Asma
O que é Asma?
Asma é uma doença inflamatória
crônica das vias aéreas. O pulmão do asmático é diferente de um pulmão
saudável, como se os brônquios dele fossem mais sensíveis e inflamados -
reagindo ao menor sinal de irritação.
Se pensarmos em uma pessoa sem
a doença, ela sofrerá uma falta de ar quanto estiver exposta a grandes
irritações, como a fumaça de um incêndio. Diante desse quadro, o organismo da
pessoa identifica os agentes irritantes e faz com que a musculatura que existe
em volta do brônquio se contraia, fechando o órgão e impedindo que o ar
contaminado entre nos pulmões. O mesmo processo acontece com um paciente que
tem asma, só que os gatilhos para causar uma irritação nos brônquios são bem
menos intensos, como a poeira.
Asma é uma das condições
crônicas mais comuns, acometendo cerca de 235 milhões de pessoas no mundo todo,
segundo a Organização Mundial de Saúde. Estima-se que, no Brasil, cerca de 10%
da população sofra com o problema.
Tipos
Para classificar a gravidade
da sua asma, o seu médico considera a análise clínica juntamente com os
resultados de seus exames. Determinar o quão grave é sua asma auxilia o médico
a escolher o melhor tratamento. Além disso, a gravidade da asma pode alterar
com o passar do tempo, necessitando um reajuste da medicação.
A asma é classificada em
quatro categorias gerais:
- Grau
1: sintomas leves e intermitentes até dois dias por semana e até duas
noites por mês, em geral com predomínio dos sintomas no inverno, por
exemplo
- Grau
2: sintomas persistentes e leves mais do que duas vezes por semana, mas
não mais do que uma vez em um único dia
- Grau
3: sintomas persistentes moderados uma vez por dia e mais de uma noite por
semana
- Grau
4: sintomas graves persistentes ao longo do dia na maioria dos dias e
frequentemente durante a noite.
Causas
Ninguém sabe exatamente o que
provoca asma, uma vez que cada pessoa apresenta uma sensibilidade a gatilhos
diferentes. Dessa forma, é importante entender o que causa seus ataques de asma
e tentar reduzir a exposição a esses agentes ou buscar tratamentos mais
adequados. Aqui estão os gatilhos mais comuns da asma:
Substâncias e agentes alérgenos
Cerca de 80% das pessoas com
asma sofrem crises quando expostas a alguma substância transportada pelo ar,
como ácaros e poeira, poluição,
pólen, mofo, pelos de animais, fumaça de cigarro e partículas de insetos. Substâncias
químicas como tinta, desinfetantes e produtos de limpeza também podem
desencadear uma crise. Quando aspirados, esses agentes podem irritar os
brônquios, levando a uma crise. Infecções virais, como o resfriado comum ou a gripe,
também constituem causa importante para o desencadeamento de uma crise de asma.
Alimentação
Alergias alimentares podem
causar crises de asma. Os alimentos mais comuns associados com sintomas
alérgicos são:
- Ovos
- Leite
de vaca
- Amendoins
- Soja
- Trigo
- Peixe
- Camarão
e outros crustáceos
- Saladas
e frutas frescas.
Alguns conservantes e aditivos
acrescentados dos alimentos industrializados também podem desencadear uma crise
de asma.
Asma
induzida por exercício
É um
tipo de asma desencadeado por exercício ou esforço físico. Muitas pessoas com
asma experimentam algum grau de sintomas ao praticar atividade física.
No entanto, existem muitas pessoas sem asma diagnosticada que desenvolvem
sintomas apenas durante o exercício. Inclusive, alguns atletas podem apresentar
essa manifestação da doença.
Com
asma induzida por exercício, o estreitamento das vias aéreas tem um pico de
cinco a 20 minutos após o exercício começar, o que dificulta a retomada do
fôlego. Seu médico pode lhe dizer se você precisa usar um broncodilatador antes
do exercício para evitar os sintomas incômodos.
