Sexo: em quais situações ele é contraindicado?
É indicado fazer sexo durante a gravidez? Dá para fazer sexo durante amenstruação? Algumas situações que geram dúvida sobre se é possível ou não fazer
sem maiores problemas. Confira quando ele está liberado e em quais momentos é
melhor esperar.
Sexo
durante a menstruação
Se ambas as partes forem
saudáveis, não há uma contraindicação real, principalmente nos casos de
relacionamento duradouros e monogâmicos. E esse risco se estende não só para o
sexo envolvendo penetração, como também para relações orais, que podem ser
praticadas durante a menstruação com os devidos cuidados.
Há
casos em que a pessoa se sente desconfortável com a presença do sangue, e por
isso evita o ato sexual nesse período. A situação deve ser discutida entre o
casal, que optará ou não por manter as relações.
Também
é contraindicado dispensar a camisinha. "Quando mulher está menstruada ela
libera sangue, facilitando a transmissão de doenças pela corrente sanguínea,
como HIV e sífilis", lembra Sylvia. "Ela também está suscetível a
contrair algum tipo de infecção, uma vez que os vasos da região estão mais
sensíveis", completa.
Quando
o assunto é sexo durante o período menstrual, logo surge a pergunta: é possível
engravidar durante a menstruação? A resposta é não. Segundo a ginecologista e
sexóloga Sylvia Cavalcanti, presidente da Comissão de Sexologia da Federação
Brasileira de Ginecologia a Obstetrícia (FEBRASGO), a menstruação é decorrente
da descamação do endométrio, que fica inapropriado para receber o feto, além de
não haver ovulação nesse período. "Mas as pessoas às vezes confundem
pequenos sangramentos intermenstruais com menstruação, e estes podem inclusive
ser sangramentos ovulatórios", afirma. Dessa forma, se uma mulher fizer
sexo durante a menstruação ela não vai engravidar, mas é necessário ficar
atenta ao tipo de sangramento. Se for um sangramento ovulatório, por exemplo, é
o momento mais propício para a gravidez. Também pode ser o caso de feridas,
fissuras ou doenças mais graves, que devem ser investigadas.
Quando sexo
causa dor
Afetando predominantemente
mulheres, a dor durante o sexo também pode ser chamada de dispareunia. De acordo com o ginecologista
Fábio Rosito, o quadro pode ser motivado por fatores orgânicos, como infecções
bacterianas, feridas na região da vulva e endometriose, mas também pode ser uma
consequência de questões psicológicas, como traumas, insegurança, falta de
desejo sexual e problemas com relação à sexualidade. "De qualquer forma, a
dor durante o sexo deve ser investigada", diz.
Homens
também podem sofrer com a dor durante o ato sexual, porém é menos comum. As
principais causas incluem infecções, fissuras e feridas na região genital, que
podem ser uma consequência do atrito ou então doenças sexualmente
transmissíveis. Apesar de ser menos comum, a dor peniana durante o sexo também
deve ser investigada.
O sexo
anal também não deve causar dor em todas as relações, afirma o urologista
Augusto Cunha Campos Gonçalves, do Hospital Belo Horizonte. "Tomar certos
cuidados evita a dor, como o uso de lubrificantes e estar com o corpo relaxado,
sem tensões." O casal deve estar em sintonia e confortável com a situação,
garantindo o prazer do ato para as duas partes.
Sexo
durante uma infecção urinária
"Mulheres com infecções
urinárias dificilmente conseguiriam manter relações sexuais por conta da
dor", diz a ginecologista Salete Rios, na Universidade de Brasília. A
vagina é muito próxima da uretra, ambas são divididas por apenas um músculo.
Então durante o próprio ato sexual há traumatismo da uretra. "Se a pessoa
já tem uma propensão ou está com baixa imunidade, o próprio ato sexual causa
infecções de repetição", lembra a sexóloga Sylvia. O ato sexual,
principalmente quando exagerado, pode causar uma laceração na estrutura na
uretra, que intensifica a dor e atrapalha a cura da infecção. "A
recomendação é interromper as relações durante o tratamento, que no geral dura
três dias", conta Sylvia.
Sexo sem
fazer higiene íntima
Muito se fala sobre a higiene
íntima após o ato sexual - entretanto, a higiene também é necessária para
iniciá-lo. "Às vezes uma relação simples pode transmitir uma infecção, que
nem sempre são DSTs", diz Sylvia Cavalcanti. Substâncias como suor e
secreções se fazem mais presente quando não há higiene íntima adequada,
facilitando infecções. "Há também micro-organismos podem conviver
normalmente no corpo de algumas pessoas e serem nocivos para outras, e essa
troca pode ser problemática", completa a especialista, afirmando que o uso
do preservativo já contribui para reduzir esse risco. A limpeza também não
precisa ser feita imediatamente antes do sexo, basta garantir que a área íntima
está higienizada. "Os sabonetes neutros são os mais indicados, a exemplo
do sabão de coco."
Sexo
durante tratamento para DSTs
"O ideal é suspender a
atividade sexual durante o tratamento de DSTs", explica a ginecologista
Salete. Primeiro para evitar a transmissão, uma vez que o paciente ainda está
carregando o vírus ou bactéria no corpo, segundo porque o tratamento pode
comprometer a imunidade, e o sexo apenas agravaria esse quadro, dificultando a
recuperação.
Sexo durante a gravidez
Sexo durante a gravidez ainda é um tabu entre muitos casais. Principalmente no
terceiro trimestre, quando a barriga já cresceu consideravelmente, há o medo de
machucar o bebê ou estourar a bolsa antes da hora - contudo, a penetração não é
suficiente para alcançar ou machucar o bebê. Inclusive, as mudanças hormonais
podem aumentar o desejo sexual, e o ato pode estreitar os laços do casal nesse
momento. "Geralmente, a grávida se sente confortável para transar a partir
do terceiro mês, quando os enjoos e dores tendem a desaparecer", conta
Sylvia Cavalcanti.
Existem posições mais indicadas para cada fase da gravidez, considerando principalmente o
crescimento da barriga e o incômodo que ela pode causar para o casal. "Mas
essas regras não valem para mulheres com gravidez de risco, e a prática sexual
é totalmente contraindicadas caso exista chance de aborto ou de parto
prematuro, uma vez que atividade intensa do ato sexual pode agravar esse
risco", afirma a especialista.
Sexo com a
imunidade baixa
Todo mundo que é
imunodeprimido tem mais risco de pegar infecções em qualquer contato, não só o
sexual. As principais causas de baixa imunidade são o uso de corticoide,
gravidez e infecção por HIV, e
nesses casos é mais do que recomendado o uso da camisinha. Mas doenças mais
leves, como gripe ou dengue, também pedem a atenção com a atividade sexual, uma
vez que o esforço físico pode dificultar a recuperação. Segundo os
especialistas, a própria indisposição causada pela doença também pode ser um
impeditivo para o sexo.
Sexo com
feridas ou fissuras na região íntima
"Em casos de feridas o
fissuras, o ideal é suspender a atividade sexual", alerta o urologista
Augusto. Evitar roupas que friccionem o local durante a cicatrização, manter a
higiene da área com atenção redobrada e acompanhar a ferida de perto são outras
medidas. Excluídos os casos decorrentes do atrito ou depilação, as fissuras na
vulva, ânus ou pênis podem acontecer pela presença de doenças sexualmente
transmissíveis. Caso aconteça algum inchaço, inflamação ou infecção na área
afetada, procure ajuda médica. Fonte: minhavida
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