Abstinência de opiáceos: sintomas, tratamentos e causas
O que é Abstinência
de opiáceos?
Abstinência de
opiáceos é definida pelo conjunto de sensações e sintomas que são
experimentados pela pessoa que teve o uso de medicamentos a base de ópio
suspensos ou descontinuados.
Os opiáceos são uma
classe de drogas comumente prescrita para tratar a dor. Alguns exemplos são oxicodona,
hidromorfona e morfina. Certas drogas ilegais, como a heroína, são também os
opiáceos.
Embora muito úteis
no tratamento da dor, esses medicamentos tem um alto risco de causar
dependência química e física. Portanto, uma pessoa que para ou diminui a
quantidade de opiáceos que está ingerindo pode experimentar sintomas físicos de
abstinência. Os efeitos da abstinência ocorrem porque leva certo tempo para o
corpo se ajustar a ausência dos opiáceos.
Causas
Pessoas que fazem
algum tratamento a base de opiáceos podem ficar acostumadas com essas
substâncias circulando no corpo. Isso é especialmente verdade em pessoas que
usam o medicamento durante algumas semanas ou mais. Com o tempo, o corpo
necessita de mais e mais da droga para conseguir o mesmo efeito. Esta
dependência física pode ser muito perigosa, e aumenta o risco de overdose acidental.
Os opiáceos são
medicamentos criados para “imitar” substâncias químicas naturais do cérebro.
Existem três grandes áreas que são afetadas por esses remédios, chamadas de
"receptores opiáceos":
- Tronco cerebral, que
controla funções como respiração e batimentos cardíacos
- Sistema límbico, que
controla as emoções
- Medula espinal, que envia
mensagens do cérebro para o resto do corpo e vice-versa.
O uso prolongado
desses fármacos muda o funcionamento dos receptores cerebrais, que se tornam
dependentes da droga para funcionar. Muitas pessoas se tornam dependentes a fim
de evitar a dor ou sintomas de abstinência. Em alguns casos, o indivíduo nem
sequer percebe que se tornou dependente.
Fatores de risco
Todas as pessoas
que ministram opiáceos no tratamento de doenças estão sujeitas a abstinência se
utilizarem o medicamento por tempo prolongado sem acompanhamento médico.
Sintomas de
Abstinência de opiáceos
Os sintomas de
abstinência de opiáceos incluem:
- Cansaço
- Irritabilidade
- Ansiedade
- Insônia
- Corrimento nasal
- Olhos lacrimejantes
- Suores frios e quentes
- Arrepios
- Bocejos
- Dores musculares
- Cólicas abdominais
- Náuseas
- Vômitos
- Diarreia.
Os sintomas de
abstinência de opiáceos podem durar de uma semana a um mês. Entretanto, os
sintomas emocionais, tais como baixo consumo de energia, ansiedade e insônia,
podem durar por alguns meses após a interrupção de altas doses de opiáceos.
Quando os sintomas
mais acentuados da abstinência de opiáceos terminam, a pessoa ainda pode sentir
algumas sensações relacionadas à falta do medicamento, mas com uma intensidade
e variedade de sintomas menor.
Buscando ajuda
médica
É importante manter
o acompanhamento médico durante todo o tratamento com opiáceos e buscar ajuda
caso os sintomas de abstinência apareçam após cessar o medicamento ou reduzir a
dose ingerida.
Na consulta médica
Estar preparado
para a consulta pode facilitar o diagnóstico e otimizar o tempo. Dessa forma,
você já pode chegar à consulta com algumas informações:
- Uma lista com todos os
sintomas e há quanto tempo eles apareceram
- Histórico médico, incluindo
outras condições que o paciente tenha e medicamentos ou suplementos que
ele tome com regularidade
- Se possível, peça para uma
pessoa te acompanhar.
O médico
provavelmente fará uma série de perguntas, tais como:
- Quando os sintomas
começaram?
- Eles são contínuos ou
ocasionais?
- Quão graves são os sintomas?
- O que, se alguma coisa,
parece melhorar os seus sintomas?
- O que, se alguma coisa,
parece piorar os seus sintomas?
