Jejum intermitente: será que ajuda a emagrecer?
Jejum intermitente
é um método de emagrecimento que visa intercalar períodos dejejum com períodos
de alimentação. O objetivo é fazer com que o corpo utilize os estoques de gordura e com isso
haja uma perda de massa gorda.
Normalmente são
indicadas entre 10 a 24 horas de jejum, que pode ser feito diariamente ou em
alguns dias da semana. Os períodos em que a alimentação é permitida são
chamados de janelas de alimentação. Fora deles, a pessoa deve ingerir líquidos
que não possuam calorias, como água (com ou sem gás) e chás e café sem açúcar.
O jejum era muito
comum na época paleolítica, em que o ser humano vivia de caça e não tinha
acesso a alimentos o tempo todo.
O método, no
entanto, não é indicado para todas as pessoas e pode trazer problemas quando
feito sem a orientação adequada.
Por que o jejum
intermitente ajuda a emagrecer?
Para saber como
essa dieta funciona, é preciso entender melhor as fases pelas quais o corpo
passa ao longo do dia: quando está alimentado e o intervalo entre as refeições,
ou seja, o jejum.
Quando você acaba
de se alimentar, o organismo começa a dar um destino para a energia absorvida
em forma de glicose. Para tanto ele ativa o hormônio insulina, responsável por
colocar esse açúcar para dentro das células. A energia que não será utilizada
pelas células é armazenada pela insulina em forma de tecido adiposo, ou seja,
gordura.
Depois de um tempo
essa energia se esgota e o corpo é obrigado a usar essas reservas. Ele recorre
tanto ao glicogênio, uma forma de energia armazenada nos músculos, quanto ao
tecido adiposo, e nesse momento ativa hormônios que atuam na quebra de gordura
(lipólise), como o glucagon.
Ao seguir um método
de jejum intermitente, o glucagon e
outros hormônios que quebram gorduras ficam mais tempo atuando no organismo, o
que facilita a perda de peso. Além disso, o jejum evita grandes picos de
insulina o que pode prevenir aresistência à insulina, mas para isso é
preciso tomar cuidado para não exagerar nos carboidratos ao retomar a
alimentação.
Jejum intermitente
e resistência à insulina
Como nos períodos
em jejum o corpo não produz insulina, já que não há glicose para ser
metabolizada, o jejum intermitente pode ser aliado para evitar a resistência à insulina.
Esse quadro, que
pode evoluir para uma pré-diabetes, ocorre quando o
corpo é exposto a picos de glicose e, por consequência, a picos de insulina.
Com o tempo, alguns tecidos do corpo passam a se tornar resistentes a este
hormônio e é preciso que ele seja produzido em quantidades cada vez maiores
para executar as mesmas funções. Isso leva a sobrecarga do pâncreas
Portanto, se a
pessoa segue uma alimentação com períodos mais longos de jejum, ela não terá
produção de insulina nesses períodos, o que tecnicamente ajuda a evitar a
resistência à insulina.
Vale lembrar que
ter uma alimentação rica em alimentos de baixa carga glicêmica traz efeito
semelhante, já que ela evita picos de glicemia.
O jejum pode ser
indicado inclusive para pessoas com resistência à insulina que queiram
controlar o quadro. No entanto, isso deve ser feito com o acompanhamento de um
endocrinologista, pois nem todas as pessoas respondem bem a períodos
prolongados de jejum. Além disso, se você toma algum remédio para a resistência
à insulina, pode ter hipoglicemia se ficar
muito tempo sem se alimentar, o que pode levar a fraqueza, desmaios e outros
problemas.
Como funciona o
jejum intermitente
Existem diversos
protocolos de jejum intermitente que pedem mais ou menos horas de jejum. Antes
de conhece-los, no entanto, é importante ressaltar que a escolha da melhor
forma de seguir um jejum intermitente deve ser conversada com um especialista
(seja endocrinologista, nutrólogo ou nutricionista), que fará exames
específicos e saberá dizer o melhor protocolo para sua saúde.
Jejum de 12 horas
Esse é o tipo mais comum, em que você passa metade do dia sem comer
(incluindo as oito horas recomendadas de sono). Nele é indicado que você faça
três refeições ao longo do dia, ficando, por exemplo, das 20h da noite até às 8h
da manhã sem se alimentar.
Sistema Leangains
O método foi desenvolvido pelo sueco Martin Berkhan e propõe que a
pessoa fique de jejum por 16 horas, podendo fazer entre duas e três refeições
nas oito horas restantes, a chamada janela de alimentação. Você escolhe o
melhor momento para criar sua janela de alimentação.
Protocolo Coma -
Pare - Coma
Nesse sistema, a pessoa escolhe um ou dois dias da semana em que ficará
completamente de jejum. Ou seja, nestes dias, ela fará uma refeição e depois só
comerá de novo no mesmo horário no dia seguinte. Este método costuma ter uma
adaptação mais difícil e é importante fazer refeições ricas em fibras antes do
jejum.