Asma ocupacional
A asma
ocupacional é um tipo de asma que resulta de gatilhos do trabalho. É muito
comum em pessoas que trabalham em usinas ou expostas a agentes químicos,
tinturas, agrotóxicos, etc. Com este tipo de asma, você pode ter dificuldade em
respirar e sofrer outros sintomas de asma apenas nos dias em que você está no
trabalho.
Muitas
pessoas com este tipo de asma sofrem com nariz escorrendo, congestão, irritação
nos olhos ou tosse,
em vez de o chiado no peito típico da doença. Alguns trabalhos comuns que estão
associados com a asma ocupacional incluem criadores de animais e veterinários,
agricultores, cabeleireiros, enfermeiros, pintores e marceneiros.
Asma
noturna
Asma
noturna é um tipo comum da doença. Se você tem asma, as chances de sofrer uma
crise são muito mais elevadas durante o sono, porque a asma é fortemente
influenciada pelo ritmo circadiano (ciclo biológico que regula as funções do
nosso corpo, geralmente de acordo com a luz do sol). Acredita-se que a asma
noturna acontece devido ao aumento da exposição aos alérgenos, ao resfriamento
das vias aéreas, a posição reclinada ou até mesmo pelas secreções hormonais.
Se
você tem asma, observe se seus sintomas pioram quando a noite avança. Caso isso
aconteça, procure um médico para descobrir as causas das suas crises de asma e
buscar o tratamento mais adequado.
Mudanças de temperatura
O
choque de temperaturas é uma mudança bastante agressiva para quem tem as vias
respiratórias mais sensíveis. Além das crises de asma, é comum haver piora de
rinite ou tosse. A mudança do calor para o frio pode desencadear uma resposta
na mucosa brônquica que, por meio de estímulos nos receptores nervosos de
temperatura ou pela liberação de substâncias alergênicas, pode desencadear uma
crise.
Medicamentos
Medicamentos
anti-inflamatórios não hormonais - como o ácido acetilsalicílico, o diclofenaco
e o ibuprofeno - podem desencadear crises de asma. Isso acontece porque esses
remédios inibem uma via de inflamação, mas sobrecarregam outra, que tem forte
relação com a crise asmática em quem sofre da doença.
Condições de saúde que podem imitar asma
Uma
variedade de doenças pode causar alguns dos mesmos sintomas da asma. Por
exemplo, a asma cardíaca é uma espécie de falha do coração em que os sintomas
podem imitar alguns dos presentes na asma regular. Algumas anomalias nas cordas
vocais podem provocar um chiado no peito que é muitas vezes confundido com a
asma.
Fatores de risco
Histórico familiar
A asma
é uma doença que tem em seu bojo características genéticas. Pessoas com casos
de alergias na família tem uma predisposição genética para desenvolver quadros
alérgicos no geral, e o relacionado ao pulmão é a asma.
Histórico de alergias
A asma
é uma doença caracterizada pela presença de uma reação exagerada das vias
aéreas, ou seja, por um mecanismo de defesa aumentado. Esse é o pano de fundo
em outras alergias, desde respiratórias até cutâneas. Dessa forma, uma pessoa
que tenha algum tipo de alergia tem uma maior predisposição a ter outros tipos,
dentre eles a asma, uma vez que seu corpo tende a reagir de forma excessiva aos
estímulos externos.
Obesidade
As
pessoas com obesidade tem maior risco de asma. Isto ocorre porque a obesidadedesencadeia uma série de
processos inflamatórios - e a asma nada mais é do que um processo inflamatório
em nossos brônquios. A obesidade é uma "facilitadora" desse processo.
