.
Sintomas como
palpitações, tremores, ansiedade, suor frio, fome excessiva e formigamento ao
redor da boca também podem ser causados pela hipoglicemia. Mas cuidado: estes
não são sintomas exclusivos deste distúrbio. Recomenda-se um exame de sangue
específico para saber se a causa é realmente a hipoglicemia ou não.
Quando buscar um
médico?
Em caso de
suspeita, procure um médico imediatamente. Afinal, é melhor prevenir do que
remediar. Hipoglicemia pode ser um indicador de algum problema de saúde mais
grave.
Na consulta médica
Durante a consulta,
é importante que a pessoa descreva todos os sintomas que esteja apresentando,
especificando quando eles começaram e com que frequência eles aparecem.
Detalhar
medicamentos e eventuais tratamentos que tenha feito nos últimos meses também
deve ser levado em consideração durante a conversa com o especialista, mesmo
que tenham sido para doenças sem qualquer vínculo com hipoglicemia.
Se tiver diabetes,
o ideal é conversar com o médico especificamente sobre o histórico de
tratamento da doença e mostrar também os últimos resultados de exames de
sangue.
Diagnóstico de
Hipoglicemia
Para o diagnóstico,
o especialista poderá fazê-lo levando em consideração três etapas:
Surgimento dos
sintomas
O paciente, em
princípio, pode não apresentar os sintomas da hipoglicemia logo que chega à
consulta médica. Neste caso, o médico poderá optar por deixá-lo em observação,
internado durante uma noite, a fim de esperar os sintomas se manifestarem para
fazer o diagnóstico preciso. Pode ser também que o paciente tenha de ficar
internado por mais tempo, no caso do especialista optar por observar os
sintomas de forma mais precisa. Se os sintomas do paciente corresponderem à
hipoglicemia reativa, o médico pode querer, ainda, testar os níveis de glicose
no sangue do paciente.
Exames
O diagnóstico de
hipoglicemia é feito geralmente por meio da observação clínica.. No entanto,
poderá ser necessário que o médico peça exames para diagnosticar o distúrbio. O
mais comum dos exames feitos para este tipo de problema é a glicemia de jejum, em que uma amostra de sangue é
enviada para análise em laboratório. Lá, uma máquina automatizada verifica a
glicemia e libera o resultado entre 30 minutos a 24 horas após a realização do
exame.
Desaparecimento dos
sintomas
A terceira e última
parte do processo de diagnóstico acontece ainda quando o paciente está sob
observação médica, que foi submetido durante todo o processo de diagnóstico a
um tratamento para elevar os níveis de glicose no sangue. Nesta etapa,
espera-se que o paciente tenha respondido ao tratamento e que o índice de
açúcar no sangue já tenha subido, fazendo com que os sintomas desapareçam.
Neste caso, o médico poderá finalizar o diagnóstico como positivo para
hipoglicemia.
Tratamento de
Hipoglicemia
Para tratar
hipoglicemia, são necessários dois tipos de tratamento: inicial e imediato.
Isso ajuda a aumentar as taxas de glicose no sangue e na identificação da
condição que está causando a hipoglicemia, a fim de tratá-la para que não
reincida.
O tratamento inicial
depende, primeiramente, dos sintomas apresentados. Sinais mais simples da
doença podem ser tratados por meio da ingestão de açúcar, como doces e sucos de
frutas. No entanto, se os sintomas forem mais severos, o paciente talvez
necessite de injeções de glucagon ou de glicose intravenosa, além de mudanças
na dieta e na rotina de exercícios físicos.
Prevenir a
reincidência de hipoglicemia requer outras medidas. Se um medicamento for a
causa da hipoglicemia, o médico poderá sugerir a troca deste por outro. Agora,
se a causa for um tumor no pâncreas, o tratamento é feito por intervenção
cirúrgica.
Convivendo/
Prognóstico
O diagnóstico de
hipoglicemia requer mudanças nos hábitos alimentares e na rotina do paciente. É
necessário seguir à risca as orientações do médico para que o tratamento seja
bem-sucedido.
Diabetes
Se você tem
diabetes, alguns cuidados devem ser tomados para evitar complicações:
- Coma antes de dormir. Ir
para a cama em jejum pode causar aquilo que médicos chamam de hipoglicemia
noturna, caracterizada por pesadelos, transpiração intensa e dor de cabeça
ao levantar
- Não pule refeições. Ficar
muito tempo sem comer faz com que o índice de açúcar no sangue caia
naturalmente. O ideal, de acordo com especialistas, é alimentar em
intervalos regulares
- Pacientes com diabetes
precisam tomar cuidado especial com o consumo de carboidratos, mas é um
erro achar que este nutriente deva ser evitado definitivamente da dieta.
Muito pelo contrário. Para aqueles que praticam atividade física, a
ingestão de carboidratos antes e depois dos exercícios é de extrema
importância, do contrário pode haver um caso de hipoglicemia
- É importante ficar sempre
atento à taxa de glicose no sangue, mesmo durante a prática de exercícios
físicos
- O consumo de bebidas
alcóolicas deve ser evitado, pois o fígado, para metabolizar o álcool,
deixa de lado outras funções, como o fornecimento de glicose às células,
além de prejudicar a absorção de diversos minerais e vitaminas pelo corpo
- Cuidado na aplicação de
insulina! Quantidades maiores que as necessárias podem causar o efeito
avesso da diabetes e diminuir em excesso o índice de açúcar no sangue,
levando o paciente a um quadro de hipoglicemia.
Complicações
possíveis
Ignorar os sintomas
da hipoglicemia pode acarretar em consequências graves, como a perda de
consciência. Isso porque o cérebro necessita de glicose para funcionar
propriamente.
A hipoglicemia pode
levar ainda a outras complicações, como convulsões, coma e até mesmo à morte.
Prevenção
Quando a
hipoglicemia é desencadeada por muitas horas sem se alimentar, a pessoa deverá
ingerir, alimentos que aumentem a glicose, como um copo de suco, um pedaço de
chocolate ou mesmo um copo de água com açúcar. Para quem tem tendência à
hipoglicemia em jejum o correto é não deixar de se alimentar de 3 em 3 horas.
No caso da
hipoglicemia pós-prandial ou reativa, trocar alimentos com altas doses
glicêmicas, como açúcares, massas e bolos, por carboidratos de baixa carga
glicêmica e ricos em fibras, que diminuem a velocidade de liberação da insulina
no organismo, como legumes e verduras, cereais integrais e leguminosas
(feijões, ervilha, soja, lentilha), são a melhor saída. É bom também cortar os
sucos e os doces, diminuir os intervalos entre as refeições para que coma de
três em três horas e alimentar-se bem antes de realizar exercícios físicos.
Fonte: minhavida
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