Romã é aliada do coração e pode prevenir o câncer
Romã (Punica
granatum, Punicaceae), nativa da Pérsia, é uma fruta comestível cultivada em
países do Mediterrâneo, Afeganistão, Índia, China, Japão, Rússia, e em algumas
partes dos Estados Unidos. As partes comestíveis da romã equivalem a
80% do peso total do fruto.
É composta por
carboidratos (açúcares) complexos e diversos minerais, como o potássio,
nitrogênio, cálcio, magnésio, fósforo e sódio. Romã é sinônimo de antioxidantes
ao que se refere à sua composição nutricional, sendo uma rica fonte de dois
tipos de compostos polifenólicos com alto poder antioxidante: antocianinas, que
dão a frutas e sucos sua cor vermelha; e taninos hidrolisáveis (como elagitaninos),
que respondem por 92% da atividade antioxidante do fruto inteiro. Além disso,
também é rica em vitamina C, vitamina E e coenzima Q10. Estudos já demonstraram
que a atividade antioxidante de romã é maior do que a do vinho tinto e chá
verde, chegando a uma atividade antioxidante três vezes maior do que o extrato
de chá verde.
Alguns estudos
científicos tem reportado que a administração da combinação de compostos
bioativos aumenta sua efetividade pelo sinergismo entre os compostos, como já
comentado por aqui no artigo do licopeno. Como o fruto possui centenas de
compostos diferentes, o consumo da fruta in natura é vantajoso, se comparado à
ingestão de um composto específico.
Efeitos protetores
Por ser uma
excelente fonte de antioxidantes, o fruto destaca-se principalmente pelo papel
de proteção cardiovascular, atividade neuroprotetora, efeito hipoglicêmico, e
propriedades anticancerígenas. Além disso, tem importantes propriedades
anti-inflamatórias e contra o envelhecimento (anti-aging), devido ao seu alto
conteúdo antioxidante.
A romã tem sido
amplamente utilizada como um remédio contra a disenteria, infecções microbianas
e helmíntica, diarreia e patologias respiratórias. Além disso, o sumo do fruto
é considerado benéfico para o tratamento de cólicas, dor de cabeça, acne,
dermatite alérgica, e tratamento de doenças orais.
Há um número de
estudos sobre romã e sua atividade antimicrobiana contra bactérias e vírus, com
mecanismos de ação que incluem modificação do pH bacteriano e inibição do
crescimento e sinalização de vírus, bem como redução da infecção e dano à
estrutura viral. Porém, a aplicabilidade dos resultados na saúde humana é
principalmente focada em doenças e infecções tópicas, como cavidade bucal ou
pele. Em outros estudos, os elagitaninos presentes na romã apresentaram,
também, uma atividade antifúngica.
Ação contra H.
pylori
Estudos científicos
in vitro e in vivo realizados com toda a fruta ou apenas com partes (extrato da
casca, flores e sumo) avaliaram a atividade contra o H. pylori e encontraram
redução significativa do crescimento do patógeno, que é considerado agente
etiológico principal da gastrite e do câncer de estômago. O ácido elágico, um
elagitanino, foi o principal responsável por este efeito, atribuído ao efeito
inibitório sobre ácido gástrico e enzimas.
Ação
anti-inflamatória
Diferentes
preparações de romã, incluindo extratos de cascas, flores e sementes mostram
uma atividade anti-inflamatória significativa no intestino, devido à inibição
da expressão e secreção de vários mediadores inflamatórios.
A romã também tem
demonstrado efeito na inibição de processo inflamatório de artrite reumatoide e
doença inflamatória óssea, por diferentes mecanismos, dentre eles a inibição de
citocinas pró-inflamatórias.
Ação
anticancerígena
Estudos sugerem que
o consumo de romã pode retardar a progressão do câncer de próstata, o que pode
prolongar a sobrevida e a qualidade de vida dos pacientes. Isso porque seus
componentes interferem em vários processos biológicos envolvidos no crescimento
tumoral, angiogênese e metástase do câncer de próstata.
O extrato da romã
demonstrou ser eficaz, também, contra câncer de mama, pulmão, cólon e pele. No
entanto, mais estudos controlados são necessários, de modo a padronizar as
quantidades do extrato ou de sumo a serem consumidas, e se esse consumo poderá
ser utilizado como terapia contra o câncer. Até o momento, essa fruta
auxiliaria na prevenção desses tipos de câncer.
Os autores Schubert
et al. Demonstraram em publicação de 1999 que o óleo de sementes de romã e os
polifenóis do sumo retardam a oxidação e a síntese de prostaglandina, que inibe
a proliferação e invasão de células de câncer de mama, promovendo sua morte
celular.
Ação
antiaterogênica
Todos os efeitos
antioxidantes e antiaterogênicos da romã já estão bem estabelecidos através de
estudos em humanos.
Diversos estudos
têm descrito os efeitos protetores da romã sobre o sistema cardiovascular,
incluindo redução do LDL-c ("colesterol ruim"), redução da pressão
arterial e aumento da síntese de óxido nítrico endotelial, além de inibir
stress oxidativo.
Segundo um estudo,
a suplementação dietética de suco de romã para pacientes em processo de
aterosclerose inibiu o desenvolvimento de lesões ateroscleróticas, pela
proteção contra a oxidação do LDL-c.
A romã é uma fonte
de alguns antioxidantes muito potentes (taninos, antocianinas) que são
considerados potentes agentes antiaterogênicos. A combinação dos vários tipos
de polifenóis fornece um espectro muito mais amplo de ação contra vários tipos
de radicais livres, impactando no desenvolvimento da aterosclerose e seus
consequentes eventos cardiovasculares.
Previne infecção
intestinal
Diversos estudos
demonstram uma forte interação entre a microbiota intestinal e polifenóis da
romã, como o ácido elágico, que são metabolizados pela microbiota intestinal.
Estes metabólitos poderiam modular a microbiota intestinal, aumentando o
crescimento de bactérias benéficas e evitando infecção intestinal. Além disso,
uma microflora intestinal equilibrada é importante para as demais propriedades
terapêuticas de romã.
Armazenamento
Uma avaliação de
antocianinas totais e compostos fenólicos no suco de romã armazenado a -25°C
mostrou que as concentrações diminuíram após 20 dias, ou seja, o congelamento
não preservou o valor nutricional do suco de romã por um período prolongado.
Como consumir
Uma vez que a
maioria dos compostos fenólicos presentes na romã estão localizados na casca,
os sucos prensados contêm níveis abundantes de antioxidantes, apresentando
maior poder contra os radicais livres. Já os sucos preparados a partir apenas
do sumo da fruta possuem concentrações mínimas.
O suco de romã ainda
é a principal fonte de consumo da fruta, e possui maior concentração de
polifenois em comparação a sucos naturais de outras frutas, como laranja, uva,
cranberry, abacaxi, maçã, pêra e pêssego.
Além disso, é comum
o consumo de infusão das folhas ou casca da romã, principalmente para infecções
da cavidade bucal. Outra opção é o consumo da fruta in natura. Apesar de não
ser tão consumida, nessa forma a romã mantém todas as suas propriedades e
benefícios ao organismo. Fonte: minhavida
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