segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Hermafroditismo: sintomas, tratamentos e causas
O que é Hermafroditismo?
O hermafroditismo é uma condição ainda pouco conhecida, configurando um distúrbio tanto morfológico quanto fisiológico e que acomete as gônadas sexuais e/ou os órgãos genitais de um indivíduo, que simultaneamente manifesta estrutura tecidual testicular e ovariana.
É comum referir-se a pessoas com esta condição de “hermafroditas”. Este termo, no entanto, está ultrapassado e, aos poucos, está caindo em desuso. Atualmente, o nome mais correto para a condição é “intersex”.
Tipos
Hermafroditismo, ou Intersexo, pode ser dividido em quatro categorias distintas:
46-XX Intersexo
O indivíduo nasce com os cromossomos femininos (XX) e com ovários, mas a genitália externa é masculina.
46-XY Intersexo
Neste tipo de intersexualidade, o indivíduo apresenta cromossomos masculinos (XY), mas a genitália externa não é completamente formada – ela pode ser uma genitália ambígua ou evidentemente feminina.
Intersexo Gonadal Verdadeiro
Aqui, o indivíduo apresenta tanto tecido ovariano quanto tecido testicular. Isso pode acontecer na mesma gônada (chamado, portanto, de ovotestículo), ou a pessoa também pode apresentar um ovário e um testículo.
Intersexo Complexo ou Indeterminado
Uma pessoa com este tipo de intersexualidade pode apresentar diferenciações cromossômicas, que incluem 45-XO (somente um cromossomo X), 47-XXY e 47-XXX, sendo que os dois últimos apresentam um cromossomo sexual extra.
Causas
O sexo do bebê é definido no momento da concepção, em que o espermatozoide que fecunda o óvulo pode estar carregando um cromossomo X ou Y. O óvulo sempre contém o cromossomo X. Se na fecundação o par do cromossomo 23 for XX será uma menina, se for XY será um menino.
Os órgãos sexuais são formados a partir do mesmo tecido, então o que definirá como eles se desenvolverão é o cromossomo enviado pelo pai, sendo que a presença ou ausência de um cromossomo feminino (X) faz com que seja uma menina e a presença do cromossomo masculino (Y) faz com que os testículos comecem a se desenvolver para a produção de hormônios masculinos.
Conheças as causas dos quatro tipos de Intersexo:
46-XX Intersexo
O indivíduo nasce com os cromossomos femininos (XX) e com ovários, mas a genitália externa é masculina. Geralmente, essa condição é resultado de um feto do sexo feminino que foi exposto a altas quantidades de hormônio masculino durante a gestação. Aqui, os grandes lábios, que são as dobras da pele da genitália feminina externa, se fundem, e o clitóris aumenta de tamanho e fica com a aparência de um pênis. Pessoas com essas características, geralmente, apresentam útero e trompas de Falópio normais. As causas mais comuns para este tipo de intersexualidade são:
  • Hiperplasia adrenal congênita
  • Exposição excessiva de hormônios masculinos durante a gestação
  • Tumores, na maioria das vezes ovarianos, que fazem com que a mãe produza hormônios masculinos em excesso
  • Deficiência de aromatase, uma enzima que normalmente converte hormônios masculinos em hormônios femininos
46-XY Intersexo
Neste tipo de intersexualidade, o indivíduo apresenta cromossomos masculinos (XY), mas a genitália externa não é completamente formada – ela pode ser ambígua ou evidentemente feminina. Internamente, as gônodas sexuais podem tanto apresentar estrutura testicular normal, como pode, também, apresentar testículos mal formados ou, ainda, completamente ausentes. As principais causas para esse tipo são:
  • Síndrome da insensibilidade do andrógeno (SIA). Essa é a causa mais comum deste tipo de intersexualidade. Aqui, os hormônios são todos normais, mas os receptores dos hormônios masculinos não funcionam corretamente.
