CIRURGIAS BARIÁTRICAS
A cirurgia tem riscos?
Toda cirurgia pode apresentar riscos, inclusive risco de
morte. Atualmente as publicações médicas referem um risco de morte
desta operação entre 0,2 a 0,4 % ( 2 a 4 casos em mil cirurgias). Isto
é euquivalente a uma cirurgia de risco pequeno, porém presente. Em
questões práticas significa que dois em cada mil pacientes operados pode
morrer.
Na nossa prática conseguimos números inferiores devido a um
trabalho conjunto da equipe cirúrgica, do anestesista,
enfermagem e fisioterapia.
Complicações
também não são comuns, mas podem ocorrer em torno de 1% dos casos.
Entre as complicações que mais preocupam o cirurgião estão
a trombose venosa profunda1 que é o entupimento das veias da
perna; pneumonia2 (infecção
no pulmão); atelectasia4 (quando parte do pulmão murcha e
não quer se expandir); e finalmente a fístula (quando há o
extravasamento do conteúdo intestinal ou do estômago por uma abertura das
costuras feitas durante a cirurgia) que, de todas as complicações é a que
mais preocupa o cirurgião.
O que é uma fístula?
Fístula
é quando ocorre um “vazamento” do conteúdo do estômago ou intestinal para
dentro da cavidade abdominal. De todas as complicações que existem relacionadas
à cirurgia , esta é a mais temida pelos cirurgiões.
Atualmente,
um dos grandes desafios das empresas que fabricam materiais para a cirurgia de
obesidade é criar um produto que evite o aparecimento de fístulas.
Inúmeros
produtos estão a disposição mas nenhum é comprovadamente eficiente na
prevenção das fístulas.
As causas
do aparecimento das fístulas são variadas. Entre as mais observadas estão:
a ingestão alimentar exagerada pelo paciente nos primeiros dias de
pós-operatório, uma deficiência do suprimento sanguíneo no estômago operado e
até uma “rejeição” do estômago aos “grampos” utilizados na cirurgia.
As
fístulas usualmente ocorrem em menos de 1% dos casos em serviços de cirurgia
bariátrica de excelência. Em nossa experiência este número é de 0,5%.
Se
algum cirurgião te falar que não tem fístulas… desconfie. Os números
estatísticos que se referem à incidência de fístulas estão em todas as
publicações médicas pelo mundo. Não acreditamos que este profissional
tenha recebido uma bênção divina que faça com que só ele não
tenha complicações.
Ter
complicações faz parte do risco de qualquer cirurgia. É neste momento que você
descobre se escolheu o cirurgião correto. Os melhores cirurgiões não
precisam esconder a verdade e sabem o que fazer para resolver o problema.
O Dr.
Caetano Marchesini (Curitiba), Dr. Manoel Passos Galvão Neto (SP) e o
Dr.Josemberg Marins Campos (Recife) são pioneiros no Brasil em um novo
tratamento endoscópico das fístulas onde os resultados são excelentes
auxiliando o paciente a voltar para casa precocemente.
Banda Gástrica Ajustável
Consiste
na colocação de um anel de silicone com uma pequena câmara pneumática
interna ao redor do estômago em sua porção inicial.
Esta
câmara comunica-se através de um tubo a um pequeno dispositivo que é
implantado embaixo da pele do pacientes. Através dele é possível insuflar a
câmara pneumática que se encontra na banda, restringindo ou
“liberando” mais o fluxo dos alimentos através dela. Foi um procedimento
muito realizado no final da década de 90.
Vem caindo em desuso no Brasil e Europa. Nos
Estados Unidos foi liberado seu uso em 2002 e somente agora os seus
resultados ruins vêm sendo observados lá.
Quando lançada nos anos 90 seu grande apelo era o fato de ser
o único procedimento que na época era realizado por videolaparoscopia3.
Atualmente,
poucos grupos no Brasil ainda realizam este procedimento.
Por ser
um procedimento puramente restritivo, a comunidade cirúrgica bariátrica
hoje em dia dá preferência a gastrectomia vertical ou sleeve.
A perda média de peso é de 20 a 25% e as taxas de reganho de
peso são muito elevadas principalmente nas mulheres.
Gastrectomia Vertical ou Sleeve
Consiste em uma ressecção (retirada) de dois terços do estômago em seu eixo
vertical transformando-o em um tubo afilado.
Esta cirurgia se baseia em dois princípios: o da restrição do
volume alimentar ingerido e o da retirada de uma área do estômago onde é
produzido um hormônio chamado grelina5. Este hormônio é responsável por
gerar a sensação de fome.Outras partes do intestino
delgado também produzem este hormônio e ainda não se conhece totalmente
suas ações.
A
grande vantagem desta cirurgia é que pacientes submetidos a ela necessitam
de pouca ou, em alguns casos, nenhuma suplementação vitamínica.
É bem indicada em pacientes com anemias6 crônicas, osteoporose7 grave ou ainda em condições clínicas que
necessitem a primeira porção do intestino para absorção de medicamentos.
