Azeite de oliva: o óleo que blinda o coração
O alimento
também é benéfico para ossos, ajuda a manter o peso e previne o diabetes
O azeite de oliva é um tipo de óleo
extraído da azeitona, o fruto da oliveira. O alimento é milenar e a árvore
começou a ser plantada na Ásia Menor. No século 16 A.C, os fenícios levaram o
azeite para Grécia e o cultivo da oliveira passou a ganhar importância a partir
do século 4 A.C. Chamado de "ouro líquido" pelos mediterrâneos, o
azeite está no ranking de alimentos essenciais ao cardápio de quem quer uma
vida mais saudável. Uma pesquisa publicada no New England Journal of Medicine
comprovou que a dieta mediterrânea, cuja base é o azeite de oliva extravirgem,
castanhas, peixes e vegetais, é capaz de reduzir em 30% o risco de doenças
cardiovasculares. O azeite de oliva não só ajuda a diminuir o mau colesterol (LDL) como aumenta o bom
colesterol (HDL). Isso ocorre graças a presença de antioxidantes, gorduras
monoinsaturadas do azeite. Mas seus benefícios não ficam restritos a saúde
cardiovascular, proteção do cérebro e dos ossos, combate do diabetes e até
emagrecimento entram na sua lista de ganhos para a saúde.
Tipos de azeite de
oliva
O alimento só pode ser considerado azeite de oliva se for obtido
exclusivamente a partir da azeitona, sem misturas de óleos de outras naturezas.
As versões virgens são aquelas obtidas por meio de processos mecânicos ou
físicos feitos em condições que não alterem o azeite e que em todo o processo
ele não tenha sofrido tratamentos além da lavagem, decantação, centrifugação e
filtração. Há três tipos de versões virgens próprias para o consumo. São elas:
- Azeite
extravirgem: Um óleo saboroso com acidez, demonstrada em ácido oleico, não
superior a 1%. Ele é a melhor opção, pois possui mais fotoquímicos que têm
propriedades antioxidantes.
- Azeite
virgem: O alimento possui sabor e aroma marcantes e tem acidez,
demonstrada em ácido oleico, não superior a 2%.
- Azeite
virgem corrente: Tem um gosto bom e acidez, demonstrada em ácido oleico,
não superior a 3,3%
Principais
nutrientes do azeite
Azeite de oliva -
30 g (uma porção)
|
|
Calorias
|
265kcal
|
Carboidratos
|
--
|
Proteínas
|
--
|
Gorduras totais
|
30 g
|
Gorduras
saturadas
|
4,14 g
|
Gorduras
monoinsaturadas
|
21,89 g
|
Gorduras
poli-insaturadas
|
3,16 g
|
Cálcio
|
--
|
Potássio
|
--
|
Ferro
|
0,17 mg
|
Fósforo
|
--
|
Sódio
|
1mg
|
Vitamina E
|
4,30 mg
|
Vitamina K
|
18,10 mcg
|
Fonte: Tabela do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos.
O azeite de oliva é rico em gorduras monoinsaturadas, um tipo de gordura
que é benéfico à saúde do organismo. Elas são um nutriente importante por não
atuarem na elevação do colesterol mau, LDL, e contribuírem para melhorar os
níveis circulantes do colesterol bom, HDL. Esta gordura também tem efeito
anti-inflamatório, que pode evitar problemas no cérebro, entre muitos outros
benefícios.
O óleo também é cheio de vitamina E que tem um efeito antioxidante que
inibe a síntese do colesterol ruim e evita a oxidação celular, contribuindo
para maior sobrevida de células saudáveis no organismo. O azeite também carrega
uma série de compostos antioxidantes, como os polifenois, no entanto a versão
extravirgem é a mais rica nessas substâncias, porém os outros tipos também
possuem boas quantidades.
A vitamina K é
outro nutriente que ganha muito destaque no azeite tanto que em uma porção de
azeite (30 gramas), é possível consumir 129% da dose recomendada da vitamina
por dia. Esse nutriente é fundamental para manter os ossos saudáveis e também
atua no processo de coagulação sanguínea.
Confira qual a porcentagem do Valor Diário* de alguns nutrientes que a
porção recomendada, 30 gramas (duas colheres de sopa), deste óleo carrega:
- 55%
das gorduras totais
- 19%
das gorduras saturadas
- 129%
de vitamina K
- 43%
de vitamina E
*Valores Diários de referência para adultos com base em uma dieta de
2.000 kcal ou 8.400 kj. Seu valores diários podem ser maiores ou menores
dependendo de suas necessidades energéticas.
