Zika Vírus
O que é Zika Vírus?
Zika Vírus é uma
infecção causada pelo vírus ZIKV, transmitida pelo mosquito Aedes
aegypti, mesmo transmissor da dengue e da febre chikungunya. O vírus Zika teve sua
primeira aparição registrada em 1947, quando foi encontrado em macacos da
Floresta Zika, em Uganda. Entretanto, somente em 1954 os primeiros seres
humanos foram contaminados, na Nigéria. O vírus Zika atingiu a Oceania em 2007
e a França no ano de 2013. O Brasil notificou os primeiros casos de Zika vírus
em 2015, no Rio Grande do Norte e na Bahia.
Causas
O contágio do vírus
ZIKV se dá pelo mosquito que, após picar alguém contaminado, pode transportar o
ZIKV durante toda a sua vida, transmitindo a doença para uma população que não
possui anticorpos contra ele.
O ciclo de
transmissão ocorre do seguinte modo: a fêmea do mosquito deposita seus ovos em
recipientes com água. Ao saírem dos ovos, as larvas vivem na água por cerca de
uma semana. Após este período, transformam-se em mosquitos adultos, prontos
para picar as pessoas. O Aedes aegypti procria em velocidade prodigiosa e o
mosquito adulto vive em média 45 dias. Uma vez que o indivíduo é picado, demora
no geral de 3 a 12 dias para o Zika vírus causar sintomas.
O vírus ZIKV não é transmitido de pessoa para pessoa. O contágio se dá
pelo mosquito que, após picar alguém contaminado
A transmissão do
ZIKV raramente ocorre em temperaturas abaixo de 16° C, sendo que a mais
propícia gira em torno de 30° a 32° C - por isso ele se desenvolve em áreas
tropicais e subtropicais. A fêmea coloca os ovos em condições adequadas (lugar
quente e úmido) e em 48 horas o embrião se desenvolve. É importante lembrar que
os ovos que carregam o embrião do mosquito transmissor da Zika Vírus podem
suportar até um ano a seca e serem transportados por longas distâncias,
grudados nas bordas dos recipientes e esperando um ambiente úmido para se
desenvolverem. Essa é uma das razões para a difícil erradicação do mosquito.
Para passar da fase do ovo até a fase adulta, o inseto demora dez dias, em
média. Os mosquitos acasalam no primeiro ou no segundo dia após se tornarem
adultos. Depois, as fêmeas passam a se alimentar de sangue, que possui as
proteínas necessárias para o desenvolvimento dos ovos.
O mosquito Aedes
aegypti mede menos de um centímetro, tem aparência inofensiva, cor café ou
preta e listras brancas no corpo e nas pernas. Costuma picar nas primeiras
horas da manhã e nas últimas da tarde, evitando o sol forte. No entanto, mesmo
nas horas quentes ele pode atacar à sombra, dentro ou fora de casa. Há
suspeitas de que alguns ataquem durante a noite. Normalmente isso ocorre quando
há um criadouro dentro de casa, pois o Aedes é mosquito oportunista, ou seja,
se alimenta sempre que tem oportunidade. O indivíduo não percebe a picada, pois
não dói e nem coça no momento. Por ser um mosquito que voa baixo - até dois
metros - é comum ele picar nos joelhos, panturrilhas e pés.
Outras formas de
transmissão
A transmissão
vertical do Zika vírus (da gestante para o bebê) ainda é uma hipótese, pois
ainda não há evidências científicas suficientes que comprovem que o Zika vírus
pode ser transmitido da mãe para o feto. O vírus de fato já foi localizado no
líquido amniótico e no cérebro de alguns fetos, no entanto os estudos foram
feitos com poucos bebês, logo não dá para afirmar categoricamente se existe
esse tipo de transmissão e se ela ocorre em todos os casos.
A transmissão
sexual do Zika vírus também vêm sendo apontada em alguns casos nos Estados
Unidos. Todos eles envolvem mulheres cujos parceiros (homens) estiveram em
países em que o vírus está em circulação ativa e também manifestaram sintomas
da doença. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos está
investigando se essas mulheres não tiveram contato com outras formas de
transmissão, antes de poder afirmar que esse meio de transmissão é uma certeza.
No entanto, ainda é preciso descartar completamente outras hipóteses e ainda
não dá para considerar essa forma de transmissão uma tendência, já que os casos
são muito poucos, principalmente quando comparados ao número de casos
transmitidos pelo Aedes aegypti.
Já a transmissão
pela saliva, urina ou leite materno ainda não foi confirmada. Apesar de o vírus
ter sido nesses três fluídos de pessoas contaminadas com o Zika vírus, ainda
não há relatos de quem tenha pego a doença por estes meios.
