Mieloma múltiplo: sintomas, tratamentos e causas
O que é Mieloma
múltiplo?
O mieloma múltiplo
é um câncer que afeta originalmente a medula óssea. O Mieloma múltiplo se
caracteriza pelo aumento do número de plasmócitos, um tipo de célula que produz
imunoglobulina, proteína que participa de nosso sistema de defesa.
A função dos
plasmócitos é produzir e liberar proteínas designadas imunoglobulinas (IgG,
IgA, IgM, IgD, IgE), que combatem e ajudam a eliminar os agentes causadores de
infecção, como as bactérias ou os vírus.
O mieloma múltiplo
acontece quando um grupo de plasmócitos se multiplica de forma desgovernada,
passando a comprometer o funcionamento da medula óssea na produção normal dos
glóbulos brancos, glóbulos vermelhos e plaquetas. Os problemas de saúde
causados pelo mieloma múltiplo podem afetar os ossos, sistema imunológico, rins
e contagem de células vermelhas do sangue.
De acordo com a
Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia, a doença tem maior prevalência em
pessoas idosas, em geral, maiores de 65 anos. Entretanto, a incidência da
doença em indivíduos mais novos está aumentando. Mais de 2% dos doentes com
mieloma múltiplo tem menos de 40 anos quando diagnosticados.
Causas
Embora a causa
exata não seja conhecida, sabe-se que o mieloma múltiplo começa com plasmócito
paranormal na medula óssea (um tecido macio, produtor de sangue, que preenche o
centro da maioria dos ossos). Esta célula anormal, então, começa a se
multiplicar.
Como as células
cancerosas anormais não amadurecem e morrem como as células normais, eles se
acumulam, eventualmente sobrecarregando a produção de células saudáveis. Na
medula óssea saudável, menos de 5% das células são plasmócitos. Mas, em
pacientes com mieloma múltiplo, mais de 10% das células podem ser plasmócitos,
e algumas vezes o número dessas células chega a mais que 30% das células da
medula.
Pesquisadores estão
estudando o DNA de células plasmáticas para tentar entender o que as torna
cancerígenas. Embora ainda não se tenha descoberto a causa dessas mudanças,
sabe-se que quase todas as pessoas com mieloma múltiplo têm anormalidades
genéticas em suas células plasmáticas que provavelmente contribuíram para o
câncer.
As anormalidades
genéticas associadas com mieloma múltiplo incluem:
- Um defeito relacionado ao
     cromossomo 14, em que um pedaço cromossômico se liga a um cromossomo
     diferente (translocação)
- Cópias extras de
     determinados cromossomos (hiperdiploidia)
- Uma anomalia em que parte ou
     a totalidade do cromossoma 13 está ausente.
Fatores de risco
Alguns fatores de
risco podem ligeiramente aumentar as chances de uma pessoa desenvolver mieloma
múltiplo. Veja:
- Ter mais de 65 anos
- Ser do sexo masculino
- Ser Afro-americano
- Ter um membro da família
     afetado por mieloma múltiplo.
Certas condições
também pode favorecer o aparecimento do mieloma múltiplo:
- Gamopatia monoclonal de
     significado indeterminado (GMSI)
- Plasmocitoma solitário.
Apesar de não
causarem o mieloma, as duas condições acima podem ser as primeiras
manifestações de mieloma múltiplo.
Sintomas de Mieloma
múltiplo
Logo no início, o
mieloma múltiplo pode não causar sintomas. Conforme o mieloma múltiplo
progride, as células de plasma se acumulam nos ossos, provocando estes
sintomas:
- Dor óssea devido à doença
     óssea lítica
- Fraqueza e fadiga devido à anemia
- Perda de peso
- Confusão, sede excessiva e constipação
     devido ao aumento dos níveis de cálcio no sangue
- Problemas nos rins
- Infecções causadas por
     imunoglobulinas não-funcionais.
As células
plasmáticas também podem se acumular em tumorações de qualquer localização.
Estas massas são chamadas de plasmocitomas extramedulares.