  • Problemas com testículos, responsáveis pela produção de hormônio masculino. Se eles não forem totalmente formados, o indivíduo poderá apresentar problemas com a produção de testosterona.
  • Problemas com a formação de testosterona. Diversas enzimas trabalham para produzir o hormônio masculino, portanto deficiências em qualquer uma dessas enzimas podem prejudicar a produção de testosterona e, assim, levar aos sinais de intersexualidade do tipo 46-XY. Diferentes tipos de hiperplasia adrenal congênita também se encaixam nesta categoria.
  • Problemas com o uso da testosterona. Algumas pessoas têm os testículos totalmente formados e também produzem as quantidades adequadas de testosterona, mas, ainda assim, apresentam este tipo de intersexualidade.
  • Deficiência da 5-alfa-reductase. Pessoas com este problema não possuem a enzima necessária para converter testosterona em dihidrotestosterona (DHT). Existem, pelo menos, cinco tipos diferentes de deficiência da 5-alfa-reductase. Alguns bebês têm a genitália masculina normal, outros têm a genitália feminina normal e muitos têm a genitália que não pode ser determinada visualmente. Nesses casos, a maioria passa a ter a genitália masculina externa quando chega à puberdade.
Intersexo Gonadal Verdadeiro
Aqui, o indivíduo apresenta tanto tecido ovariano quanto tecido testicular. Isso pode acontecer na mesma gônada (chamado, portanto, de ovotestículo), ou a pessoa também pode apresentar um ovário e um testículo. O indivíduo pode ter cromossomos XX, cromossomos XY ou ambos. A genitália externa pode ser ambígua ou parecer feminina ou masculina. Na maioria das pessoas com intersexo gonadal verdadeiro, a causa subjacente é desconhecida.
Intersexo Complexo ou Indeterminado
Muitas configurações cromossômicas, além dos simples 46-XX ou 46-XY, podem resultar em transtornos do desenvolvimento sexual. Uma pessoa com este tipo de intersexualidade pode apresentar diferenciações cromossômicas, que incluem 45-XO (somente um cromossomo X), 47-XXY e 47-XXX, sendo que os dois últimos apresentam um cromossomo sexual extra. Esses transtornos, no entanto, não resultam necessariamente em uma condição de intersexo, pois nem sempre há discrepância entre a genitália interna e a externa. Pode haver problemas com os níveis de hormônio sexual, desenvolvimento sexual e números alterados de cromossomos sexuais.
Sintomas de Hermafroditismo
Não existem sintomas para intersexualidade, pois não é necessariamente uma doença. Os sintomas que existem dizem respeito a anormalidades cromossômicas que, eventualmente, possam levar às distinções físicas que caracterizam os diferentes tipos de intersexualidade.
O máximo que costuma haver é alterações na puberdade. Algumas pessoas podem desenvolver as características da puberdade mais tarde na vida, outras podem até mesmo pular essa fase e não desenvolver a puberdade nunca. Além disso, pode acontecer, também, de uma pessoa sofrer mudanças repentinas e inesperadas neste período.
De resto, os sinais de intersexualidade limitam-se ao campo físico e variam de acordo com o tipo.
Buscando ajuda médica
Geralmente, os sinais de intersexualidade são visíveis logo ao nascimento. Um médico pode ajudar os pais a entender melhor como se dá esse tipo de condição e ajudá-los a lidar melhor com este fato.
A intersexualidade nem sempre é um problema médico, mas pessoas com características intersexuais podem precisar de auxílio psicológico. Fique atento às necessidades de seu filho e a qualquer sinais ou sintomas que ele possa apresentar ao longo da vida.