Também está indicada em pacientes que estejam dispostos a não perder tanto
peso.
É uma
cirurgia que está ganhando bastante popularidade no mundo , alcançando o número
de bypass gástrico realizado (atualmente a cirurgia mais feita). Existem vários
motivos para explicar este fenômeno. Entre eles está o fato de não mexer no
intestino e não causar problemas nutricionais.
Aqui se torna obrigatório fazer um acompanhamento psicológico
adequado da clínica. A
perda média de peso é de 25 a 30% do peso inicial, se
houver reganho de peso é possível a realização de outras cirurgias
bariátricas subsequentes.
Não deve ser indicada em pacientes comedores de doce e que
tenham doença do refluxo gastroesofágico, porque piora esta condição. O
acompanhamento com o psiquiatra é fundamental para o tratamento da
compulsão alimentar, componente comum no paciente com obesidade.
Duodenal Switch – derivação biliopancreática
Como esta cirurgia é considerada uma evolução da derivação biliopancreática
pura ou Cirurgia de Scopinaro, vamos
nos ater a explicar este procedimento.
Consiste
em uma ressecção (retirada) de dois terços do estômago em seu eixo
vertical transformando-o em um tubo afilado (semelhante ao Sleeve),
seguida de um desvio intestinal ampliado, deixando uma área aproximada
de um terço da área total de absorção de nutrientes.
Por ser
uma cirurgia mais invasiva, ela é bem indicada em pacientes que precisam
perder muito peso. Pacientes do sexo masculino se sentem a vontade com
este procedimento porque exige que se alimentem de um considerável
volume de proteína diário, principalmente através do consumo de carne.
Esta cirurgia também tem sido considerada como a
que apresenta melhor resposta no tratamento do diabetes (em torno de
95% de remissão da doença). Por
isso é indicada em pacientes obesos diabéticos. Em pacientes diabéticos
com menos peso ela pode ser realizada, porém o desvio intestinal realizado
deve ser menor. Sua taxa de reganho de peso é muito inferior ao das outras
cirurgias, não
ultrapassando 2% contra
os 15% dos outros procedimentos.
Perde-se em torno de 40 a 45% do peso inicial e portanto,
deve ser indicada em um grupo especial de pacientes para não correr o
risco de levar o paciente àdesnutrição que pode ocorrer em
torno de 2% a 4% dos pacientes.
Outra desvantagem
desta cirurgia é mau cheiro dos gases e fezes. Fato que nos leva a não
indicar este procedimento para as mulheres e pacientes que dividem o mesmo
banheiro em seu trabalho. Somos o grupo com maior experiência nesta
cirurgia no Brasil.
Lembre
que as imagens do nosso vídeo são puramente ilustrativas e que os
cortes feitos para a entrada dos instrumentos no abdomen variam para cada
cirurgião. A coloração azul representa o alimento e a coloração amarela
representa os sucos digestivos.
Note
que há um desvio intestinal bastante grande.
Bypass Gástrico ou Cirurgia de Fobi-Capella
Bypass é uma palavra inglesa que significa desvio. E é
exatamente isto que é feito nesta cirurgia. Um desvio de uma grande parte
do estômago e uma pequena parte do intestino delgado.
Sem
dúvida é a cirurgia mais realizada no mundo. Só nos Estados Unidos são
realizadas mais de 200 mil cirurgias por ano. No Brasil, acredita-se que
em 2015 serão realizadas em torno de 60 mil procedimentos de um total estimado
de 100 mil cirurgias bariátricas.
Ela consiste em uma redução do estômago através de
grampeamento.O estômago é dividido em duas partes: uma menor que será por onde
o alimento irá transitar e outra maior que ficará isolada. Este pequeno
estômago é então ligado ao intestino para que o alimento possa seguir seu
curso natural.
Todas
as secreções do estômago separado serão levadas através do intestino a uma
nova costura feita adiante no intestino que é costurado no “estômago
pequeno”. (para entender melhor veja o vídeo)
A vantagem desta cirurgia é que ela é totalmente reversível.
O fato
de o estômago ficar menor não quer dizer que você irá passar fome. O pouco
que ingerir irá dar saciedade.
Atualmente
sabemos que existe um hormônio responsável pelo nosso apetite chamado
grelina. Este hormônio é produzido em todos os segmentos do trato
digestivo, mas é produzido em maior quantidade na parte do
estômago que irá ficar isolada depois desta cirurgia, gerando uma
inapetência no período pós-operatório.
É muito comum depois desta operação os pacientes perderem
totalmente o apetite. Com o tempo o apetite volta devido ao aumento de produção
deste hormônio pelo intestino. É muito importante não confundir apetite
com “vontade de comer”.
A perda média de peso nesta cirurgia é de 35 a 40% do peso
inicial.
O
vídeo é uma representação do que ocorre na cirurgia. Algumas
variações técnicas são possíveis e podem acontecer de cirurgião
para cirurgião. Estas pequenas modificações não alteram os princípios
básicos que estão representados no vídeo ilustrativo. Fonte: gastronet
Nenhum comentário:
Postar um comentário