Baixo peso ao nascer e hábitos da gravidez
Os
bebês filhos de mães tabagistas tem menor peso, devido aos infartos que o
cigarro causa na placenta, dificultando a nutrição do bebê durante a vida
intrauterina. Apesar de alguma controvérsia, existe uma relação entre baixo
peso ao nascer e asma até os cinco anos de idade. Isso acontece porque o pulmão
só se forma plenamente no fim de gestação. Por isso o bebê prematuro tem mais
risco de ter quadros inflamatórios no pulmão. É importante ressaltar que só
podemos dizer que uma criança é asmática após os dois anos de vida. Antes disso
ela é um bebê chiador.
Outros
comportamentos durante a gestação aumentam o risco de o bebê ter alergia, tais
como dormir mal, transtorno de ansiedade e depressão.
Refluxo gastroesofágico
A doença do refluxo
gastroesofágico (DRGE)
é uma condição na qual o conteúdo do estômago vaza em direção contrária para o
esôfago. Essa ação pode irritar o esôfago, causando azia e
outros sintomas. Se for aspirado, o conteúdo do refluxo gastroesofágico pode ir
parar dentro dos pulmões. Isso pode desencadear uma inflamação e favorecer
quadros como pneumonias, bronquites e asma.
Sintomas de
Asma
A
maioria das pessoas com asma fica longos períodos sem sintomas, intervalados
com as crises quando expostos a algum agente. No entanto, algumas pessoas têm a
deficiência respiratória quase que cronicamente, com alguns episódios mais
graves em determinados períodos. Os ataques de asma podem durar minutos a dias
e podem se tornar perigosos se o fluxo de ar estiver muito restrito.
Os
sintomas incluem:
- Tosse com ou sem produção de escarro
(muco)
- Repuxar a pele entre as costelas durante
a respiração (retrações intercostais)
- Deficiência respiratória que piora com
exercício ou atividade.
Respiração
ofegante que:
- Vem em episódios com períodos
intercalados sem sintomas
- Pode ser pior à noite ou no início da
manhã
- Pode desaparecer por si mesma
- Melhora quando se usa medicamentos que
abrem as vias respiratórias (broncodilatadores)
- Piora quando se inspira ar frio
- Piora com exercício
- Piora com azia (refluxo)
- Em geral começa repentinamente.
Situações
de emergência:
- Lábios e rosto de cor azulada
- Nível diminuído de agilidade, como
sonolência grave ou confusão, durante um ataque de asma
- Extrema dificuldade de respirar
- Pulsação rápida
- Ansiedade grave devido à deficiência
respiratória
- Sudorese.
Outros
sintomas que podem ocorrer com essa doença:
- Padrão de respiração anormal
- Respiração para temporariamente
- Dor no peito
- Aperto no tórax.
diagnóstico
e exames
Na consulta médica
Ataques
graves de asma podem ser fatais. Ao perceber os sinais e sintomas, converse com
o médico, pois o tratamento precoce da asma pode evitar uma lesão pulmonar e
ajudar a manter o quadro estável, evitando ataques graves. O médico poderá
fazer as seguintes perguntas:
- O que exatamente são os seus sintomas?
- Quando você começou a perceber seus
sintomas?
- Quão grave são os seus sintomas?
- Você tem problemas de respiração na
maior parte do tempo ou apenas em determinadas situações?
- Você tem alergias, como rinite ou
dermatite atópica?
- O que parece piorar os seus sintomas?
- O que parece melhorar os seus sintomas?
- Alguém na sua família tem asma ou
outras alergias?
- Você tem problemas crônicos de saúde?
.
Diagnóstico de Asma
O
principal para o diagnóstico de asma é a história do paciente e os exames
subsidiários. Pacientes que têm crises esporádicas com melhora depois de um
tempo são suspeitos para asma, principalmente se tiverem outro tipo de alergia.