Buscando ajuda
médica
Marque uma consulta
médica se desenvolver sintomas comuns de mieloma múltiplo, tais como fraqueza,
fadiga e dor óssea. Se os testes iniciais sugerem que você pode ter mieloma
múltiplo, você provavelmente vai ser encaminhado para um especialista em câncer
no sangue (hematologista).
Na consulta médica
Especialistas que
podem diagnosticar mieloma múltipla são:
- Oncologista
- Hematologista.
Estar preparado
para a consulta pode facilitar o diagnóstico e otimizar o tempo. Dessa forma,
você já pode chegar à consulta com algumas informações:
- Uma lista com todos os
     sintomas e há quanto tempo eles apareceram
- Histórico médico, incluindo
     outras condições que o paciente tenha e medicamentos ou suplementos que
     ele tome com regularidade
- Se possível, peça para uma
     pessoa te acompanhar.
O médico
provavelmente fará uma série de perguntas, tais como:
- Quais são os sintomas, se
     houver?
- Quando você começou a sentir
     os sintomas?
- Seus sintomas mudaram ao
     longo do tempo?
- Os sintomas incluem dor
     óssea? Onde?
- Os sintomas incluem náuseas,
     perda de apetite ou perda de peso?
- Os sintomas incluem fraqueza
     ou fadiga?
- Você tem infecções de
     repetição, como sinusite, pneumonia e infecções cutâneas, na bexiga ou nos
     rins?
- Você já percebeu alguma
     mudança nos seus hábitos intestinais?
- Você sente mais sede do que
     o habitual?
- Você tem história familiar
     de distúrbios de plasma como GMSI?
- Você foi diagnosticado ou
     tratado para qualquer outra condição médica?
- Quais são os medicamentos
     que você está tomando?
Também é importante
levar suas dúvidas para a consulta por escrito, começando pela mais importante.
Isso garante que você conseguirá respostas para todas as perguntas relevantes
antes da consulta acabar. Para mieloma múltiplo algumas perguntas básicas
incluem:
- O que pode estar causando
     meus sintomas ou condição?
- Existem outras causas possíveis?
- Que tipos de testes eu
     preciso?
- O que você recomenda para o
     meu diagnóstico e tratamento?
- Existem restrições que eu
     preciso seguir?
Se o médico for um
hematologista, questões a considerar incluem:
- Tenho mieloma múltiplo?
- Qual estágio de mieloma eu
     tenho?
- O meu mieloma tem
     características de alto risco?
- Quais são os objetivos do
     tratamento no meu caso?
- Qual o tratamento que você
     recomendaria?
- Eu tenho esses outros
     problemas de saúde. Como posso melhor tratá-los em conjunto com o mieloma
     múltiplo?
- Quais são os possíveis
     efeitos colaterais do tratamento?
- Se o primeiro tratamento não
     for bem sucedido, o que vamos tentar na próxima?
- Eu sou um candidato para o
     transplante de medula óssea?
- Preciso de um remédio para
     fortalecer meus ossos?
- Quais são as perspectivas
     para o meu estadiamento (fase da doença)?
Não hesite em fazer
outras perguntas, caso elas ocorram no momento da consulta.
Diagnóstico de
Mieloma múltiplo
Na maioria das
vezes, os exames para mieloma múltiplo começam a ser feitos depois de testes
sanguíneos anormais em alguém com ou sem sintomas da doença. Algumas pistas
podem apontar para o mieloma múltiplo em exames de rotina. Veja:
- Cálcio elevado no sangue
     (hipercalcemia)
- Anemia (baixa contagem de
     glóbulos vermelhos)
- Creatinina elevada (função
     renal)
- Níveis de proteína elevados
     no sangue, combinada com um nível baixo de albumina
Quando há suspeita
de mieloma múltiplo, exames do sangue, urina e ossos podem fazer o diagnóstico.
Os testes de laboratório mais importantes do sangue e da urina são:
- Eletroforese de proteínas
     séricas
- Imunoeletroforese
- Eletroforese de proteínas na
     urina
- Imunoeletroforese urinária.