Benefícios do
azeite
Regula o colesterol: Os tocoferois, substâncias antioxidantes
presentes no azeite, parecem ter um efeito inibitório na síntese de colesterol
ruim, o LDL, reduzindo seus níveis e outros fatores causadores de doenças
cardiovasculares. Este óleo apresenta as gorduras monoinsaturadas, que também
são benéficas para o órgão cardíaco. Essas gorduras ajudam a regular o
colesterol, pois aumentam os níveis de HDL, o colesterol bom, e não elevam o
LDL.
Protege o coração: Os antioxidantes diminuem a síntese do
colesterol ruim, LDL, que em excesso se acumula dentro das paredes das artérias
do coração, formando as placas de gordura e tornando os vasos mais estreitos. O
estreitamento ou entupimento dos pequenos vasos sanguíneos é a principal
característica da aterosclerose, que é estabelecida quando o
fluxo sanguíneo para o coração fica prejudicado. Sem o sangue necessário, o
coração fica carente de oxigênio e de nutrientes vitais para que ele opere de
forma adequada. O processo também pode elevar a pressão arterial, favorecendo o
risco de infartos e derrames. Uma pesquisa da Universidade de Navarra, na
Espanha, concluiu que uma dieta rica em azeite de oliva virgem pode prevenir ou
até mesmo reverter a aterosclerose.
Ajuda a emagrecer: Muitas pessoas podem até estranhar
que um óleo seja capaz de ajudar a diminuir o ponteiro da balança, mas o azeite
de oliva assume esse posto. Uma pesquisa realizada pela Universidade de Viena,
na Áustria, e Universidade Técnica de Munique, na Alemanha, concluiu que o
azeite de oliva contribui para a perda de peso. O estudo apontou os compostos
de aroma deste óleo como os responsáveis pelo emagrecimento, pois eles são
capazes de regular a saciedade. Após uma refeição, o tempo que a sensação de
saciedade dura depende de uma série de fatores, porém o nível de açúcar no
sangue influencia significativamente. Quanto mais rápido ele cai, ou seja,
quanto mais rápido as células absorverem a glicose do sangue, mais cedo a
pessoa começa a sentir fome. A pesquisa concluiu que o azeite de oliva possui
substâncias de aroma que reduzem a absorção de glicose do sangue para as
células do fígado. Porém, o óleo não faz milagres, para perder peso é
importante ter uma dieta balanceada e praticar atividades físicas.
Protege o cérebro: Outro benefício dos antioxidantes presentes
no azeite está relacionado ao cérebro. Segundo apontam alguns estudos estas
substâncias são eficazes na prevenção de danos cerebrais causados pela oclusão
de artérias cerebrais, como derrames. Também existem pesquisas preliminares que
apontam a possibilidade de o azeite contribuir na melhora de funções
cognitivas.
Uma pesquisa feita pela Universidade de Frankfurt, na Alemanha,
descobriu que existe um composto presente no azeite chamado hidroxitirosol é
capaz de impedir a degeneração dos neurônios, retardando o processo de
envelhecimento cerebral.
Outra pesquisa realizada pela Universidade de Bordeaux e o Instituto
Nacional de Saúde e Pesquisas Médicas, na França, sugere que o consumo do azeite
de oliva pode ajudar a prevenir o acidente vascular cerebral (AVC) em pessoas
mais velhas. Os pesquisadores observaram os registros médicos de 7625 pessoas
de 65 anos ou mais e categorizaram o consumo de azeite de oliva extravirgem omo
"sem uso", "uso moderado" - o uso do azeite apenas para
cozinhar, temperar ou com pão - e "uso intenso". Depois de pouco mais
de cinco anos do começo da análise, houve a ocorrência de 148 AVCs. Ao
considerar dieta, prática de atividades físicas, índice de massa corpórea e
outros fatores de risco para o acidente vascular cerebral, os estudiosos
descobriram que aqueles que usaram regularmente o azeite de oliva para cozinhar
e temperar tiveram 41% menos chances de ter um AVC, quando comparados a aqueles
que nunca usavam o azeite. Apenas 1,5% dos idosos que consumiam azeite tiveram
o acidente, contra 2,6% dos que nunca consumiam.
Previne e combate o diabetes: O azeite de oliva é um aliado
no combate à diabetes por ser anti-inflamatório e conter substâncias
antioxidantes. Quando as inflamações diminuem, a captação de insulina na célula
é melhor. Isto faz com que não seja necessário produzir tanta insulina,
ajudando os portadores de diabetes tipo 2, pois o organismo deles têm uma
tendência a precisar de mais insulina para enviar às células a mesma quantidade
de glicose de uma pessoa saudável.