O médico também poderá pedir alguns exames para avaliar o funcionamento dos
seus pulmões
Função pulmonar
No
teste de função pulmonar, você assopra em um tubo ligado a um computador que
vai medir a função dos pulmões. Se o paciente estiver tendo uma crise de asma
naquele momento, ele assopra no tubo uma primeira vez, e novamente após usar um
broncodilatador. O seu médico lhe dará instruções sobre como controlar a
respiração corretamente. Se a função pulmonar estiver alterada no primeiro
resultado e estabilizada no segundo, tem-se um diagnóstico de asma.
Entretanto,
muitas vezes o asmático chega ao médico contando uma história típica de asma,
mas o exame dá normal, pois ele não está em crise. Nesses casos, o médico pode
solicitar a chamada broncoprovocação, ou seja, expõe o paciente a um agente
inflamatório em nível controlado e observa. Se ele iniciar uma crise, é muito
suspeito para a asma, confirmando após o término do exame.
Espirometria
Esse
teste avalia o estreitamento dos seus brônquios, verificando a quantidade de ar
que você pode exalar depois de uma respiração profunda e quão rápido você pode
colocar o ar para fora. O exame de espirometria se encontra dentro do exame de função
pulmonar. Caso os seus pulmões não estejam inspirando todo o ar que deveriam, é
um sinal de que seus pulmões podem não estar funcionando bem.
Exames adicionais
Outros
testes para diagnosticar a asma incluem:
- Teste de óxido nítrico: embora pouco
usado, esse teste mede a quantidade do gás óxido nítrico que você tem em
sua respiração. Quando as vias aéreas estão inflamadas um sinal de asma você
pode ter níveis maiores de óxido nítrico do que pessoas saudáveis
- Exames de imagem: radiografia de tórax
e tomografia computadorizada (TC) dos seus pulmões e cavidades do nariz
podem identificar quaisquer anormalidades estruturais ou doenças que estejam
causando ou agravando problemas respiratórios
- Gasometria arterial: a gasometria
arterial mede
o pH e os níveis de oxigênio e gás carbônico no sangue de uma artéria.
Esse exame é utilizado para verificar se os seus pulmões são capazes de
mover o oxigênio dos alvéolos para o sangue e remover o dióxido de carbono
do sangue.
Converse com seu médico
Aqui
estão algumas dicas que podem ajudar seu médico a fazer o diagnóstico:
- Anote quaisquer sintomas que você está
tendo, inclusive os que podem parecer sem relação com o motivo pelo qual
você agendou o compromisso
- Anote quando seus sintomas incomodam
mais - por exemplo, se os seus sintomas tendem a piorar em determinados
momentos do dia, durante determinadas épocas do ano ou quando você está
exposto a outros gatilhos
- Anote informações pessoais importantes,
incluindo qualquer estresse ou mudanças de vida recentes
- Faça uma lista de todos os
medicamentos, vitaminas e suplementos que você está tomando
- Leve um membro da família ou amigo
junto, se possível. Às vezes pode ser difícil de recuperar todas as
informações fornecidas a você durante uma consulta. O acompanhante pode se
lembrar de algo que você perdeu ou esqueceu.
Como o
seu tempo de consulta é limitado, preparar uma lista de perguntas irá ajudá-lo
a aproveitar ao máximo seu tempo. Liste suas perguntas iniciando pela mais
importante, caso o tempo se esgote antes de tirar todas as dúvidas. Para asma,
algumas perguntas básicas incluem:
- É asma a causa mais provável dos meus
problemas respiratórios?
- Quais são as outras causas possíveis
para os meus sintomas?
- Que tipos de testes que eu preciso?
- É a minha condição provavelmente
temporária ou crônica?
- Qual é o melhor tratamento?
- Quais são as alternativas para a
abordagem primária que você está sugerindo?
- Eu tenho essas outras condições de
saúde. Qual a melhor forma de gerenciá-las juntas?
- Existem restrições que eu preciso
seguir?
- Existe uma alternativa genérica para o
medicamento que você está me prescrevendo?
