domingo, 18 de setembro de 2016

Abstinência de opiáceos: sintomas, tratamentos e causas
O que é Abstinência de opiáceos?
Abstinência de opiáceos é definida pelo conjunto de sensações e sintomas que são experimentados pela pessoa que teve o uso de medicamentos a base de ópio suspensos ou descontinuados.
Os opiáceos são uma classe de drogas comumente prescrita para tratar a dor. Alguns exemplos são oxicodona, hidromorfona e morfina. Certas drogas ilegais, como a heroína, são também os opiáceos.
Embora muito úteis no tratamento da dor, esses medicamentos tem um alto risco de causar dependência química e física. Portanto, uma pessoa que para ou diminui a quantidade de opiáceos que está ingerindo pode experimentar sintomas físicos de abstinência. Os efeitos da abstinência ocorrem porque leva certo tempo para o corpo se ajustar a ausência dos opiáceos.
Causas
Pessoas que fazem algum tratamento a base de opiáceos podem ficar acostumadas com essas substâncias circulando no corpo. Isso é especialmente verdade em pessoas que usam o medicamento durante algumas semanas ou mais. Com o tempo, o corpo necessita de mais e mais da droga para conseguir o mesmo efeito. Esta dependência física pode ser muito perigosa, e aumenta o risco de overdose acidental.
Os opiáceos são medicamentos criados para “imitar” substâncias químicas naturais do cérebro. Existem três grandes áreas que são afetadas por esses remédios, chamadas de "receptores opiáceos":
  • Tronco cerebral, que controla funções como respiração e batimentos cardíacos
  • Sistema límbico, que controla as emoções
  • Medula espinal, que envia mensagens do cérebro para o resto do corpo e vice-versa.
O uso prolongado desses fármacos muda o funcionamento dos receptores cerebrais, que se tornam dependentes da droga para funcionar. Muitas pessoas se tornam dependentes a fim de evitar a dor ou sintomas de abstinência. Em alguns casos, o indivíduo nem sequer percebe que se tornou dependente.
Fatores de risco
Todas as pessoas que ministram opiáceos no tratamento de doenças estão sujeitas a abstinência se utilizarem o medicamento por tempo prolongado sem acompanhamento médico.
Sintomas de Abstinência de opiáceos
Os sintomas de abstinência de opiáceos incluem:
Os sintomas de abstinência de opiáceos podem durar de uma semana a um mês. Entretanto, os sintomas emocionais, tais como baixo consumo de energia, ansiedade e insônia, podem durar por alguns meses após a interrupção de altas doses de opiáceos.
Quando os sintomas mais acentuados da abstinência de opiáceos terminam, a pessoa ainda pode sentir algumas sensações relacionadas à falta do medicamento, mas com uma intensidade e variedade de sintomas menor.
Buscando ajuda médica
É importante manter o acompanhamento médico durante todo o tratamento com opiáceos e buscar ajuda caso os sintomas de abstinência apareçam após cessar o medicamento ou reduzir a dose ingerida.
Na consulta médica
Estar preparado para a consulta pode facilitar o diagnóstico e otimizar o tempo. Dessa forma, você já pode chegar à consulta com algumas informações:
  • Uma lista com todos os sintomas e há quanto tempo eles apareceram
  • Histórico médico, incluindo outras condições que o paciente tenha e medicamentos ou suplementos que ele tome com regularidade
  • Se possível, peça para uma pessoa te acompanhar.
O médico provavelmente fará uma série de perguntas, tais como:
  • Quando os sintomas começaram?
  • Eles são contínuos ou ocasionais?
  • Quão graves são os sintomas?
  • O que, se alguma coisa, parece melhorar os seus sintomas?
  • O que, se alguma coisa, parece piorar os seus sintomas?
  • Você já teve esses sintomas antes?
  • Você fez tratamento com opiáceos recentemente? Há quanto tempo?
  • Você já usou drogas ilícitas, como heroína? Se sim, por quanto tempo?
Também é importante levar suas dúvidas para a consulta por escrito, começando pela mais importante. Isso garante que você conseguirá respostas para todas as perguntas relevantes antes da consulta acabar. Para abstinência de opiáceos, algumas perguntas básicas incluem:
  • O que provavelmente está causando os meus sintomas ou condição?
  • Quais são as outras causas possíveis para os meus sintomas ou condição?
  • Que tipos de testes que eu preciso?
  • Minha condição é temporária ou crônica?
  • Quais são as alternativas para o tratamento que você está sugerindo?
  • Eu tenho essas outras condições de saúde. Como gerenciar os tratamentos?
  • Existem restrições que eu preciso para seguir?
  • Existe uma alternativa genérica para o medicamento que você está prescrevendo?
  • Há algum material impresso que eu posso levar comigo? Quais sites você recomenda?
Não hesite em fazer outras perguntas, caso elas ocorram no momento da consulta.
Diagnóstico de Abstinência de opiáceos
Para diagnosticar a abstinência de opiáceos, será realizado um exame físico e um questionário a respeito dos seus sintomas. Também podem ser solicitados exames de urina e sangue para verificar a presença de opiáceos no organismo.
Podem ser feitas perguntas sobre o consumo de drogas ilícitas. Responda honestamente para conseguir o melhor tratamento e apoio.
Tratamento de Abstinência de opiáceos
A abstinência de opiáceos é muito difícil de tratar, uma vez que os pacientes podem continuar ingerindo os medicamentos para controlar os sintomas, como dor, ou tentar abordagens de controle em casa. No entanto, o tratamento médico em um ambiente controlado aumenta a chance de sucesso e reduz o risco de complicações.
Os remédios à base de ópio podem ser substituídos por medicamentos como acetaminofeno, ácido acetilsalicílico ou drogas anti-inflamatórias não-esteroides. O repouso e ingestão de líquidos são peças chave no tratamento.
Sintomas de abstinência mais intensos podem exigir tratamento com clonidina, um medicamento que ajuda a reduzir a intensidade dos sintomas de abstinência em 50 a 75%. A clonidina é especialmente eficaz na redução da ansiedade, cólicas, dores musculares, agitação, suor, olhos lacrimejantes e nariz escorrendo.
A buprenorfina é um opiáceo que não causa tanta dependência quanto outros, por isso ele pode ser usado durante o período de desintoxicação. Já a metadona pode ser utilizada para a terapia de manutenção por longos períodos - apesar de ser um opiáceo, seu consumo pode ser controlado e raramente produz sintomas de abstinência extremos.
Por fim, pode ser feita uma desintoxicação rápida com fármacos bloqueadores de opiáceos, tais como a naloxona ou naltrexona. O procedimento é feito com auxílio de anestesia e há evidências de que ele diminui os sintomas, mas não necessariamente impacta na quantidade de tempo que levará para a pessoa se curar. Além disso, como a abstinência causa vômitos, o risco deles ocorrerem com a pessoa sob anestesia é grande, aumentando as chances de complicações como sufocamento. Dessa forma, a maioria dos médicos e médicas hesitam em utilizar este método.
Complicações possíveis
Aspirar vômito para os pulmões é a pior complicação da abstinência de opiáceos. Isto pode levar a um perigoso tipo de pneumonia, chamado pneumonia de aspiração.
A desidratação causada pelos vômitos e diarreia pode causar um desequilíbrio eletrolítico, favorecendo complicações cardíacas. É importante beber bastante água para repor os nutrientes perdidos.
Prevenção

A única forma de prevenir totalmente a abstinência de opiáceos é não ministrar essas drogas por longos períodos, e sempre buscar acompanhamento médico durante o tratamento com medicamentos a base de ópio. Fonte: minhavida 

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