Um estudo publicado na revista científica Diabetes Care concluiu
que uma dieta suplementada com azeite de oliva virgem diminuiu a incidência de
diabetes tipo 2 em indivíduos com alto risco cardiovascular após quatro anos de
acompanhamento. A incidência de diabetes foi reduzida em 51% nos indivíduos que
consumiram o azeite em comparação com aqueles que tiveram uma dieta com baixo
teor de gordura.
Diminui a dor: O azeite de oliva também pode estar relacionado a redução de dor
crônica. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Monell, nos Estados Unidos,
descobriu que o azeite possui uma molécula que inibe a atividade de enzimas
envolvidas em inflamações. Trata-se do oleocathal, composto com ação igual a do
analgésico, portanto há a possibilidade de o consumo regular deste óleo
proporcionar alívio para quem sofre de dores crônicas, como dores nas
articulações, nas costas e dores musculares, em geral.
Bom para os ossos: A saúde dos ossos também pode ser beneficiada
pelo consumo de azeite, evitando assim fraturas e doenças como a osteoporose.
Segundo pesquisadores do Instituto Linus Pauling, nos Estados Unidos, há uma
relação entre a osteoporose e a vitamina K, presente no azeite de oliva. Este
nutriente contribui para manter os ossos saudáveis. Uma pesquisa do Nurses?
Health Study, nos Estados Unidos, acompanhou 72 mil mulheres durante dez anos e
descobriu que aquelas do grupo com níveis de vitamina K baixos tinham 30% mais
chances de quebrar o quadril do que aquelas com altos níveis do nutriente.
Uma pesquisa realizada pela Sociedade de Endocrinologia Americana também
percebeu os benefícios do azeite para os ossos. Após dois anos avaliando 127
homens com idades entre 55 e 80 anos, os cientistas concluíram que aqueles que
consumiram um cardápio de dieta mediterrânea com
azeite de oliva virgem e baixa caloria ? io cardápio também tem como base o
consumo de nozes e peixes - também tiveram um aumento nos índices de
osteocalciona e outros formadores de ossos. Os índices de osteoporose na região
do Mediterrâneo, onde seus moradores têm uma alimentação composta por boas
quantidades de azeite de oliva, são baixos.
Diminui o risco de câncer: Diversos estudos apontaram que o
azeite de oliva exerce um efeito protetor contra determinados tumores malignos.
Já foi provado que os riscos de câncer de mama diminuem quando a
pessoa inclui este óleo em uma dieta saudável. Uma pesquisa da Universidade de
Granada, na Espanha, concluiu que os polifenois presentes no azeite destroem
uma proteína responsável por acionar o gene HER2, que é o responsável por
iniciar a forma mais frequente do câncer de mama.
Os riscos de câncer de intestino também são reduzidos. Em sua composição
o azeite possui tocotrienois, antioxidantes que, segundo estudos, diminuem a
proliferação de células tumorais.
As chances de desenvolver o câncer de cólon e reto ficam menores quando
o azeite é consumido. De acordo com um estudo publicado a revista da Sociedade
Europeia de Oncologia isto ocorre porque ele é rico em gorduras monoinsaturadas
que diminuem a produção de prostaglandinas derivadas de ácido araquidônico, o
qual tem um papel significativo na produção e no desenvolvimento de tumores.
Quantidade
recomendada de azeite
A quantidade recomendada de azeite de oliva são duas colheres de sopa
por dia, o equivalente a 30 gramas. O melhor é que o azeite seja a sua fonte de
gordura diária ao invés da margarina, manteiga ou maionese, pois esses
alimentos não possuem as gorduras monossaturadas presentes no óleo das
oliveiras e tão benéficas ao organismo.
Como consumir o
azeite
Ao invés de passar a manteiga no pão, utilize o azeite
O azeite pode ser consumido in natura finalizando as preparações como
saladas, pratos como peixe, massas, carnes, entre outras. Ao consumir um pão
procure comê-lo com azeite trata-se de uma alternativa mais saudável do que
consumi-lo com manteiga ou margarina, fontes de gordura saturada. Extremamente
versátil, ele também pode ser usado na preparação de receitas de molhos e até
em pratos cozidos ou frituras.
-Ao natural ou aquecido?
Alguns especialistas defendem que o azeite deve ser consumido apenas em
finalizações de pratos, como para temperar a salada ou os legumes cozidos. Isto
porque ao serem expostos a altas temperaturas, os ácidos graxos deste óleo
iriam saturar. Assim, os riscos do consumo do azeite aquecido seriam todos
aqueles causados pelo consumo de gorduras saturadas, inclusive o aumento da
prevalência de doenças cardiovasculares. Por outro lado, outros profissionais
da saúde argumentam que o tempo em que o azeite fica exposto ao fogo não é o
suficiente para que ele perca todos os seus nutrientes e que é melhor cozinhar
com ele do que com outros alimentos menos saudáveis, como a manteiga ou o óleo
de soja. Apesar da polêmica, todos os especialistas concordam que a melhor
maneira de consumir o azeite é in natura.