Resultados anormais
nesses exames podem fazer a equipe médica recomendar uma biópsia de medula
óssea ou um mielograma. A avaliação medular é um passo necessário para o
diagnóstico de mieloma múltiplo. Uma agulha é inserida num osso, geralmente no
quadril, e uma amostra de medula óssea é extraída. Um diagnóstico de mieloma múltiplo
é feito quando a biópsia ou o mielograma revelam um número anormalmente elevado
de plasmócitos na medula óssea.
Os exames de imagem
também podem ajudar os médicos a fazer um diagnóstico de mieloma múltiplo e
medir a sua propagação. Um raio-X de todo o esqueleto pode identificar pontos
de ossos enfraquecidos pelo mieloma múltiplo. Em algumas pessoas, tomografia
computadorizada, ressonância magnética ou PET-CT podem ser necessários para
encontrar o envolvimento ósseo de mieloma múltiplo.
O diagnóstico do
mieloma múltiplo requer pelo menos uma das opções:
- Um tumor de células
     plasmáticas plasmocitomas (comprovado por biópsia).
- 10% ou mais das células da
     medula óssea sejam plasmócitos.
E pelo menos UMA
das seguintes condições, com o nível especificado:
- Proteína monoclonal no
     sangue
- Proteína monoclonal na urina
- Lesões nos ossos devido ao
     crescimento do tumor, detectados nos exames de imagem
- Insuficiência renal
- Anemia sem outra etiologia.
Mieloma
Assintomático ou Latente
O termo é usado
para o mieloma em estágio inicial, que não está causando nenhum sintoma ou
problema. As pessoas com mieloma latente apresentam hemogramas normais, níveis
normais de cálcio, função renal normal, sem danos aparente nos ossos, rins ou
outros órgãos.
Tratamento de
Mieloma múltiplo
De forma geral, o
tratamento do mieloma múltiplo ajuda principalmente pessoas que já têm sinais
de danos nos órgãos e sintomas como anemia, alta de cálcio no sangue,
alterações da função renal ou lesões ósseas. O tratamento pode ajudar a aliviar
os sintomas, evitar complicações e retardar o progresso da doença.
Embora não haja
cura para o mieloma múltiplo, com bons resultados no tratamento é possível
viver uma vida normal. Opções de tratamento padrão incluem:
- Bortezomib, administrado por
     via intravenosa
- Talidomida, administrado por
     via oral
- Lenalidomida, administrado
     por via oral e uma alternativa ao talidomida
- Quimioterapia oral ou
     intravenosa. A quimioterapia é geralmente administrada em ciclos ao longo
     de um período de meses, seguindo-se um período de repouso. Quimioterápicos
     comuns usados no tratamento do mieloma são melfalano, ciclofosfamida,
     vincristina, doxorrubicina e doxorrubicina lipossomal
- Corticosteróides, como a
     prednisona e dexametasona. Administrados por via oral
- Transplante de células
     (transplante autólogo). Este tratamento envolve o uso de altas doses de
     quimioterapia juntamente com a transfusão de células tronco para
     substituir a medula doente ou danificada. O transplante de escolha é o
     transplante autólogo de células hematopoiéticas, no qual o doador é o
     próprio paciente. O transplante alogênico (doador diferente do paciente) é
     reservado para casos especiais de recaída da doença
- Radioterapia, utilizada
     principalmente no tratamento de lesões sólidas (plasmocitomas).
A quimioterapia
inicial usada para tratar o mieloma múltiplo depende se você é considerado um
candidato para o transplante de células-tronco e de seu perfil de risco
individual. Fatores como o risco de sua doença progredir, sua idade e sua saúde
geral desempenham um papel na determinação se o transplante de células-tronco
pode ser bom para você.
Se você é
considerado um candidato para o transplante de células-tronco, o tratamento
inicial provavelmente vai excluir o melfalano, uma vez que essa droga pode ter
um efeito tóxico sobre as células-tronco.