Há ainda a
transmissão via transfusão sanguínea. Até agora dois casos foram relatos em
Campinas (SP), mas nenhum dos pacientes que receberão o sangue desenvolveram
sintomas da doença. No entanto, ainda existe a hipótese de que essa transmissão
possa ocorrer com gestantes ou até mesmo em transfusões de sangue
intrauterinas. Por isso mesmo, testes mais ágeis estão sendo desenvolvidos. Um
projeto da Fundação Pró-Sangue/Hemocentro de São Paulo, apoiado pela Fundação
de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), conseguiu desenvolver um
método que detecta a presença do Zika vírus no sangue usado em transfusões e
será usado m um pequeno número de bolsas de sangue - 0,16% do estoque do banco
de sangue - destinado a esse público-alvo.
Além disso,
Ministério da Saúde pretende incluir o Zika vírus no teste NAT, teste de DNA
usado atualmente para detectar os vírus HIV e da hepatite B e hepatite C nas
bolsas de sangue doados nos hemocentros nacionais. O desenvolvimento do novo
teste NAT será feito pelo Laboratório Biomanguinhos da Fundação Oswaldo Cruz
(Fiocruz), no Rio de Janeiro, em parceria com a Fiocruz do Paraná, que já são
os criadores do teste anterior.
Sintomas de Zika
Vírus
Os sinais de
infecção pelo Zika vírus são parecidos com os sintomas da dengue, e começam de 3 a 12
dias após a picada do mosquito. Os sintomas de Zika Vírus são:
- Febre baixa (entre 37,8 e 38,5
graus)
- Dor nas articulações (artralgia),
mais frequentemente nas articulações das mãos e pés, com possível inchaço
- Dor muscular (mialgia)
- Dor de cabeça e
atrás dos olhos
- Erupções cutâneas
(exantemas), acompanhadas de coceira. Podem afetar o rosto, o tronco e
alcançar membros periféricos, como mãos e pés
- Conjuntivite: um quadro de
vermelhidão e inchaço nos olhos, mas em que não ocorre secreção.
Sintomas mais raros
de infecção pelo Zika vírus incluem:
- Dor abdominal
- Diarreia
- Constipação
- Fotofobia
- Pequenas úlceras na mucosa
oral.
Diagnóstico de Zika
Vírus
Se você suspeita de
Zika vírus, vá direto ao hospital ou clínica de saúde mais próxima. O
diagnóstico deverá ser feito por meio de análise clínica e exame sorológico (de
sangue).
A partir de uma
amostra de sangue, os especialistas buscam a presença de anticorpos específicos
para combater o Zika vírus no sangue. Isso indicará que a doença está
circulando pelo seu corpo e que o organismo está tentando combatê-lo. A técnica
RT-PCR, de biologia molecular, também pode ser usada para identificar o vírus
em estágios precoces de contaminação.
Para diferenciar o
vírus Zika da febre chikungunya e da dengue, outros exames podem ser feitos:
- Testes de coagulação
- Eletrólitos
- Hematócrito
- Enzimas do fígado
- Contagem de plaquetas
- Raio X do tórax para
demonstrar efusões pleurais.
Tratamento de Zika
Vírus
O tratamento para o
Zika vírus é sintomático. Isso que dizer quer não há tratamento específico para
a doença, só para alívio dos sintomas. Para limitar a transmissão do vírus, os
pacientes devem ser mantidos sob mosquiteiros durante o estado febril, evitando
que algum Aedes aegypti o pique, ficando também infectado.
Pacientes afetados
com Zika Vírus podem usar medicamentos anti-inflamatórios e analgésicos.
Entretanto, assim como na dengue e febre chikungunya, os medicamentos à base de
ácido acetilsalicílico (aspirina) ou que contenham a substância associada devem
ser evitados. Eles têm efeito anticoagulante e podem causar sangramentos.
Outros anti-inflamatórios não hormonais (diclofenaco, ibuprofeno e piroxicam)
também devem ser evitados. O uso destas medicações pode aumentar o risco de
sangramentos.
O paracetamol e a dipirona
são os medicamentos de escolha para o alívio dos sintomas de dor e febre devido
ao seu perfil de segurança, sendo recomendado tanto pelo Ministério da Saúde,
como pela Organização Mundial da Saúde. É importante ainda tomar muito líquido
para evitar a desidratação.
Os sintomas se
recuperam espontaneamente após 4-7 dias. Se você sentir incômodo por mais
tempo, volte ao médico para investigar outras doenças.
Complicações
possíveis
Ainda não se sabe
muito sobre as complicações que o Zika vírus pode causar. Recentemente ele foi
relacionado pelo Ministério da Saúde à casos de microcefalia - uma condição
neurológica rara identificada em geral na fase da gestação - e àSíndrome de Guillan-Barré,
que é uma doença autoimune em que o sistema imunológico ataca o sistema nervoso
por engano, que o causa uma inflamação nos nervos e fraqueza muscular.