Comer apenas quando
sente fome
Outro protocolo comum é orientar que a pessoa coma apenas quando sente
fome de verdade. Nesses casos, só é possível fazer jejum quando são consumidos
alimentos com grande poder de saciedade, como proteínas, verduras, legumes e
carboidratos ricos em fibras. Esse método, no entanto, não funciona bem com
pessoas que seguem dietas ricas em carboidratos simples ou não sabem
diferenciar a fome real da vontade de comer devido a ansiedade ou fatores
emocionais, por exemplo.
Pilares fixos do
jejum intermitente
De qualquer modo, todo método de jejum intermitente envolve:
- Janelas de alimentação, que
podem ser um dia ou horas durante o dia
- Ingestão de líquidos sem
calorias durante o jejum, como água e café e chás sem açúcar
- Evitar itens que contenham
calorias, incluindo alguns suplementos, como o whey protein.
Alimentos indicados nas janelas de alimentação
Nos períodos em que a alimentação é permitida, é importante consumir
alimentos que aumentem a saciedade e reponham os nutrientes.
Prefira: proteínas com
pouca gordura, legumes, verduras, frutas com casca, cereais integrais (como
arroz integral), tubérculos (inhame, cará, mandioca, batata doce).
Evite: cereais refinados
(arroz branco, pão branco, massas), doces, alimentos muito industrializados.
Faça refeições do
tamanho que você faria se não estivesse de jejum, não tente compensar o tempo
que você ficou sem comer até então.
Mudanças entre homens e mulheres
Normalmente mulheres aguentam períodos de jejum menores do que os
homens. Isso ocorre porque eles possuem mais massa muscular, portanto tem
reservas maiores de glicogênio, outra fonte de energia do corpo que é
armazenada justamente nos músculos e muito usada durante o jejum. O ideal é que
elas sigam jejuns de até 12 horas, enquanto os homens podem chegar a até 14
horas.
Contraindicações do
jejum intermitente
O jejum
intermitente é contraindicado a alguns grupos de pessoas:
Gestantes e
lactantes
Mulheres grávida ou que estão amamentando precisam de um aporte maior de
nutrientes. Durante a gravidez, as necessidades do bebê são
constantes. O jejum intermitente na gestação pode levar à desmaios,
hipoglicemia e a até o baixo peso do bebê. Já as lactantes precisam de muitos
nutrientes, para que possam inseri-los também no leite e garantir que o bebê
consiga crescer saudável.
Pessoas com doenças crônicas
Medicamentos para doenças crônicas como como diabetes e hipertensão,
causam mudanças no metabolismo, o que pode levar a hipoglicemias. Por isso,
quem segue esse tipo de tratamento precisa conversar com o médico, ver se esse
tipo de dieta é válida e, caso ela possa ser feita, é preciso antes ajustar a
medicação.
Crianças e adolescentes
Crianças e adolescentes ainda estão em fase de desenvolvimento, portanto
precisam de ingestão constante e certa de nutrientes para crescerem e se
desenvolverem de forma adequada.
Além disso, há um
risco maior para os adolescentes: essa fase, devido
a questões emocionais e problemas de aceitação, muitos acreditam que um padrão
de beleza é a magreza excessiva e podem ser drásticos para chegarem a este
objetivo. Seguir um protocolo de jejum pode leva-los ao desenvolvimento de
transtornos alimentares graves, como a anorexia.
Vantagens do jejum
intermitente
O jejum intermitente
quando bem indicado e bem feito, pode trazer algumas vantagens, como:
- Mais disposição
- Clareza mental
- Controle da glicemia e
insulina.
Além disso, alguns
estudos preliminares apontam que o jejum pode ajudar na saúde do coração. Isso
porque o corpo em jejum utiliza uma substância chamada betahidroxibutirato como
fonte de energia, que é utilizada mais facilmente pelo organismo. Isso faz com
que o coração poupe energia e se estresse menos.
No entanto, é muito
importante segui-los apenas com indicação médica.
Desvantagens do
jejum intermitente
O jejum
intermitente tem algumas desvantagens:
Dificuldade de
adaptação Algumas pessoas têm dificuldades em se adaptar a ficar longos
períodos sem comer, principalmente as que têm uma dieta rica em carboidratos
simples ou que sempre comem de três em três horas.
Tendência a
compulsão Por ficar muito tempo sem comer, algumas pessoas podem acabar
descontando na próxima refeição, consumindo uma alta quantidade de calorias e
desequilibrando a dieta e o organismo.
Riscos quando feito
sem acompanhamento Pessoas que fazem os jejuns sem acompanhamento,
ficam muito tempo sem comer e não se alimentam direito nas janelas podem ter
desnutrição, desidratação, hipoglicemia, fraqueza muscular, dificuldades de
concentração, entre outros...
Riscos do jejum
intermitente
O jejum
intermitente, quando mal feito ou seguido sem orientação de um profissional de
saúde, pode levar a problemas graves, como desnutrição, desidratação,
hipoglicemia, fraqueza muscular, dificuldades de concentração, entre outros...
Isso ocorre principalmente quando o jejum é feito sem o acompanhamento de um
profissional de saúde ou por pessoas contraindicadas a este tipo de dieta.
Além disso, é
desaconselhável praticar atividades físicas quando se está de jejum, pois o
corpo pode não usar a energia de modo correto. Fonte: minhavida
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