Suas células-tronco
provavelmente serão recolhidas depois de ter passado por três a quatro meses de
tratamento com agentes iniciais. Você pode submeter-se ao transplante de
células-tronco logo após as células são serem coletadas. Podem ser coletadas
células suficientes para um eventual segundo transplante autólogo, na
ocorrência de uma recaída. Sua idade e sua preferência pessoal são fatores
importantes na determinação de quando a fazer o transplante.
Após o transplante
de células-tronco, é possível que você comece um novo curso de tratamento com
uma combinação de drogas que inclui bortezomib e talidomida (ou lenalidomida).
Se você não é
considerado um candidato para o transplante de células-tronco, sua terapia
inicial provavelmente será uma combinação de melfalano, prednisona e talidomida
(muitas vezes chamado MPT) ou melfalano, prednisona e bortezomib (muitas vezes
chamado MPV). Se os efeitos colaterais são intoleráveis, melfalano e prednisona
(MP) ou lenalidomida e dexametasona em baixa dose são opções adicionais. Este
tipo de terapia é normalmente feita por cerca de 12 a 18 meses.
Mieloma múltiplo
resistente ao tratamento ou recidivo
Algumas pessoas
tratadas para o mieloma múltiplo podem, eventualmente, experimentar uma recaída
da doença. E, em alguns casos, a primeira linha de tratamento pode não funcionar
a contento.
Nesses casos, o
médico pode recomendar repetir o tratamento que inicialmente ajudou. Outra
opção é tentar outros tratamentos normalmente utilizados como terapia de
resgate, quer seja isoladamente ou em combinação.
Tratar complicações
Uma vez que o mieloma múltiplo pode causar uma série de complicações,
você também pode precisar de tratamento para essas condições específicas. Por
exemplo:
- Usar
     um colete ortopédico ou tomar medicação para dor nas costas
- Diálise
     para tratar complicações renais
- Antibióticos para ajudar a
     reduzir o risco de ou tratar infecções
- Tomar
     medicamentos denominados bifosfonatos para prevenir a perda óssea
- Medicamentos para tratar anemia.
Tratamento
alternativo
Apesar de não haver comprovação científica da eficácia destas terapias
para o tratamento do mieloma múltiplo, as seguintes abordagens podem ajudar:
- Técnicas
     de relaxamento, como meditação, yoga e tai chi
- Massagem
     terapêutica
- Acupuntura
- Biofeedback
- Aromaterapia.
Converse com seu médico antes de tentar qualquer uma destas técnicas
para se certificar de que eles não representam nenhum risco para você.
Medicamentos para
Mieloma múltiplo
Os medicamentos mais usados para o tratamento de mieloma múltiplo são:
Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu
caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca
as orientações do seu médico e NUNCA se automedique. Não interrompa o uso do
medicamento sem consultar um médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em
quantidades muito maiores do que a prescrita, siga as instruções na bula.
Convivendo/
Prognóstico
As dicas a seguir podem ajudar você a manter o mieloma múltiplo sob controle:
- Pratique
     exercícios para manter os ossos fortes
- Beba
     líquidos, para manter-se hidratado e ajudar na prevenção de danos renais
- Mantenha
     uma dieta equilibrada, conforme orientado pelo médico.
Complicações
possíveis
- Insuficiência renal
- Fraturas
     ósseas
- Altos
     níveis de cálcio no sangue, que podem ser muito perigosos
- Maior
     probabilidade de infecção (principalmente pneumonia)
- Paralisia
     por tumor ou
     compressão da medula espinhal.
A quimioterapia e os transplantes raramente levam a uma cura permanente.
Expectativas
A sobrevivência em pessoas com mieloma múltiplo depende da idade do
paciente e do estágio da doença. Alguns casos são muito agressivos, enquanto
outros demoram anos para se desenvolver.
A quimioterapia e os transplantes raramente levam a uma cura permanente.
Prevenção
Infelizmente, o mieloma múltiplo não pode ser prevenido. No entanto, um
diagnóstico precoce pode ajudar a prevenir complicações causadas pela doença. Fonte:
minhavida 
 

 
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