- Há algum livro ou outro material
impresso que eu posso levar para casa comigo? Quais sites você recomenda
visitar?
Tratamento
de Asma
Prevenção
e controle são a chave para impedir que os ataques de asma comecem. As
medicações de uso contínuo servem para minimizar a sensibilidade e a inflamação
as quais os brônquios da pessoa asmática estão sujeitos, fazendo com que os pulmões
reajam com menos intensidade aos agentes irritantes, como poeira e ácaros.
Diferente dos broncodilatadores, que apenas revertem o quadro de contração do
brônquio, os medicamentos contínuos funcionam para evitar que essas reações
aconteçam. Veja as linhas de tratamento para a asma:
Medicamentos
contínuos
Os
medicamentos da asma perfeitos para o seu perfil dependem de uma série de
coisas, incluindo sua idade, seus sintomas, seus gatilhos de asma e o que
parece funcionar melhor para manter a sua doença sob controle. Os medicamentos
preventivos de controle em longo prazo reduzem a inflamação nas vias aéreas,
impedindo que os sintomas se iniciem. Os medicamentos contínuos, geralmente
tomados diariamente, são a base do tratamento da asma. Eles incluem:
- Corticosteroides
inalados: essa classe de
medicamentos inclui fluticasona, budesonida, mometasona, ciclesonida,
flunisolide, beclometasona e outros. Você pode precisar usar esses
medicamentos durante vários dias ou semanas antes que eles atinjam o seu
máximo benefício. Ao contrário de corticosteroides orais, esses
medicamentos têm um risco relativamente baixo de efeitos colaterais e são
geralmente seguros para uso contínuo, uma vez que agem diretamente nos
pulmões, em vez de passarem primeiro pela corrente sanguínea. As inalações
são feitas com inaladores portáteis, por meio de sprays ou em forma de pó
– esse último inalado por meio de um instrumento próprio. O tempo de ação
pode ser de quatro, 12 ou 24 horas, e o espaço entre as inalações varia
conforme esse intervalo. Mais de 95% dos casos de asma podem ser
controlados com o uso de corticoides
- Modificadores
de leucotrienos: são
medicamentos orais, incluindo o montelucaste, zafirlucast e zileuton. Eles
podem ser encontrados em forma de comprimidos, xaropes ou sachês. Eles
interferem no processo inflamatório dos pulmões, e raramente são usados de
forma isolada, sendo associado ao uso de corticoides. As doses e
intervalos de utilização variam conforme o caso e a associação de
medicamentos que está sendo feita
- Beta-agonistas
de longa duração: são
medicamentos inaláveis, e incluem salmeterol e formoterol. Sua função é
abrir as vias aéreas – ou seja, é um broncodilatador. Normalmente são
usados em associação com corticosteroides – chamados assim de inaladores
de combinação. Esses medicamentos não devem ser usados durante um ataque
de asma
- Teofilina: a teofilina funciona principalmente
como broncodilatador, mas possui efeito anti-inflamatório, sendo também
associada aos corticoides. O medicamento deve ser ministrado a cada 12
horas, e as doses também variam conforme o paciente.
Broncodilatadores
É
importante ressaltar que os broncodilatadores servem para aliviar uma crise de asma,
mas não tratam a doença. Durante uma crise de asma, você tem o fechamento dos
brônquios, impedindo a entrada de ar nos pulmões. Os broncodilatadores servem
justamente para relaxar essa musculatura dos brônquios, permitindo que o ar
entre nos pulmões novamente. Essas medicações tem início de ação rápido,
gerando um alívio imediato do paciente. Há broncodilatadores de curta duração
(de quatro a seis horas de ação) e de longa duração (de 12 a 24 horas de ação),
mas nenhum desses é um tratamento preventivo, devendo ser associado aos
medicamentos.
Os
broncodilatadores são usados conforme necessário para alívio rápido dos
sintomas durante um ataque de asma. Se você tem asma associada ao exercício,
pode ser que o médico indique usar o broncodilatador logo antes de uma série.
