Reduza o estresse no trânsito com sete dicas
Quem pensa
que trânsito engarrafado é exclusividade das
grandes metrópoles, está enganado. Atualmente diversas cidades tem esse
problema, que inclusive é muito comum também em rodovias. O problema é que o
tráfego parado causa muito estresse, devido a diversos fatores, o que
reduz muito a qualidade de vida de quem precisa encarar o trânsito a semana
inteira, não só dirigindo, como também de passageiro em um carro ou no
transporte público.
"Entre 13 e 17% dos motoristas brasileiros têm algum distúrbio
comportamental no trânsito, e o estresse é um fator que acaba
desencadeando esses problemas", considera o clínico geral Dirceu Rodrigues
Alves Junior, chefe do Departamento de Medicina de Tráfego Ocupacional na
Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (ABRAMET). Portanto, prevenir
nesses casos é o melhor remédio. E apesar de o trânsito parecer inevitável,
existem sim formas de reduzir essa tensão, não importa se você está conduzindo
ou sendo conduzido. Confira algumas a seguir:
Faça
alongamentos
O estresse emocional, por conta dos atrasos e compromissos do
dia não é o único fator que torna o trânsito estressante. Outra das causas é
física: estar por muito tempo na mesma posição. O carro ou ônibus cheio podem
parecer locais fechados, pequenos ou apertados, mas é possível fazer alguns
alongamentos para relaxar o corpo e a mente. "O ato produz endorfina, um
analgésico natural do nosso organismo, aquele que faz o atleta sentir prazer
quando termina o exercício, apesar do cansaço", explica o clínico geral
Dirceu Rodrigues Alves Junior, chefe do Departamento de Medicina de Tráfego
Ocupacional na ABRAMET.
Outro benefício está em movimentar músculos que normalmente ficariam parados,
evitando dores no corpo, que podem aumentar a sensação de estresse. O especialista
indica flexionar os braços atrás da cabeça e o tórax para frente ou sobre o
volante, tracionar os joelhos sobre o abdômen, e flexionar e estender punhos e
tornozelos.
Respire
melhor
Inspirar e expirar são uma excelente alternativa para trazer
relaxamento. Principalmente puxar o ar para dentro dos nossos pulmões. "A
inspiração está mais conectada com o lado ativo do sistema nervoso autônomo,
chamado simpático, enquanto a expiração está mais conectada com o lado calmante
do sistema nervoso autônomo chamado parassimpático", ensina Marcos Rojo
Rodrigues, PhD em Ciência do Yoga (Índia) e professor do Centro de Práticas
Esportivas da Universidade de São Paulo (USP).
Além disso, a respiração leva mais oxigênio a todos os tecidos do corpo,
incluindo o cérebro. "Isso ajuda a manter os neurônios em equilíbrio,
regulando suas funções e ajudando a manter o bem-estar", frisa Alves.
Experimente expirar e inspirar durante o mesmo tempo, e até segurar o ar um
pouco entre os movimentos, isso vai acalmar o nervosismo por estar atrasado, e
até ajuda-lo a pensar em uma solução para evitar esse trânsito de alguma forma.
Pense em rotas alternativas
Trocar de caminho, seja a rua em que você dirige ou o itinerário
do ônibus que você escolhe, pode nem sempre evitar o trânsito, é verdade. Mas
mesmo quando o tráfego continua atravancado na sua rota alternativa, ainda
assim o estresse pode ser menor. "Passando todo dia pelo mesmo lugar é
monótono, quando você desvia o caminho, vivencia o ambiente, identificando sons
e paisagens fora da rotina, e isso realmente ajuda a buscar um
equilíbrio", considera Alves.
Para melhorar, isso também ajuda a colocar seu cérebro em ação, e tira você do
"piloto automático", quando você simplesmente passa pelo caminho sem
prestar atenção. O cérebro também cria novas conexões entre os neurônios todos
os dias, um fenômeno importante que os cientistas chamam de neuroplasticidade e
que ajuda a quebrar hábitos.
Feche os
vidros
Quando você está preso no trânsito, tudo serve para aumentar seu
estresse. "O meio externo ao carro é extremamente nocivo, com vapores,
fuligens, além da vibração, ruído e variação de temperatura causados pelos
veículos", enumera Alves. Além de tudo, o calor faz com o indivíduo sue,
perdendo minerais e o equilíbrio de seu corpo. Tudo isso ajuda a piorar ainda
mais o estado de nervos de quem está nessa situação. Por isso mesmo, a melhor
atitude para o especialista é fechar os vidros e se isolar desse ambiente, sem
participar dele.
Ouça música
e cante junto
Ligar o rádio ajuda a transportar o motorista para longe do
ambiente estressor, fazendo com que os fatores estressantes listados no tópico
anterior fiquem longe. Escolher uma música que você possa cantar é o ideal, pois é
mais uma forma melhor ainda de escape. O tipo de música não importa tanto, o
essencial é que o estilo o agrade. "Cada pessoa relaxa de acordo com o seu
estilo de vida e estilo musical, portanto não há problemas em relaxar ouvindo
heavy metal, desde que seja o gosto da pessoa. Se a música te faz esquecer os
problemas, relaxar e acalmar, ela pode ser utilizada com esse fim",
comenta o psiquiatra Leonard Verea, especializado em Medicina Psicossomática e
em Medicina do Trabalho.
Para quem está no transporte, uma pesquisa feita pelo Departamento de
Psicologia da Universidade de Londres indicam que o fone de ouvido altera
nossos limites de espaço pessoal, ou seja, torna mais tolerável a proximidade
entre as pessoas que vemos nos ônibus, metrôs e trens lotados. Para quem está
sentado ou se equilibra bem de pé, ler um livro também ajuda bastante e sair da
realidade do trânsito e não se preocupar tanto com o tempo perdido. Mas no
transporte público, evite cantar junto ou ler em voz alta, viu?
Tenha uma
companhia
Dividir o trajeto do trabalho com um amigo ou mesmo combinar
caronas de carro também ajuda a tornar o momento mais suportável. Parte do
estresse no trânsito não se dá apenas pelo nervosismo de ter compromissos e
estar atrasado e da falta de mobilidade, mas também com a insegurança de ser
assaltado. E só o fato de ter companhia já traz uma sensação de conforto, pois
normalmente as vítimas desse tipo de atentado são pessoas sozinhas.
Se você dirige pode combinar um esquema de caronas. Se for possível revezar o
motorista é melhor, afinal a maior parte do estresse acaba ficando com quem
está ao volante. Mas mesmo que você dirija todos os dias, ainda é vantajoso ter
alguém preenchendo o banco do co-piloto: "quando se tem parceiros no
veículo, há como conversar, se distrair e assim o motorista não enfrentar o
meio externo nocivo", expõe Alves.
Desengate o
carro
Para quem tem carro com cambio manual, ou seja, que precisa
trocar as marchas, é importante sempre tirar o pé da embreagem e deixar o
veículo em ponto morto quando estiver parado. "A perna esquerda fica em
uma posição desconfortável e antiergonômica, em que você flexiona os músculos e
compromete a articulação do tornozelo, joelho e da coxa com o quadril, além de
prejudicar a lombar", enumera Alves. E isso alivia o estresse físico do
trânsito. Além disso, o estado de tensão muscular ajuda a aumentar a
irritabilidade, pois há um maior desgaste físico e demanda de oxigênio, o que
leva à fadiga muscular. Fonte: minhavida