Fitoterapia, homeopatia e alopatia: tire suas dúvidas
Fitoterapia, homeopatia e alopatia são formas de
terapias medicamentosas usadas no combate das doenças e de seus sintomas. Nem
todo mundo consegue fazer distinção entre os três tipos de medicamentos e
muitas pessoas ficam em dúvida sobre como agem e quais suas indicações.
Afinal, quais são
as principais diferenças entre a fitoterapia, a homeopatia e a alopatia?
Alopatia
A alopatia é o mais
conhecido sistema de medicação usado pela medicina tradicional. O princípio
básico da alopatia é combater as doenças com o uso de medicamentos que produzam
efeitos contrários aos sintomas causados por elas.
Por isso, a maioria
de suas drogas são denominadas "anti", como por exemplo os
anti-inflamatórios, antibióticos, antigripais, antialérgicos, antiácidos,
antimicrobianos e outras.
As matérias-primas
para a confecção de remédios alopáticos podem ser de diferentes fontes:
sintéticas, vegetais, mineiras ou animais. O que caracteriza os medicamentos
alopáticos é a forma como ele exerce seus efeitos, e não sua origem.
Com elevado grau de
eficiência, os medicamentos alopáticos são os mais usados pela população
mundial, porém é importante entender seus riscos.
"O grau de
toxidade de remédios alopáticos, principalmente os sintéticos, é alto, e seu
uso contínuo, sem indicação médica, pode provocar diversos efeitos
colaterais", explica o farmacêutico Luis Marques, diretor da Associação
Paulista de Fitoterapia e professor das Faculdades Oswaldo Cruz.
Além disso, o uso
indiscriminado de drogas alopáticas pode fazer com que o organismo humano se torne
intolerante aos seus princípios ativos, crie resistência aos seus efeitos e
diminua a produção de anticorpos, o que enfraquece nosso sistema imunológico.
Homeopatia
O princípio básico
da homeopatia, por sua vez, é o oposto ao da alopatia. Ao invés de combater as
doenças e seus sintomas com o uso de medicamentos que produzem efeitos
contrários e eles, a homeopatia é baseada na cura pelo semelhante.
Os medicamentos
homeopáticos têm substâncias que causam os mesmos sintomas produzidos pela
doença, mas em doses extremamente reduzidas. A ideia é estimular o corpo a
buscar o equilíbrio.
"O medicamento
homeopático funciona com o mesmo princípio das vacinas: damos o 'veneno'
dinamizado e o corpo desenvolve a reação igual e contrária, superando a doença
em questão ", explica a médica homeopata Regina Barossi.
A homeopatia busca
ajustar o organismo a atingir um nível de equilíbrio homeostático sem
interferir fisiologicamente no corpo. O objetivo é induzir o organismo a reagir
contra a doença, sem interferir nos mecanismos causadores da doença e nos
mecanismos biológicos que são alvos dos processos patológicos.
E o conceito de
drogas não se aplica para a homeopatia, já que são consideradas drogas todas as
substâncias químicas de estruturas conhecidas, que não sejam nutrientes ou
ingredientes essenciais da dieta e que, quando administradas a um organismo
vivo, produzem efeito biológico. No caso da homeopatia, não é possível aplicar
esse conceito porque a ultra diluição faz com que seus medicamentos não
produzam essa "resposta biológica".
Por possuírem
concentrações extremamente diluídas de princípios extraídos da natureza,
podendo ser de origem animal, vegetal e mineral, os medicamentos homeopáticos
não contêm matéria química e, por isso, normalmente não apresentam efeitos
colaterais. No entanto, qualquer alteração no estado do paciente deve ser
comunicada ao médico.
Fitoterapia
A fitoterapia age
partindo do mesmo princípio da alopatia, com uso de substâncias que causam
ações contrárias aos sintomas ou às alterações das doenças. A diferença
principal entre os dois tipos de terapias medicamentosas - a fitoterapia e a
alopatia - é que os remédios fitoterápicos são de origem exclusivamente
vegetal.
A terapia, neste
caso, é feita através de plantas medicinais que contêm compostos ativos
comprovados por estudos, abrangendo os princípios e técnicas da botânica e da
farmacologia.
Apesar de naturais,
os remédios fitoterápicos apresentam grande número de substâncias químicas,
genericamente chamadas de fitocomplexo. São exatamente esses complexos
fitoquímicos os responsáveis pelos efeitos terapêuticos dos medicamentos
fitoterápicos. Ou seja, ao contrário da homeopatia, terapia na qual os
medicamentos têm ação física ao invés de química, os fitoterápicos possuem
substâncias com matéria química que atuam diretamente no corpo.
Por serem obtidos a
partir de matérias-primas vegetais, e não sintéticas, os medicamentos
fitoterápicos são menos tóxicos que os alopáticos, porém também podem causar
reações adversas, principalmente se administrados sem orientação médica.
"Dependendo da
espécie, os fitoterápicos também podem apresentar efeitos colaterais ou
adversos, como alergias, irritações ou hepatotoxicidade, o que nos leva sempre
a alertar que eles são medicamentos. Devem ser usados com critérios e,
preferencialmente, com algum apoio e orientação profissional", explica o
farmacêutico Luis Marques.
Ainda segundo
Marques, a fitoterapia é bastante indicada para casos de problemas
gastrointestinais, atua com grande propriedade na área do sistema nervoso
central e produz ótimos anti-inflamatórios que podem ser usados cronicamente,
que é algo difícil de ser feito com os alopáticos sintéticos. Além de produzir
bons diuréticos, indicados para infecções urinárias e cálculos renais.
Apesar de serem
menos agressivas, engana-se quem pensa que a homeopatia e a fitoterapia só são
usadas em casos de doenças mais leves. Ambas as terapias podem auxiliar no
tratamento de doença graves, e são os médicos que devem avaliar os pacientes e
definir o melhor medicamento para cada situação.
"Na medicina,
o bom senso é fundamental, portanto, sempre devemos analisar caso a caso antes
de indicar a terapêutica mais adequada. Tanto a homeopatia quanto a fitoterapia
são incentivadas pela Organização Mundial da Saúde como técnicas tradicionais,
complementares e integrativas", explica a nutróloga e homeopata Liane
Beringhs.
Ela ainda esclarece
que ambas as terapias auxiliam no tratamento de muitas patologias e condições
físicas, sendo, em muitos casos, mais acessíveis para a população. Ela destaca
ainda que é importante ter profissionais de saúde qualificados orientando todo
o tratamento medicamentoso. Fonte: minhavida
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