Na consulta médica
Especialistas que podem diagnosticar intersexualidade são:
  • Clínico geral
  • Geneticista
  • Ginecologista
  • Urologista
  • Endocrinologista
  • Assistente social
  • Psiquiatra
  • Psicólogo
  • Médico neonatologista
  • Pediatra
Estar preparado para a consulta pode facilitar o diagnóstico e otimizar o tempo. Dessa forma, você já pode chegar à consulta com algumas informações:
  • Uma lista com todos os sintomas e há quanto tempo eles apareceram
  • Histórico médico, incluindo outras condições que o paciente tenha e medicamentos ou suplementos que ele tome com regularidade
  • Se possível, peça para uma pessoa te acompanhar
Também é importante levar suas dúvidas para a consulta por escrito, começando pela mais importante. Isso garante que você conseguirá respostas para todas as perguntas relevantes antes da consulta acabar. Para intersexualidade, algumas perguntas básicas incluem:
  • Como é o prognóstico para uma criança com intersexualidade?
  • O que pode ter causado essa condição?
  • Há fatores genéticos envolvidos?
  • Essa condição pode ter sido causada por algum comportamento de risco adotado durante a gravidez?
  • Eu preciso necessariamente optar por um órgão genital específico para meu filho?
  • Essa condição poderá levar a complicações psicológicas no futuro?
  • Meu filho poderá viver com essa condição sem precisar de cirurgia?
  • Meu filho poderá desenvolver outros problemas de saúde ou sintomas?
  • Meu filho deve seguir algum tratamento hormonal?
  • Devo colocar meu filho em consultas com um psicólogo a partir de que idade?
  • Como devo tratar esse assunto na escola e em outros ambientes sociais que meu filho frequentará?
Não hesite em fazer outras perguntas, caso elas ocorram no momento da consulta.
Diagnóstico de Hermafroditismo
A intersexualidade poder ser diagnosticada com base somente na observação clínica. No entanto, alguns exames podem ser solicitados para identificar qual é a causa e o tipo exatos da condição. Veja:
  • Análise cromossômica
  • Análise de níveis dos hormônios sexuais
  • Testes de estímulos hormonais
  • Testes eletrolíticos
  • Testes moleculares específicos
  • Exame endoscópico, usado para verificar a ausência ou presença de vagina ou cérvix
  • Ultrassom ou ressonância magnética para avaliar se os órgãos sexuais internos estão presentes (como o útero, por exemplo)
Convivendo/ Prognóstico
Uma equipe de profissionais de saúde com experiência em intersexualidade deve trabalhar em conjunto para entender e ajudar a criança com esta condição, além de entender, aconselhar e dar apoio à família também.
Os pais devem compreender as mudanças ocorridas no que diz respeito ao tratamento de intersexualidade. No passado, a opinião prevalecente era de que, o ideal, era atribuir um gênero específico o mais rápido possível, muitas vezes com base na genitália externa e não no gênero cromossômico. A cirurgia era recomendada imediatamente para crianças que nascessem com essa condição, em que acontecia a remoção do tecido ovariano ou testicular. Em geral, era considerado “mais fácil” reconstruir a genitália feminina do que o funcionamento da genitália masculina.
Mais recentemente, no entanto, a opinião de muitos especialistas mudou. O maior respeito às complexidades do funcionamento sexual feminino levaram à conclusão de que a genitália feminina não pode ser inerentemente melhor que a genitália masculina, mesmo se a reconstrução for "mais fácil". Além disso, outros fatores podem ser mais importantes neste sentido. Fatores cromossômicos, neurais, psicológicos e comportamentais podem influenciar a identidade do gênero de um indivíduo, que independe do órgão genital.
Muitos especialistas, agora, estimulam os pais a não realizar a cirurgia em seus filhos, de modo a esperar que, aos envelhecerem, os indivíduos que nasceram com essa condição possam fazer a escolha que bem entenderem.
Obviamente, o intersexo é uma questão complexa, e trata-lo pode acarretar em consequências no curto e no longo prazo. Um grupo de apoio à intersexualidade pode ajudar as famílias a conhecerem as pesquisas mais recentes, dando-lhes a oportunidade, também, de conhecer outras famílias e pessoas que passam pela mesma situação.
Prevenção

Não existem formas possíveis de prevenção da intersexualidade.            Fonte: minhavida 

Nenhum comentário:

Postar um comentário