- Você já teve esses sintomas
antes?
- Você fez tratamento com
opiáceos recentemente? Há quanto tempo?
- Você já usou drogas
ilícitas, como heroína? Se sim, por quanto tempo?
Também é importante
levar suas dúvidas para a consulta por escrito, começando pela mais importante.
Isso garante que você conseguirá respostas para todas as perguntas relevantes
antes da consulta acabar. Para abstinência de opiáceos, algumas perguntas
básicas incluem:
- O que provavelmente está
causando os meus sintomas ou condição?
- Quais são as outras causas
possíveis para os meus sintomas ou condição?
- Que tipos de testes que eu
preciso?
- Minha condição é temporária
ou crônica?
- Quais são as alternativas
para o tratamento que você está sugerindo?
- Eu tenho essas outras
condições de saúde. Como gerenciar os tratamentos?
- Existem restrições que eu
preciso para seguir?
- Existe uma alternativa
genérica para o medicamento que você está prescrevendo?
- Há algum material impresso
que eu posso levar comigo? Quais sites você recomenda?
Não hesite em fazer
outras perguntas, caso elas ocorram no momento da consulta.
Diagnóstico de
Abstinência de opiáceos
Para diagnosticar a
abstinência de opiáceos, será realizado um exame físico e um questionário a
respeito dos seus sintomas. Também podem ser solicitados exames de urina e
sangue para verificar a presença de opiáceos no organismo.
Podem ser feitas
perguntas sobre o consumo de drogas ilícitas. Responda honestamente para
conseguir o melhor tratamento e apoio.
Tratamento de
Abstinência de opiáceos
A abstinência de
opiáceos é muito difícil de tratar, uma vez que os pacientes podem continuar
ingerindo os medicamentos para controlar os sintomas, como dor, ou tentar
abordagens de controle em casa. No entanto, o tratamento médico em um ambiente
controlado aumenta a chance de sucesso e reduz o risco de complicações.
Os remédios à base
de ópio podem ser substituídos por medicamentos como acetaminofeno, ácido
acetilsalicílico ou drogas anti-inflamatórias não-esteroides. O repouso e
ingestão de líquidos são peças chave no tratamento.
Sintomas de
abstinência mais intensos podem exigir tratamento com clonidina, um medicamento
que ajuda a reduzir a intensidade dos sintomas de abstinência em 50 a 75%. A
clonidina é especialmente eficaz na redução da ansiedade, cólicas, dores
musculares, agitação, suor, olhos lacrimejantes e nariz escorrendo.
A buprenorfina é um
opiáceo que não causa tanta dependência quanto outros, por isso ele pode ser
usado durante o período de desintoxicação. Já a metadona pode ser utilizada
para a terapia de manutenção por longos períodos - apesar de ser um opiáceo,
seu consumo pode ser controlado e raramente produz sintomas de abstinência
extremos.
Por fim, pode ser
feita uma desintoxicação rápida com fármacos bloqueadores de opiáceos, tais
como a naloxona ou naltrexona. O procedimento é feito com auxílio de anestesia
e há evidências de que ele diminui os sintomas, mas não necessariamente impacta
na quantidade de tempo que levará para a pessoa se curar. Além disso, como a
abstinência causa vômitos, o risco deles ocorrerem com a pessoa sob anestesia é
grande, aumentando as chances de complicações como sufocamento. Dessa forma, a
maioria dos médicos e médicas hesitam em utilizar este método.
Complicações
possíveis
Aspirar vômito para
os pulmões é a pior complicação da abstinência de opiáceos. Isto pode levar a
um perigoso tipo de pneumonia, chamado pneumonia de aspiração.
A desidratação
causada pelos vômitos e diarreia pode causar um desequilíbrio eletrolítico,
favorecendo complicações cardíacas. É importante beber bastante água para repor
os nutrientes perdidos.
Prevenção
A única forma de
prevenir totalmente a abstinência de opiáceos é não ministrar essas drogas por
longos períodos, e sempre buscar acompanhamento médico durante o tratamento com
medicamentos a base de ópio. Fonte: minhavida
Nenhum comentário:
Postar um comentário