Os broncodilatadores são ministrados com um inalador portátil ou um
nebulizador, para que possam ser inalados por meio de uma máscara ou um bocal.
Se
você usa o broncodilatador várias vezes ao dia, é um sinal de que a sua asma
está descontrolada e precisa de outras medicações. O maior risco de uma pessoa
ter várias crises e usa apenas o broncodilatador é mascarar uma crise mais
grave. Isso pode fazer com que você subestime a intensidade do quadro, ignorando
sua gravidade e vindo a sofrer consequências alarmantes, como uma asfixia, pois
o broncodilatador somente pode não dar conta da crise. Pessoas que usam ou
usaram o broncodilatador mais do que três ou quatro vezes em um único dia devem
procurar um pronto socorro ou ligar para seu médico, a fim de buscar formas de
tratamento da doença como um todo, não apenas da crise.
Outros medicamentos
Os
corticosteroides também podem ser ministrados em versão injetável, sendo que a
frequência será menor - por ser indicado para casos mais graves ou conforme a
indicação médica. Outro medicamento injetável é o omalizumabe, que diminui a
resposta das células inflamatórias do pulmão, fazendo com ele fique menos
"estressado". Ele é aplicado em média a cada 15 ou 20 dias, e podem
ser muito eficaz para os casos em que as medicações não estão surtindo efeitos
significativos. Ele também pode ser associado aos corticoides inalatórios, mas
não é uma regra.
Se a
sua asma é desencadeada ou agrava por agentes alérgenos, alguns medicamentos
para alergias (anti-histamínicos) podem ser indicados, geralmente ministrados
por spray oral e nasal. Há também a termoplastia brônquica, usada para asma
severa que não melhora com corticosteroides inalados ou outros medicamentos
para asma. A termoplastia brônquica aquece o interior das vias aéreas nos
pulmões com ajuda de um eletrodo, reduzindo o músculo liso no interior das vias
aéreas. Isso limita a capacidade das vias aéreas de se contrair, tornando a
respiração mais fácil e possivelmente reduzindo os ataques de asma.
Medicamentos para Asma
Os
medicamentos mais usados para o tratamento de asma são:
- Aerodini
- Aerolin
- Alenia
- Aminofilina
- Acebrofilina
- Androcortil
- Ares
- Asmofen
- Berotec
- Betametasona
- Betatrinta
- Bricanyl
- Bromidrato
de Fenoterol
- Brondilat
- Celerg
- Celergin
- Celestamine
- Celestone
- Decadron
- Dexametasona
- Diprospan
- Duoflam
- Flixotide
- Foraseq
- Franol
- Fumarato de
Cetotifeno (xarope)
- Fumarato de
Cetotifeno
- Ipratropio
- Meticorten
- Prednisolona
- Prednisona
- Predsim
Somente
um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como
a dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as orientações
do seu médico e NUNCA se automedique. Não interrompa o uso do medicamento sem
consultar um médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito
maiores do que a prescrita, siga as instruções na bula.
Convivendo/
Prognóstico
A asma
pode ser um desafio e estressante. Às vezes você pode ficar frustrado, irritado
ou deprimido porque você precisa cortar suas atividades habituais para evitar
os gatilhos. Você também pode se sentir limitado ou constrangido com os
sintomas da doença e por rotinas de gestão complicadas. Mas a asma não tem de
ser uma condição limitante. A melhor maneira de superar a ansiedade e uma
sensação de impotência é entender sua condição e tomar o controle de seu
tratamento. Aqui estão algumas sugestões que podem ajudar:
Diminua o ritmo
Faça
pausas entre as tarefas e evite atividades que pioram os seus sintomas. Se
achar melhor, faça uma lista diária de tarefas - isso pode ajudar a evitar que
você se sobrecarregue. Você pode criar recompensas para a realização de
objetivos simples.
