Caxumba: 6 dúvidas sobre a doença em adultos
A caxumba é uma doença
comum na infância, mas que pode aparecer em adultos também. Normalmente quando
ela surge nessa época, pode ser mais grave. Para ajudar, conversamos com
especialistas para tirar dúvidas sobre caxumba na vida adulta.
Todo adulto pode
pegar caxumba?
A caxumba é uma
doença muito mais incidente em crianças. "Normalmente ela ocorre em
crianças não vacinadas contra caxumba, rubéola e sarampo (vacina tríplice viral) ou que não receberam todas as doses
dessa vacina ainda", explica a infectologista Juliana Tangerino, membro da
Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI)
Além disso, ela é o
tipo de doença que tendo uma vez, o corpo desenvolve uma resposta imunológica
que não permite que ela volte. Portanto, adultos que já tiveram caxumba na
infância não têm chances de contrair a doença. No entanto, um adulto que não
teve a doença anteriormente, na infância por exemplo, e não tomou todas as
doses da vacina no intervalo de 30 dias está mais vulnerável à caxumba.
Portanto, podemos
considerar que sua incidência é rara. "90% dos ataques do vírus acontece
em crianças até os 15 anos de idade", friza o infectologista Ivan Marinho,
da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.
Os sintomas da
caxumba em adultos são mais fortes?
Sim, normalmente a
doença se manifesta de forma mais intensa nos adultos. Juliana Tangerino
explica que isso ocorre principalmente por o sistema imunológico estar mais
maduro. Os sintomas de uma doença são resultado da ação do nosso corpo sobre o
vírus e a resposta imunológica de um adulto é muito mais potente do que o de
uma criança.
Lembrando que os
principais sintomas da caxumba são febre, fraqueza e o
característico aumento das glândulas salivares de um ou dos dois lados,
causando o inchaço logo abaixo da orelha, entre o maxilar e pescoço.
Existem casos de
caxumba assintomática?
A caxumba pode ser
assintomática em entre 30 e 40% dos casos, mas isso é muito mais comum nas
crianças do que nos adultos, como ressalta Ivan Marinho. Até porque a doença é
muito mais incidente nos pequenos.
Como é o tratamento
da caxumba em adultos?
Tanto no adulto
quanto na criança a caxumba é tratada apenas nos seus sintomas, sem um
medicamento específico para seu vírus. "O mais importante é respeitar o
tempo de repouso e manter uma boa alimentação e hidratação, consumindo
alimentos leves, evitando gorduras e priorizando itens que dão energia ao
corpo, como os carboidratos", ensina Marinho. A alimentação e o repouso
são importantes para o bom funcionamento do sistema imunológico, que garante
que o corpo combata o vírus da caxumba de forma eficiente.
Caxumba na vida
adulta causa mais complicações?
As complicações da
caxumba em crianças e adultos são as mesmas, inflamações nos testículos
(orquite), ovários (ooforite) e do pâncreas (pancreatite). Ela também pode
atacar a tireoide e causar encefalite e meningite. "O vírus da
caxumba tem preferência por tecidos de glândulas, por isso suas complicações
são mais comuns nesses órgãos", considera Marinho. Quando o vírus da
caxumba ataca os ovários e testículos é a complicação mais grave, visto que ela
pode causar a esterilidade.
Para evitar as
complicações, o ideal é manter o repouso e seguir as recomendações médicas.
"No entanto, as complicações ocorrem como consequência da resposta de cada
indivíduo à doença, então não há uma forma específica de preveni-las",
considera Juliana.
É possível prevenir
a caxumba?
A melhor medida de
prevenção possível para a caxumba é a vacinação e isso já foi provado em dados
epidemiológicos. Nos Estados Unidos, por exemplo, de 1968 a 1985 houve uma
queda de 98% na incidência dessa doença, graças a implantação da vacina, como
considera Marinho.
A vacinação deve
ser feita no intervalo de 30 dias entre as doses, conforme o calendário de
vacinação, ou o efeito não é o mesmo e a imunidade contra o vírus fica
comprometida.
Além disso, é
importante que a pessoa com caxumba se isole das demais, "com afastamento
das atividades habituais de 5 dias após o início do inchaço das glândulas
salivares", considera Juliana. Fonte: minhavida
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