De acordo com o
Ministério da Saúde, as investigações sobre microcefalia e o Zika vírus devem
continuar para esclarecer questões como a transmissão desse agente, a sua
atuação no organismo humano, a infecção do feto e período de maior
vulnerabilidade para a gestante. Em análise inicial, o risco está associado aos
primeiros três meses de gravidez.
Além disso, a
infecção pelo Zika vírus está sendo relacionada ao desenvolvimento da Síndrome
de Guillain-Barré, uma doença autoimune que ocorre quando o sistema imunológico
do corpo ataca parte do próprio sistema nervoso por engano. Isso leva à
inflamação dos nervos, que provoca fraqueza muscular. Mas não se sabe ao certo
como essa relação acontece.
Prevenção
O mosquito Aedes
aegypti é o transmissor do vírus e suas larvas nascem e se criam em água
parada. Por isso, evitar esses focos da reprodução desse vetor é a melhor forma
de se prevenir contra o Zika vírus. Veja como:
Evite o acúmulo de
água
O mosquito coloca
seus ovos em água limpa, mas não necessariamente potável. Por isso é importante
jogar fora pneus velhos, virar garrafas com a boca para baixo e, caso o quintal
seja propenso à formação de poças, realizar a drenagem do terreno. Também é
necessário lavar a vasilha de água do bicho de estimação regularmente e manter
fechadas tampas de caixas d'água e cisternas.
Coloque areia nos
vasos de plantas
O uso de pratos nos
vasos de plantas pode gerar acúmulo de água. Há três alternativas: eliminar
esse prato, lavá-lo regularmente ou colocar areia. A areia conserva a umidade e
ao mesmo tempo evita que e o prato se torne um criadouro de mosquitos.
Ralos pequenos de
cozinhas e banheiros raramente tornam-se foco de Zika Vírus devido ao constante
uso de produtos químicos, como xampu, sabão e água sanitária. Entretanto,
alguns ralos são rasos e conservam água estagnada em seu interior. Nesse caso,
o ideal é que ele seja fechado com uma tela ou que seja higienizado com
desinfetante regularmente.
Limpe as calhas
Grandes
reservatórios, como caixas d'água, são os criadouros mais produtivos de febre
Zika, mas as larvas do mosquito podem ser encontradas em pequenas quantidades
de água também. Para evitar até essas pequenas poças, calhas e canos devem ser
checados todos os meses, pois um leve entupimento pode criar reservatórios
ideais para o desenvolvimento do Aedes aegypti.
Coloque tela nas
janelas
Embora não seja tão
eficaz, uma vez que as pessoas não ficam o dia inteiro em casa, colocar telas
em portas e janelas pode ajudar a proteger sua família contra o mosquitoAedes
aegypti. O problema é quando o criadouro está localizado dentro da
residência. Nesse caso, a estratégia não será bem sucedida. Por isso, não se
esqueça de que a eliminação dos focos da doença é a maneira mais eficaz de
proteção.
Lagos caseiros e
aquários
Assim como as
piscinas, a possibilidade de laguinhos caseiros e aquários se tornarem foco do
Zika vírus deixou muitas pessoas preocupadas. Porém, peixes são grandes
predadores de formas aquáticas de mosquitos. O cuidado maior deve ser dado,
portanto, às piscinas que não são limpas com frequência.
Seja consciente com
seu lixo
Não despeje lixo em
valas, valetas, margens de córregos e riachos. Assim você garante que eles
ficarão desobstruídos, evitando acúmulo e até mesmo enchentes. Em casa, deixe
as latas de lixo sempre bem tampadas.
Uso de repelentes
O uso de
repelentes, principalmente em viagens ou em locais com muitos mosquitos, é um
método paliativo para se proteger contra o Zika vírus. Recomenda-se, porém, o
uso de produtos industrializados. Repelentes caseiros, como andiroba,
cravo-da-índia, citronela e óleo de soja não possuem grau de repelência forte o
suficiente para manter o mosquito longe por muito tempo. Além disso, a duração
e a eficácia do produto são temporárias, sendo necessária diversas reaplicações
ao longo do dia, o que muitas pessoas não costumam fazer.
Suplementação
vitamínica do complexo B
Tomar suplementos
de vitaminas do complexo B pode mudar o odor que nosso organismo exala,
confundindo o mosquito e funcionando como uma espécie de repelente. Outros
alimentos de cheiro forte, como o alho, também podem ter esse efeito. No
entanto, a suplementação deveria começar a ser feita antes da alta temporada de
infecção do mosquito, e nem isso garante 100% de proteção contra o Zika vírus.
A estratégia deve se somar ao combate de focos da larva do mosquito, ao uso do
repelente e à colocação de telas em portas e janelas, por exemplo. Fonte:
minhavida
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