Evite seus
gatilhos
Tomar
medidas para reduzir a sua exposição a coisas que provocam sintomas de asma é
uma parte fundamental do controle da asma. Manter a casa sempre limpa, evitar o
acúmulo de poeira e deixar algumas atividades de lado podem ajudar a prevenir
uma crise.
Faça exercícios
Ter
asma não significa que você não pode se manter ativo. Inclusive, a atividade
pode prevenir ataques de asma e fortalecer seu coração e pulmões. Além disso, osexercícios ajudam no controle do peso, que podem
piorar um ataque de asma. No inverno, experimente usar uma máscara para aquecer
o ar que você respira durante o exercício.
Controle as doenças relacionadas
Alergias
e a doença do refluxo gastroesofágico podem provocar ataques de asma. Se esse
for o seu caso, tente tratar esses problemas antes de tratar a asma.
Expectativas
Não há
cura para asma, embora os sintomas às vezes melhorem ao longo do tempo. Com
autogerenciamento e tratamento apropriados, a maioria das pessoas com asma pode
levar uma vida normal.
Complicações possíveis
As
complicações da asma podem ser graves. Algumas incluem:
- Capacidade reduzida de se exercitar e
tomar parte em outras atividades
- Falta de sono devido a sintomas
noturnos
- Alterações permanentes no funcionamento
dos pulmões
- Tosse persistente
- Dificuldade para respirar que requer
ajuda na respiração (ventilação)
- Hospitalização e internação por ataques
severos de asma
- Efeitos colaterais de medicações usadas
para controlar a asma
- Óbito.
Prevenção
A asma
em si não pode ser prevenida, uma vez que é decorrente de uma inflamação dos
brônquios sem causa aparente. Entretanto, é possível controlar as crises e ter
uma qualidade de vida melhor:
Teste para alergias
Os
testes para alergias respiratórias são feitos para detectar qual é o
agente causador da asma. Entram nessa lista ácaros, fungos, mofo, pelos de
animais, entre outros. Com o teste, é possível evitar a exposição ao agente,
prevenindo crises. Além disso, é comum que a asma esteja associada a outras
doenças alérgicas, como a rinite alérgica e o eczema. Controlando os causadores
dessas alergias é possível evitar crises asmáticas.
Não trate apenas a crise
É
muito importante lembrar que a asma é uma doença crônica cujo tratamento, nos
casos de asma persistente, deve ser contínuo, mesmo que não existam sintomas.
Esse tratamento consiste no uso de corticoide inalatório diariamente, em doses
que deverão ser determinadas pelo médico. O uso irregular dos medicamentos que
controlam a asma é uma das causas mais comuns de crises. O paciente não deve
ter receio de usar a medicação diária da asma.
Garanta as doses de vitamina D
A
carência da vitamina D está
sendo relacionada a uma série de doenças do aparelho imunológico e a asma é uma
delas. O papel da vitamina D na importância do tratamento da asma é recente.
Estudos apontam que a deficiência do nutriente pode aumentar os riscos de
doenças pulmonares mais graves em crianças. De qualquer forma, vale a pena
ressaltar que a principal fonte de vitamina D é a exposição solar, que dever ser
feita por cerca de 15 minutos, três vezes por semana. Ovos, manteiga, iogurtes
e peixes, como atum e sardinha, são fontes da vitamina.
Aposte na higiene
Mofo,
pelos de animais, insetos, ácaros e poeira domiciliar devem ser cuidadosamente
eliminados. É importantíssimo que a roupa de cama seja lavada semanalmente e
secada ao sol. Também é recomendado o uso de fronhas e capas de colchão
antiácaros, que diminuem a possibilidade de crises. Podem ser usados até
produtos de limpeza que matam os ácaros, mas nunca na presença do asmático. O
carpete deve ser substituído por outros tipos de piso, tapetes devem ser
retirados do quarto e umidificadores devem ser banidos, já que a umidade
favorece o aparecimento de alguns alérgenos.