-Cuidados ao armazenar o azeite
Quanto mais jovem o azeite for, melhor para o consumo. Muitas de suas
propriedades são termo e fotossensíveis, ou seja, oxidam-se na presença de
calor e luz. É importante ficar atento para a data de validade e não deixá-lo
próximo do fogão quando for cozinhar, a fim de evitar que ele aqueça e perca
propriedades. O mesmo vale para a embalagem, quando ela é de aço ou de vidro
escurecido, evita a passagem de luz e preserva os compostos benéficos.
-Evite o azeite composto
O azeite composto é feito com a mistura entre outros tipos de óleo e o
azeite de oliva. Ele não é interessante porque estes outros óleos podem ser
ricos em gorduras saturadas, prejudiciais para o organismo quando consumidas em
excesso. Em alguns casos somente 10% do azeite composto é de azeite, é por isso
que muitas vezes o preço é bem abaixo de um azeite de oliva puro. Portanto, é
essencial olhar o rótulo antes de fazer a compra.
Compare o azeite
com outros alimentos
O principal diferencial do azeite em comparação a outros óleos é ser
rico em gorduras monoinsaturadas, a turma que faz bem à saúde. Uma fonte desta
gordura é o abacate, a quantidade diária recomendada da fruta, 45 gramas,
possui 4,4 gramas de gorduras monoinsaturadas. Enquanto a quantidade
recomendada de azeite de oliva, 30 gramas, possui 21,9 gramas desta gordura.
Assim, este óleo possui cinco vezes mais gorduras monoinsaturadas do que o
abacate.
Outra fonte é o amendoim. A quantidade diária recomendada desta
oleaginosa é 40 gramas que contém 9,7 gramas de gorduras monoinsaturadas. A
quantidade recomendada de azeite, 30 gramas, possui 21,89 gramas de gorduras
monoinsaturadas, ou seja, cerca de duas vezes mais do que o amendoim.
Apesar do óleo de soja também ser rico em gorduras monoinsaturadas, ele
não é uma opção melhor do que o azeite de oliva por conter altas concentrações
de ácido araquidônico com alto poder inflamatório sobre tecidos, órgãos e
vasos, ao contrário do azeite que tem propriedades anti-inflamatórias.
Nutrientes (30 g de
óleo)
|
Azeite de oliva
|
Óleo de coco
|
Óleo de soja
|
Óleo de girassol
|
Óleo de milho
|
Óleo de canola
|
Calorias
|
265 kcal
|
247 kcal
|
265 kcal
|
265 kcal
|
270 kcal
|
265 kcal
|
Gorduras totais
|
30 g
|
30 g
|
30 g
|
30 g
|
30 g
|
30 g
|
Gorduras
saturadas
|
4,14 g
|
25,95 g
|
7,42 g
|
2,7 g
|
3,87 g
|
2,19 g
|
Gorduras
monoinsaturadas
|
21,89 g
|
1,74 g
|
18,37 g
|
17,2 g
|
8,27 g
|
18,99 g
|
Gorduras
poli-insaturadas
|
3,16 g
|
0,54 g
|
2,79 g
|
8,69 g
|
16,40 g
|
8,44 g
|
Ferro
|
0,17 mg
|
0,012mg
|
--
|
0,09 mg
|
--
|
--
|
Cálcio
|
--
|
--
|
--
|
--
|
--
|
--
|
Potássio
|
--
|
--
|
--
|
--
|
--
|
--
|
Sódio
|
1 mg
|
--
|
--
|
--
|
--
|
--
|
Vitamina E
|
4,30 mg
|
0,027 mg
|
2,43 mg
|
12,32 mg
|
4,29 mg
|
5,23 mg
|
Vitamina K
|
18,1 mcg
|
0,015 mcg
|
7,41 mcg
|
1,53 mcg
|
0,57 mcg
|
21,39 mcg
|
Fonte: Tabela do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos.
Contraindicações
O consumo de azeite não apresenta contraindicações. Porém, pessoas que
apresentaram alergia a algum componente do azeite não devem consumi-lo.
Riscos do consumo
excessivo
O azeite de oliva é muito calórico, possui 265 kcal por porção de 30
gramas, portanto abusar do seu consumo pode resultar em ganho de peso. Fonte:
minhavida
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