Evite cheiros fortes
Velas,
sprays aromatizadores e essências. Esses produtos podem até deixar sua casa
perfumada, mas são um perigo para quem tem asma. Cheiros fortes e fumaça
irritam as vias aéreas e podem desencadear crises de asma. Se você é ou tem
algum familiar asmático, elimine todos esses produtos ou, pelo menos, opte por
versões que não possuem aroma.
Invista na vacina da gripe
Os
vírus causadores de infecções respiratórias - entre os quais está o vírus da
gripe - também inflamam as vias aéreas e podem causar crises de asma. Por isso,
tomar avacina da gripe pode
ajudar a controlar a doença. Além disso, lembre-se sempre de lavar as mãos ou
higienizá-las com álcool em gel, o que ajuda a prevenir-se contra o vírus.
Entre em forma
Existem
algumas evidências de pessoas asmáticas com obesidade que conseguiram controlar melhor a
asma ao perder peso. Uma teoria é a de que os pulmões de indivíduos com
obesidade não se expandem como deveriam, o que predispõe o estreitamento dos
brônquios. A inflamação do tecido adiposo causada pela obesidade também pode
afetar a musculatura das vias aéreas, aumentando a resposta inflamatória e
estreitando os canais da via aérea, o que levará a uma crise asmática. Outro
ponto é que os hormônios liberados pela gordura - como a leptina e a
adiponectina - podem agir na árvore brônquica causando os mesmos efeitos.
Uma
pessoa com asma pode e deve praticar esportes, mas, para isso, a doença precisa
estar controlada com o tratamento. Isso porque a desidratação das vias aéreas,
em função da sudorese e do aumento constante do fluxo de ar, podem desencadear
uma crise se a doença não estiver controlada. Outro mecanismo que pode levar a
uma crise é o da variação de temperatura nas vias aéreas, principalmente se o
ar é inspirado pela boca e atinge as vias aéreas a uma temperatura mais baixa -
o que pode piorar se temperatura ambiente está mais baixa.
Por
outro lado, manter uma boa hidratação e exercitar-se em ambiente saudável e com
temperatura adequada ajudam a tornar a prática esportiva menos perigosa. Se
mesmo assim ainda ocorrerem crises de asma, um tratamento com broncodilatadores
antecedendo a atividade física e indicado pelo médico tende a controlar bem os
sintomas.
Cuide do pet
Se o
contato com animais não te faz bem, seria aconselhável, no mínimo, não tê-los
na sua própria casa. Mas, se isso está fora de cogitação, pelo menos não deixe
que ele entre ou durma no seu quarto. Outra medida importante é dar banho no
animal pelo menos uma vez a cada duas semanas. O local em que o pet permanece a
maior parte do tempo deve ser limpo toda semana.
Agasalhe-se
É
normal que, ao passar de um ambiente fechado para um externo, com ar frio, o
alérgico logo apresente reações do sistema respiratório, como espirros e
inchaço nasal. Por isso, o ideal é sempre sair de casa bem agasalhado e com um
cachecol ou lenço cobrindo o nariz para que o ar gelado não entre em contato
direto com ele.
Apague o cigarro
Cigarro
é prejudicial para todas as pessoas, mas para o alérgico ele pode ser ainda
mais destrutivo. O fumo favorece
a evolução de alergias respiratórias e asma. A peculiaridade do inverno em
relação ao seu uso é o fato de a estação tornar ainda mais evidente essa piora,
uma vez que a estação costuma ser caracterizada pelo ar seco e pela poluição
concentrada. Alérgicos fumantes têm grandes chances de se tornarem futuros
portadores da asma, e a permanência do hábito fará com que as crises fiquem
cada vez mais fortes e mais difíceis de serem tratadas. Fone: minhavida
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